Itaú Cultural apresenta peça sobre questões de gênero na adolescência

Inspirado no fato verídico de uma estudante trans impedida de ir à escola vestida como menina, o espetáculo circulou por outras cidades do país desde a estreia, em 2016.

  • Data: 25/06/2024 08:06
  • Alterado: 25/06/2024 08:06
  • Autor: Redação
  • Fonte: Itaú Cultural
Itaú Cultural apresenta peça sobre questões de gênero na adolescência

Alice

Crédito:Daniel Protzner

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O Itaú Cultural apresenta, de 27 a 30 de junho (quinta-feira a domingo), a peça Alice, com o grupo Faces Jovem, do Mato Grosso. Ela estreou em 2016, percorreu outras cidades brasileiras e agora é apresentada pela primeira vez em São Paulo. Em uma mescla de ficção e realidade, o espetáculo reúne em cena atores que foram personagens verídicos de uma história acontecida em uma escola na periferia da cidade de Primavera do Leste. A história foi contada pela própria protagonista, Alice Anayumi, durante uma aula de teatro do Ponto Faces de Cultura para adolescentes em torno de temas como bullying e racismo.

As apresentações no Itaú Cultural são gratuitas, como toda a programação do instituto. Os ingressos devem ser reservados pela plataforma INTI, com acesso pelo site www.itaucultural.org.br. Quem não conseguir reservar o seu, pode comparecer ao Itaú Cultural no dia do evento e tentar ingressos remanescentes. A fila de espera começa a ser organizada uma hora antes do início da atração, e os ingressos que tiverem desistência serão distribuídos por ordem de chegada.

Em Alice, a personagem-título, vivida pela atriz Alice Anayumi, não se reconhece mais como Fernando e decide ir para a escola com o uniforme com o qual se identifica. No entanto, ela passa a sofrer violência psicológica por alunos e o descaso por parte de professores, proibidos de falar sobre questões de gênero. Alice persiste, pois entre as descobertas da adolescência e das fronteiras de seu próprio corpo aprendeu a lutar pelo direito de ser feliz.

Wanderson Lana, dramaturgo e autor da peça, recorda que as aulas de teatro foram iniciadas pelo coletivo a partir da preocupação de proteger as pessoas contra violências como bullying, racismo e lutas de classe. Assim chegaram a Alice, que fazia parte da turma e contou sua história. O resultado foi a construção do espetáculo com o nome da personagem, cercado por simbologias. “A trilha sonora da peça é com músicas de cantores queers, na cenografia tem portas que são metáforas ao que se abre e se fecha em nossas vidas. É um símbolo que serve para dialogar com todas as camadas do público”, pontua.

Embora tenha estreado em 2016, segundo Lana, o espetáculo ainda é necessário e importante em 2024. “É triste ver que as discussões sobre questões de gênero. Mas é um espetáculo que consegue ter uma conexão muito forte com a comunidade que o assiste, porque é um universo possível. Foi possível para Alice”, afirma.

Segundo o dramaturgo, ainda hoje a situação ainda é violenta, mas mostra para as pessoas que passam por esse processo de transição a necessidade de respeito e acolhida em ambientes como a escola para facilitar o caminho. “Alice é um espetáculo que fala de como ser generoso com quem a gente gosta e com quem a gente não conhece. É só respeitar”, diz ele.

Além da cena

Dando continuidade à proposta de reverberar as temáticas abordadas nos espetáculos apresentados, o Itaú Cultural realiza, nos dois primeiros dias da temporada de Alice, a ação formativa Pulsações, com conversas abertas ao público logo após as sessões. Em 27 e 28 de junho (quinta-feira e sexta-feira), a programação recebe Noá Bonoba e Daniel Veiga, respectivamente, para esse encontro com a plateia.

Noá Bonoba é atriz, roteirista, realizadora, preparadora de elenco, encenadora, dramaturga, pesquisadora doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal do Ceará, onde pesquisa as cinematografias trans e as possibilidades de reestruturação do audiovisual brasileiro por meio dos eixos de formação, realização, redistribuição de acessos e políticas afirmativas. Atualmente é diretora de Descentralização e Pesquisa da Associação de Profissionais Trans do Audiovisual (APTA), e mestra em Artes pelo Programa de Pós-Graduação em Artes da Universidade Federal do Ceará e Licenciada em Teatro pelo IFCE – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará.

Daniel Veiga é roteirista, dramaturgo e ator. É autor da série Tormenta e do longa-metragem Terra de Sangue, premiado pelas Organizações dos Estados Ibero-Americanos/ICAB. É professor de roteiro na Academia Internacional (AIC) e na Escola Célia Helena, além de orientador do Núcleo de Dramaturgia da Escola Livre de Teatro, em Santo André, e coordenador pedagógico da oficina Narrativas LGBT+, no Museu Lasar Segall e do curso online Dramaturgia Pluriversal – Narrativas LGBTQIA+ pelo Itaú Cultural.

Como ator, ganhou os prêmios Kikito, Araibu e o Troféu Vento Norte pelo curta-metragem Você Tem Olhos Tristes, de Diogo Leite. Participou das séries 3% (Netflix), Lov3 (Prime Vídeo), Notícias Populares (Canal Brasil) e da inédita Jogo de Cena (série inédita de Toni Venturi), além de integrar o elenco 100% trans de Amanda e Caio, novo longa de Daniel Ribeiro.

SERVIÇO

Espetáculo Alice

Com Grupo Faces Jovem (MT)

De 27 a 30 de junho (de quinta-feira a sábado às 20h, e no domingo às 19h)

** Após as apresentações dos dias 27 e 28 haverá ação Pulsações, com conversas aberta ao público com Noá Bonoba (27) e Daniel Veiga (28).

Na Sala Itaú Cultural (Piso Térreo)

Capacidade: 224 lugares

Duração da peça: 60 minutos aproximadamente

Duração do Pulsações, nos dias 27 e 28: 40 minutos aproximadamente

Classificação Indicativa: 14 anos [temas sensíveis – não recomendado para menores de 14 anos por conteúdos sensíveis, preconceito e linguagem chula]

Entrada gratuita. Reservas de ingressos na plataforma INTI – acesso pelo site do Itaú Cultural www.itaucultural.org.br

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  • Data: 25/06/2024 08:06
  • Alterado:25/06/2024 08:06
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