Lexa e Ricardo Vianna compartilharam a dor da perda da filha Sofia
A pré-eclâmpsia é uma grave causa de morte materna no Brasil
- Data: 24/02/2025 07:02
- Alterado: 24/02/2025 07:02
- Autor: Redação
- Fonte: Fantástico
A pré-eclâmpsia se destaca como uma das principais causas de morte materna no Brasil, um fenômeno alarmante que afeta muitas gestantes no país. A tragédia da pequena Sofia, que nasceu em 2 de fevereiro e faleceu três dias depois, traz à tona a gravidade dessa condição.
No último domingo (23), o programa Fantástico apresentou uma entrevista exclusiva com a cantora Lexa e seu marido, Ricardo Vianna, onde compartilharam a dor da perda de sua filha. Em conversa com o médico Drauzio Varella, Lexa expôs as dificuldades enfrentadas durante sua gravidez.
“Beirei a morte tentando salvar minha filha”, relatou Lexa, em um desabafo comovente sobre sua luta contra a pré-eclâmpsia e a força necessária para atravessar essa jornada desafiadora.
A gravidez do casal foi anunciada nas redes sociais em outubro do ano anterior, três meses após Lexa ter descoberto sua gestação. “Foi um sonho muito planejado, não foi uma surpresa”, enfatizou a artista.
Desde o início da gestação, Lexa realizou um acompanhamento rigoroso com o pré-natal. Ela continuou suas atividades artísticas e participou dos ensaios como rainha de bateria da escola de samba Unidos da Tijuca, sempre com autorização médica.
Contudo, um alerta surgiu quando seus exames mostraram níveis elevados de pressão arterial. “Meus exames estavam normais, mas minha pressão causava preocupação na doutora Camila. Fizemos um teste para avaliar o risco de pré-eclâmpsia e os resultados foram alarmantes”, contou Lexa.
A pré-eclâmpsia é uma condição séria que pode afetar não apenas a pressão arterial da gestante, mas também órgãos vitais como rins e fígado. Essa doença se caracteriza por seu desenvolvimento rápido e pode ser silenciosa.
Após ser internada na Maternidade Santa Joana, em São Paulo, com 24 semanas de gestação, Lexa lutou para manter a gravidez o maior tempo possível. “Sabia que cada dia extra na minha barriga representava mais chances de vida para Soso”, disse ela.
Durante sua internação de dezessete dias, incluindo quatro na UTI, Lexa foi diagnosticada com a síndrome HELLP, uma forma grave da pré-eclâmpsia que aumenta significativamente os riscos à vida da mãe e do bebê.
A sigla HELLP refere-se a hemólise (destruição das células vermelhas do sangue), elevação das enzimas hepáticas (indicando estresse no fígado) e diminuição das plaquetas (risco elevado de hemorragias). “Senti dores intensas e percebi que meu estado estava se agravando”, lembrou Lexa.
Com o agravamento da situação, o parto foi decidido rapidamente e Sofia nasceu com complicações significativas devido ao estado crítico da mãe. “Ela veio ao mundo linda, mas com problemas renais e hepáticos”, relatou a mãe em meio à dor.
Tragicamente, Sofia faleceu três dias após o nascimento. Ricardo Vianna expressou sua impotência diante da situação: “Ver minha filha entubada e não poder fazer nada é devastador. O sentimento de vulnerabilidade é imenso”.
O caso de Lexa ecoa o relato de outras mães que enfrentaram desafios semelhantes durante a gestação. A engenheira Kellyn Cristina Rosa compartilhou sua experiência ao ser diagnosticada com alto risco para pré-eclâmpsia. Apesar dos cuidados médicos adequados, ela também enfrentou complicações graves após o nascimento prematuro de sua filha Luisa.
Ambas as mães ressaltam que eram jovens saudáveis sem fatores de risco conhecidos antes dos diagnósticos. A importância do acompanhamento médico constante é enfatizada por especialistas como Eduardo Cordioli e Guilherme de Jesús, que explicam que não há um protocolo único para tratar a pré-eclâmpsia devido à sua complexidade.
A prevenção e detecção precoce são cruciais. O Ministério da Saúde recomenda pelo menos seis consultas durante o pré-natal para monitorar possíveis complicações.
Nesta semana, novas diretrizes foram emitidas pelo Ministério da Saúde visando à suplementação de cálcio durante a gravidez como uma estratégia para reduzir os riscos associados à pré-eclâmpsia. A orientação é clara: iniciar o pré-natal assim que possível pode fazer toda a diferença.
Lexa encerrou seu relato refletindo sobre sua dor: “Estou vivendo essa perda imensa e sinto que nunca vou esquecer. Mas é necessário seguir em frente e buscar novamente a felicidade em minha vida profissional”.