Jovem permanece em estado grave após ser baleada por agentes da PRF
Ministério Público investiga caso crítico no Rio de Janeiro
- Data: 26/12/2024 13:12
- Alterado: 26/12/2024 13:12
- Autor: Redação
- Fonte: Agência Brasil
Juliana Leite Rangel, 26 anos
Crédito:Reprodução/Redes Sociais
A jovem Juliana Leite Rangel, de 26 anos, encontra-se internada em estado crítico no Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes (HMAPN), localizado em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A paciente foi hospitalizada às 21h12 da última terça-feira (24) após sofrer um disparo de fuzil na cabeça, supostamente efetuado por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na Rodovia Washington Luís (BR-040).
De acordo com informações fornecidas pela Prefeitura de Duque de Caxias, através da Secretaria Municipal de Saúde e da direção do HMAPN, Juliana foi trazida para a unidade pelos próprios agentes da PRF. Em comunicado emitido na manhã desta quinta-feira (26), a administração do hospital informou que a jovem sofreu um trauma craniano devido ao disparo e foi imediatamente intubada e levada para o centro cirúrgico. A equipe médica afirmou que, apesar da gravidade do quadro clínico, Juliana se mantém hemodinamicamente instável, mas apresenta uma leve estabilização sob medicação.
A médica intensivista Juliana Paitach destacou durante uma entrevista que, embora o estado de saúde da paciente seja preocupante, ela tem respondido positivamente aos tratamentos recebidos até o momento. “Ela não apresentou piora desde a sua chegada, e isso é um sinal encorajador. É uma paciente jovem que recebeu atendimento imediato e eficaz. Contudo, não podemos afirmar qual será sua evolução”, disse a profissional.
Em resposta à gravidade do incidente, o Ministério Público Federal (MPF) instaurou um Procedimento Investigatório Criminal sob a responsabilidade do procurador Eduardo Santos de Oliveira Benones. O procurador observou que Juliana estava a caminho de uma comemoração natalina com familiares quando foi ferida, acrescentando que seu pai, Alexandre Leite Rangel, também foi atingido por disparos durante o episódio.
O procurador requisitou à Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro informações sobre as ações tomadas até o momento. Além disso, demandou que a Superintendência da PRF identificasse os policiais envolvidos e as circunstâncias dos disparos. Foi solicitado ainda o afastamento imediato dos agentes de suas funções operacionais e a preservação das evidências materiais relacionadas ao caso.
Benones também exigiu que o HMAPN enviasse relatórios sobre o estado de saúde das vítimas e os respectivos Boletins de Atendimento Médico. Uma equipe do MPF será enviada ao hospital para investigar as condições médicas de Juliana e coletar informações sobre a equipe que prestou os primeiros socorros.
Por sua vez, a Polícia Federal deu início a um inquérito para apurar os fatos relacionados ao tiroteio ocorrido na BR-040. A corporação informou que já iniciou as diligências necessárias, incluindo perícias no local do incidente e coleta de depoimentos.
A PRF confirmou que um procedimento interno está em andamento para investigar os eventos que levaram ao disparo e que os agentes envolvidos foram afastados preventivamente de suas atividades operacionais. A instituição expressou profundo pesar pelo ocorrido e afirmou estar colaborando com as investigações da Polícia Federal.
Em nota oficial, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, lamentou o episódio e ressaltou a necessidade urgente de regulamentações claras sobre o uso da força pelas forças policiais em todo o Brasil. “É fundamental que as polícias federais sirvam como exemplo para outras instituições policiais”, concluiu Lewandowski.