Itaú Cultural realiza 6ª edição de a_ponte – cena do teatro universitário

Dando luz à produção cênica vinda de cursos de teatro do país, a programação abre com o novo espetáculo do ator pernambucano Pedro Vilela e apresenta ainda peças de São Paulo, Mato Grosso, Santa Catarina, Rondônia e Rio de Janeiro

  • Data: 23/01/2024 10:01
  • Alterado: 23/01/2024 10:01
  • Autor: Redação
  • Fonte: Itaú Cultural
Itaú Cultural realiza 6ª edição de a_ponte – cena do teatro universitário

Figueiredo com Pedro Vilela (PE)

Crédito:Pedro Sardinha

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O Itaú Cultural apresenta de 23 e 27 de janeiro (terça-feira a sábado) a 6ª edição de a_ponte – cena do teatro universitário, programação com a proposta de renovar a cena teatral do país, diluir fronteiras e aproximar estudantes que se dedicam a essa arte. De volta ao formato presencial, reúne, neste ano, seis espetáculos vindos de todas as regiões, bate-papos com artistas e especialistas acerca das peças, e uma conversa voltados à experiência dos festivais de teatro estudantil Vamos que Venimos e Velha Joana. 

A programação também dá luz à pesquisa acadêmica nas artes cênicas e recebe os estudantes contemplados na 3ª edição do edital a_ponte, realizado em 2023, para apresentarem seus trabalhos de conclusão de curso e pesquisas estudantis em artes cênicas selecionados neste chamamento. Todos os trabalhos integrarão a publicação online Pontilhados: pesquisas da cena universitária, que será disponibilizada no site do Itaú Cultural www.itaucultural.org.br a partir do dia 23, quando também serão abertas as inscrições para a 4ª edição do edital de seleção de TCCs e pesquisas estudantis em artes cênicas (cursos superiores e técnicos).

No palco

A programação artística da 6 ª edição de a_ponte conta com a apresentação de seis espetáculos ao longo dos cinco dias de mostra. Todas as apresentações são seguidas do bate-papo Pulsações, reunindo artistas e público em uma conversa, com a proposta de refletir e partilhar ideias sobre o que foi apresentado. A mediação será alternada entre e jornalista e performer Maria Fernanda Vomero e o ator e professor Judson Forlan. 

A mostra deste ano abre no dia 23 (terça-feira), às 20h, com Figueiredo, novo espetáculo do ator Pedro Vilela, convidado para fazer sua estreia no Brasil dentro da programação, depois de apresentado pela primeira vez em Portugal, em 2023. Nesta conferência performativa, Vilela transita entre a história e a memória do Brasil no que diz respeito ao genocídio indígena no país, uma política de destruição que remete ao acontecido em 1500. 

O ponto de partida é o Relatório Figueiredo, documento que ficou oculto por mais de 40 anos e que traz a conclusão das investigações da Comissão de Inquérito instaurada no Brasil em julho de 1967 para apurar as irregularidades no Serviço de Proteção aos Índios – orgão estatal responsável pela execução da política indigenista brasileira entre 1910 e 1967. Após a apresentação, o público é convidado a participar de Pulsações, um bate-papo com o ator Pedro Vilela mediado pela jornalista e performer Maria Fernanda Vomero.

Na quarta-feira, dia 24, no mesmo horário, o palco da Sala Itaú Cultural será do espetáculo Sobre o velho novo costume, do Coletivo Inversão, que atua na cidade de Primavera do Leste, no Mato Grosso, reconhecida pela força das escolas de teatro. Em cena, um grupo de jovens estudantes da Escola Municipal de Teatro – Sistema Faces de Ensino da cidade de Primavera do Leste, questiona a possibilidade de criar novos costumes a partir da trama de um menino que aceita ir a uma expedição de estudantes, para buscar remédios e salvar a vida de sua mãe. A tradição de seu povo, no entanto, diz que se um dos membros da expedição ficar doente, deverá ser jogado do precipício, para morrer e não atrapalhar a caminhada.

No feriado do dia 25 de janeiro (quinta-feira), quando se comemora o aniversário da cidade de São Paulo, a programação acontece às 19h, com ORI – O Sentido de Reexistir, espetáculo do grupo catarinense Teatro em Trâmite. Em busca de um caminho em meio ao caos, o espetáculo se propõe a fortalecer o espírito e apaziguar a mente, lembrando que o corpo tem origens e que a fé é uma ora(ação) de resistência. No palco, o ator Thiago Ferrugem mergulha na ancestralidade para reforçar que a cultura brasileira é firmada na união de povos marginalizados, em uma luta de sobrevivência que perpassa os séculos.

Representando a região Norte, o espetáculo A Cabeça De Tereza, com a atriz Jam Soares, de Rondônia, é o convidado da sexta-feira, dia 26, às 20h. A trama se passa no ano de 2035, quando a defensora pública e ativista dos direitos humanos Tereza Sankofa se torna uma foragida procurada pelo regime antidemocrático Estado Fundador, que determina pena de morte por decapitação a quem desobedecer a três fundamentos: as pessoas não brancas não podem exercer funções de poder, é proibido qualquer incentivo de rebeldia contra o Estado Fundador, e o terceiro é que lembrar é um ato subversivo.

O último dia da programação acontece no sábado, 27, com duas apresentações. Às 16h, na Sala Vermelha do Itaú Cultural, a atriz carioca Natalia Amoreira apresenta Evangelho da Terra Segundo a Serpente – Porque o Esquecimento é Como nos Matar Novamente: Conferência Performance. Fruto do trabalho de conclusão da atriz na graduação em artes cênicas, o trabalho reúne artes visuais, literatura, música e teatro, para abordar sob diferentes perspectivas as milhares de mortes de mulheres por todo o mundo. Para tanto, traça um arco cronológico que passa por Noé e pela ditadura militar brasileira, numa denúncia profunda da morte, que é ao mesmo tempo um jogo cênico oracular e uma celebração da vida.

Às 20h, o Bando Jaçanã, de São Paulo, sobe ao palco da Sala Itaú Cultural com Sankofa – Cantando e Recontando Histórias do Cangaço e da Jova. Na trama, dirigida por Antonia Mattos, sankofa é um pássaro de duas cabeças que conta histórias com o olhar para o passado e para o presente recente, ligando sertão e periferia numa encruzilhada do tempo. É assim que se irá conhecer as cangaceiras e cangaceiros que atravessaram o raso da Catarina e se encantaram em Angicos, e também os moradores da Jova Rural e dos morros ao redor, jovem bairro da periferia da Zona Norte. 

Formação: cena e edital

A formação é o ponto central das atividades que seguem em paralelo à programação artística da 6ª edição de a_ponte, que conta ainda com lançamento de edital.

No dia 24 (quarta-feira), às 10h, acontece o primeiro de quatro encontros da série Comunicação Oral, que conta com a apresentação dos Trabalhos de Conclusão de Cursos selecionados no 3º edital de a_ponte, realizado em 2023. Com mediação do educador, pesquisador e artista da dança e do teatro Kleber Lourenço, tem como tema Processos criativos e materialidades e reúne os estudantes Aline Xavier de Oliveira e Ana Cecilia Kresch Borba (Universidade de Brasília), Nathalia Mendes de Aguiar (Universidade Federal do Maranhão) e Rayssa Regina Sousa Pires (Universidade Federal de Goiás) e Lilian Barbosa de Sousa Gomes (Universidade de São Paulo).

Às 15h, sob o título Processos contra-hegemônicos, a Comunicação oral 2 conta com a participação de Daniel Vianna Godinho Peria (Universidade de São Paulo), Laís Costa e Silva (Universidade do Estado de Santa Catarina), Rafael Woss Correa (Universidade Federal do Acre) e Wesley Goulart Coitinho (Universidade Federal de Pelotas). A mediação é do professor Vicente Concilio.

Pedagogias é o tema da Comunicação oral 3, que acontece na quinta-feira, 25, às 10h, mediada pela jornalista e performer Maria Fernanda Vomero e com a presença dos estudantes contemplados Ana Beatriz de Andrade Cangussu Lima (Universidade de São Paulo), George Ritter Rocha Almeida (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro), Laís Jacques Marques (Universidade Federal de Santa Maria), Maria Cristina Ferreira (Universidade Estadual do Paraná) e Túlio Fernandes Silveira (Universidade do Estado de Santa Catarina). Por fim, às 15h, com a professora Renata Pimentel mediando a Comunicação oral 4 – Autoficção, Escrevivências, Dramaturgias, com a participação de  Alessandra Augusta Lima dos Santos (Universidade Federal do Rio Grande do Norte), André Davi Rodrigues Sátiro (Universidade Federal de Campina Grande), Carlos Augusto Higuti Becker (Universidade Estadual do Paraná), Kai Henrique Silva Fernandes (Universidade Federal do Amapá) e Renata Cristina Ferreira Silva da Paz (Universidade Federal de Minas Gerais).

Entre as ações formativas, acontece, ainda, no dia 26 (sexta-feira), às 16h, a mesa Experiências de festivais de teatro com adolescentes e jovens com Vamos que Venimos e Velha Joana. Com mediação de Carlos Gomes, coordenador de artes cênicas dentro da área de curadorias e programação artística do Itaú Cultural, o debate tem a participação de Lígia Helena e Paulo Gircys, representantes de Vamos que Venimos, que integra a RED VQV, rede latino-americana de festivais de teatro adolescente fundada em 2009, e Wanderson Lana, representante do Festival Velha Joana, realizado desde 2007 na cidade de Primavera do Leste, no Mato Grosso. A proposta é criar um espaço de reflexão sobre as formações cênicas.

Todos estes trabalhos de conclusão de curso e pesquisas estudantis em artes cênicas selecionados neste chamamento integrarão a publicação online Pontilhados: pesquisas da cena universitária, que será disponibilizada no site do Itaú Cultural www.itaucultural.org.br a partir do dia 23. Neste mesmo dia abrem as inscrições para a 4ª edição do edital de seleção de TCCs e pesquisas estudantis em artes cênicas (cursos superiores e técnicos).

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  • Data: 23/01/2024 10:01
  • Alterado:23/01/2024 10:01
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