Itaú Cultural realiza mostra de música e literatura conduzida por mulheres

A palavra presente em expressões artísticas como a composição, o slam e o cordel é o fio condutor da primeira edição desta programação, que ao longo de duas semanas apresenta shows, conversas, saraus e filmes tendo à frente às mulheres. Entre as convidadas estão a poeta Alice Ruiz, a coletiva Slam das Minas SP e cantoras como Kaê Guajajara e Sharylaine

  • Data: 11/06/2024 08:06
  • Alterado: 11/06/2024 08:06
  • Autor: Redação
  • Fonte: Itaú Cultural
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Aquilo que eu nunca perdi

Crédito:Marina Tomé

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De 13 a 23 de junho (sempre de quinta-feira a domingo), o Itaú Cultural apresenta a primeira edição de A letra da voz, em uma programação onde a música e a literatura se entrecruzam em diferentes expressões artísticas. A poética criada e conduzida por mulheres é o foco dessa mostra de estreia, que se desdobra em pocket shows seguidos de conversas sobre composições, criações poéticas, como o cordel, e em filmes voltados às composições da artista Alzira E e das mulheres no punk e hardcore brasileiro nos anos de 1990.

As atividades são gratuitas, como toda a programação do Itaú Cultural, e acontecem de quinta-feira a domingo. As reservas dos ingressos têm início sempre a partir das 12h da quarta-feira da semana anterior às sessões e devem ser feitas pela plataforma INTI – acesso pelo site do Itaú Cultural www.itaucultural.org.br.

Na primeira semana, a programação começa às 19h da quinta-feira, 13, com a exibição do documentário de Marina Tomé, Aquilo que eu nunca perdi, sobre a cantora e compositora Alzira E. Contemplado pelo programa Rumos Itaú Cultural 2017-2018, o filme mergulha na trajetória da cantora nascida no interior do Mato Grosso do Sul, que atravessou o tempo rompendo com o conservadorismo de seu meio e construiu uma sólida carreira ao lado de parceiros como Itamar Assumpção, Ney Matogrosso e sua irmã Tetê Espíndola. Hoje, a artista pertence a um grupo de mulheres com mais de 60 anos, reconhecidas como poetas, feministas e líderes de bandas de rock.

Às 20h da sexta-feira, 14, a palavra chega ao público com o Slam das Minas SP, desafio poético nascido em 2016 e o primeiro de São Paulo com recorte de gênero. Tendo como mestres de cerimônia as poetas Pam Araujo, Carolina Peixoto, Aflordescendente, Apêagá e a slamer Ibu Helena, a batalha receberá outras convidadas para usarem a literatura em diversas linguagens, explorando as construções possíveis por meio das palavras.

A programação de sábado (dia 15) começa às 15h, com a ação Além das palavras, atividade da mostra que tem como proposta reunir convidadas do mesmo segmento artístico para falar sobre suas criações. Neste dia, o IC recebe a poeta curitibana Alice Ruiz e a poeta carioca Bruna Beber para uma conversa mediada pela jornalista Adriana Ferreira Silva sobre sua atividade principal, a literatura, mas também sobre as composições musicais que aparecem como ramificação dessa escrita. Adriana faz a mediação, também, de todas as outras conversas da mostra.

Às 20h, acontece a primeira das cinco ações Prosa Sonora: conversa e pocket show, com cantoras e compositoras de diferentes estilos musicais que realizam uma apresentação musical enxuta, seguida de bate papo sobre seus processos de criação. Quem participa neste dia é a rapper, cantora e compositora paulistana Sharylaine, cuja trajetória se funde com a história da cultura hip hop em São Paulo.

A artista foi a primeira mulher a fazer de forma solo um registro fonográfico do rap, em 1989, e carrega a marca de ser a única que permaneceu em atividade até hoje. Sharylaine entrou na cultura hip hop em 1985, com a Nação Zulu, uma das pioneiras gangues de break da época, e formou o primeiro grupo de rap feminino do Brasil, em 1986, o Rap Girls, com a parceira Citylee.

A programação da primeira semana fecha no domingo (dia 16), às 19h, com mais uma edição da Prosa Sonora. Desta vez, o pocket show e a conversa são com a artista baiana Ventura Profana. Com um trabalho musical que dá luz à vida negra, indígena e travesti, a artista se define como pastora missionária, cantora evangelista, escritora, compositora e artista visual.

Outras palavras

A programação de A letra da voz é retomada no dia 20 (quinta-feira) com mais uma sessão de cinema na Sala Itaú Cultural, às 19h, agora com o documentário Faça Você Mesma, de Letícia Marques. O longa-metragem tem como tema a presença das mulheres na música punk e hardcore brasileira nos anos de 1990, dando origem à versão nacional do movimento punk feminista Riot Grrrl – iniciado no começo dos anos de 1990, nos Estados Unidos, com o objetivo de empoderar mulheres e dar a elas o protagonismo no universo da música.

O terceiro Prosa Sonora: conversa e pocket show da mostra acontece na sexta-feira, 21, às 20h, com a cantora e compositora Lorena Chaves. Na apresentação musical, a cantora, compositora, criativa e produtora musical mineira, que vive em São Paulo, apresenta composições como À procura de um par, Carrossel e Monocromia, seguido do bate papo com a jornalista Adriana Ferreira Silva sobre seus processos de criação.

No sábado, 22, a programação começa às 15h, com um novo Além das Palavras: a mulher no cordel, que recebe a cordelista sergipana Izabel Nascimento e a poeta-declamadora pernambucana Jéssica Caitano para refletirem sobre como as mulheres estão à margem no cordel. Izabel escreve sobre temas que refletem suas vivências, inquietações e angústias publicadas em dezenas de livros e folhetos com versos de literatura de cordel. Jéssica usa a multidisciplinaridade artística de sua palavra na poesia dita, escrita, cantada, na poesia que vira cordel, coco e rap, inspiradas na oralidade de sua região de origem.

No mesmo dia, às 20h, Prosa Sonora recebe o pocket show da cantora Kaê Guajajara. Artista da música popular originária – MPO, ela traz em seu trabalho cantos e sonoridades inéditas com influências de ritmos ancestrais indígenas e assuntos de importância político-social. A proposta é educar, conscientizar e convidar os seus ouvintes para a missão coletiva do bem viver, estabelecendo um elo entre ancestralidade e futuro.

A letra da voz encerra no domingo, dia 23, com mais um dia de dupla programação. A primeira acontece às 16h30, ao ar livre no Bulevar do Rádio, com uma intervenção poética do Slam das Minas SP, que apresenta poesias autorais e de poetas consagradas, em uma celebração do poder da palavra e da força das mulheres na criação de novos horizontes por meio da poesia.

Por fim, às 19h, é a artista pernambucana Jéssica Caitano quem volta ao palco, para fechar a mostra em mais um Prosa Sonora: conversa e pocket show. Nessa apresentação, ela traz as manifestações literárias incutidas na gênese do seu processo criativo, derrubando as fronteiras das linguagens na veiculação oral da poesia, expressando as relações entre música, palavra e performance.

SERVIÇO

A Letra da Voz

No Itaú Cultural

De 13 a 23 de junho (de quinta-feira a domingo)

Entrada gratuita. As reservas de ingressos têm início sempre na quarta-feira da semana anterior às sessões, a partir das 12h, através plataforma INTI – acesso pelo site do Itaú Cultural www.itaucultural.org.br

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  • Data: 11/06/2024 08:06
  • Alterado: 11/06/2024 08:06
  • Autor: Redação
  • Fonte: Itaú Cultural









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