Lucro do BNDES cresce 59% no trimestre e chega a R$ 2,7 bilhões
Carteira de crédito mantém trajetória de crescimento e chega a R$ 520,4 bilhões, a maior carteira dos últimos 5 anos
- Data: 10/05/2024 13:05
- Alterado: 10/05/2024 13:05
- Autor: Redação
- Fonte: Governo Federal
Crédito:Reprodução
O lucro líquido recorrente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) cresceu 59% no primeiro trimestre de 2024 em comparação com o mesmo período de 2023 (R$ 1,7 bilhão). Nos três primeiros meses deste ano, o valor chegou a R$ 2,7 bilhões.
As aprovações de crédito também cresceram, somando R$ 24,7 bilhões, aumento de 91% em relação a 2023, o melhor resultado dos últimos dez anos. O volume de aprovações cresceu expressivamente em todos os recortes setoriais, chegando a um aumento de 50% na agropecuária (R$ 6,8 bilhões), 189% na indústria (R$ 6,9 bilhões), 65% em comércio e serviços (R$ 4,4 bilhões) e 97% na infraestrutura (R$ 6,6 bilhões). O resultado inclui operações diretas, indiretas (via agentes financeiros).
Os números foram divulgados durante entrevista coletiva de imprensa realizada na sede do Banco, no Rio, nesta quinta-feira, 9 de maio, que contou com a participação do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, dos diretores Alexandre Abreu (Financeiro e Crédito Digital para MPMEs), José Luis Gordon (Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior) e Luciana Costa (Infraestrutura e Mudança Climática) e do superintendente Marcelo Porteiro (Área de Operações e Canais Digitais).
“Os resultados revelam que o BNDES voltou a exercer o papel fundamental de principal financiador do desenvolvimento do país. E que a política de neoindustrialização do governo do presidente Lula está no caminho certo. As empresas querem investir em inovação, em sustentabilidade e em tecnologia e nós estando dando acesso a crédito para esse fim. Isso significa mais empregos qualificados, mais renda e o caminho para a transição energética indispensável diante dos eventos de extremos climáticos”, afirmou o presidente da instituição, Aloizio Mercadante.
Destaque para o apoio às micro, pequenas e médias empresas (MPMEs), que representou 53,5% do total de aprovações do BNDES, no montante de R$ 13,2 bilhões, frente aos R$ 8,7 bilhões do primeiro trimestre de 2023 (um aumento de 52,2%). Os dados confirmam o esforço do BNDES em ampliar o crédito às empresas de menor porte, fundamentais para a geração de empregos e renda no país.
Já os desembolsos do BNDES, por meio de créditos diretos e indiretos, totalizaram R$ 23,3 bilhões no primeiro trimestre do ano, um crescimento de 22% frente ao mesmo período de 2023.
No período, as consultas por operações, primeira etapa por que passam os pedidos de financiamento no Banco e que representam o apetite do empresariado por crédito, atingiram recorde histórico de R$ 61 bilhões, crescimento de 68% em relação ao mesmo período de 2023.
LUCRO LÍQUIDO – No 1T24, o lucro líquido contábil alcançou R$ 5,2 bilhões, montante superior aos R$ 4 bilhões do 1T23. O resultado foi influenciado por receitas de dividendos e juros sobre o capital próprio de R$ 1,2 bilhão (basicamente oriundas da Petrobras) e reversão de provisões de crédito de R$ 0,8 bilhão – devido a revisões de classificação de risco e recuperação de créditos provisionados em exercícios anteriores.
ATIVOS – Os ativos totais do Sistema BNDES somaram R$ 739,7 bilhões em 31 de março de 2024, aumento de R$ 7,2 bilhões em relação a dezembro de 2023, destacando o acréscimo de R$ 5,4 bilhões na carteira de crédito expandida.
A carteira de crédito expandida, que abrange financiamentos, debêntures e outros ativos de crédito, alcançou o montante de R$ 520,4 bilhões em 31 de março de 2024, representando, assim, 70,4% dos ativos totais e a maior carteira em termos nominais dos últimos 5 anos, atingindo novo recorde. O aumento foi influenciado pelo crescimento dos desembolsos e pela apropriação de juros e atualização monetária.
O BNDES manteve boa qualidade da carteira de crédito e repasses, com 96,7% das operações classificadas nos mais baixos níveis de risco, compreendidos entre AA e C, no primeiro trimestre do ano. Esse percentual se mantém superior ao registrado pelo Sistema Financeiro Nacional, que atingiu 91% em 30 de setembro de 2023 (última informação disponível).
A carteira de participações societárias totalizou R$ 78 bilhões em 31 de março de 2024. O ligeiro decréscimo de 2,4% frente a dezembro de 2023 ocorreu, sobretudo, pelo ajuste a valor justo negativo dos investimentos em empresas não coligadas. Petrobras, JBS, Eletrobras e COPEL seguem como principais empresas investidas em termos de carteira total.
A inadimplência recuou para 0,00%, percentual inferior ao 0,01% de 31 de dezembro de 2023. A taxa permanece expressivamente inferior à inadimplência do Sistema Financeiro Nacional (3,21% geral e 0,54% para grandes empresas em março de 2024).
“O número nominal de operações de crédito que está em atraso no BNDES, hoje, é de 395 mil reais, por uma carteira de 520 milhões. Então fica fácil entender por que esse número é tão baixo”, afirmou o diretor Alexandre Abreu ao comentar o índice de inadimplência do BNDES de 0,00001%. “É muito difícil ter uma combinação que une aumento de resultado recorrente, diminuição de inadimplência, que já era baixa, praticamente índice de basileia estável e aumento de desembolso e aumento da carteira”, completou.
FONTES DE RECURSOS – O FAT representa a parcela mais significativa da estrutura de funding do BNDES, respondendo por 58,5%% das fontes de recursos da instituição. Em 31 de março de 2024, o saldo com o FAT era de R$ 408,8 bilhões.
O valor remanescente devido pelo BNDES ao Tesouro Nacional atingiu R$ 42,5 bilhões em 31 de março de 2024. Já o passivo com captações externas totalizou R$ 24,4 bilhões em 31 de março de 2024, apresentando aumento de 3,2% no trimestre decorrente de variação cambial (valorização do dólar norte-americano).
PATRIMÔNIO LÍQUIDO – O patrimônio líquido do BNDES atingiu R$ 155 bilhões em 31 de março de 2024, acréscimo de 2,4% em relação a 31 de dezembro de 2023. O aumento decorre, principalmente, do lucro líquido de R$ 5,2 bilhões, atenuado pelo ajuste a valor de mercado negativo de ativos (ações e títulos públicos) de R$ 1,6 bilhão.
LIMITES PRUDENCIAIS – Base para o cálculo dos limites prudenciais, o Patrimônio de Referência totalizou R$ 186,3 bilhões em 31 de março de 2024. O Índice de Basileia atingiu 30,4%, mantendo situação confortável em relação aos 10,5% exigidos pelo Banco Central.
Para acessar as demonstrações financeiras completas do BNDES e suas subsidiárias, acesse o Portal de Relações com Investidores: bndes.gov.br/relacoes-com-investidores.
APOIO AO RS – Durante a entrevista coletiva, o diretor Alexandre Abreu e o superintendente Marcelo Porteiro detalharam as medidas do BNDES para auxiliar empresas e produtores rurais do Rio Grande do Sul, anunciadas pelo presidente Lula em Brasília. Hoje, o BNDES tem R$ 22 bilhões e 56 mil operações em carteira somente do Rio Grande do Sul.
Entre as medidas feitas pelo BNDES, destacam-se o aporte de R$ 500 milhões para alavancar até R$ 5 bi em crédito e suspender o pagamento de dívidas por 12 meses com possibilidade de alongamento do financiamento por mais 12 meses. Haverá também a dispensa de apresentação de certidões de regularidade tributária por tempo indefinido para facilitar o acesso à crédito.
O crédito alavancado será direcionado a micro, pequenas, médias empresas e microempreendedores individuais (MEIs) gaúchos, por meio do Programa Emergencial de Acesso a Crédito (FGI PEAC). O valor estará disponível a partir de maio, com taxa de juros de 1,75% ao mês.
A suspensão completa do pagamento (juros e principal), também conhecida por standstill, beneficiará empresas e produtores rurais em municípios do Rio Grande do Sul atingidos pelas chuvas. A medida alcançará até R$ 7,6 bilhões em 2024 e 2025. O prazo para solicitar a suspensão é até 31 de outubro de 2024.