Itaú Cultural apresenta 5ª edição de a_ponte – cena do teatro universitário

Quinta edição de a_ponte reúne artistas de nove estados em espetáculos, encontros e performances

  • Data: 12/09/2022 15:09
  • Alterado: 15/08/2023 22:08
  • Autor: Redação
  • Fonte: Itaú Cultural
Itaú Cultural apresenta 5ª edição de a_ponte – cena do teatro universitário

Canto para quem é de Noite

Crédito:Matheus Trindade

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De 13 a 18 de setembro (terça-feira a domingo), o Itaú Cultural movimenta seus palcos físicos e virtuais com a 5ª edição de a_ponte – cena do teatro universitário. A mostra se propõe a contribuir para a renovação da cena teatral, aproximando estudantes de teatro de um país com dimensão continental, ao diluir as fronteiras que os separam. Esta edição reúne convidados de nove estados (Amazonas, Ceará, Distrito Federal, Minas Gerais, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo), entre artistas, alunos, professores e especialistas do teatro e da dança, para dividir com o público uma cena teatral viva e pulsante das universidades e cursos teatrais.

Além de espetáculos e leituras de cenas, as ações realizadas neste ano na sede do Itaú Cultural contam com uma programação especial dentro do Arte na Rua, atividade tradicional aos domingos, em frente ao instituto. A 5ª edição de a_ponte vai além também no ambiente virtual, disponibilizando – de 13 de setembro a 13 de outubro –um espetáculo especial, AMORta, do coletivo amazonense Nupramta, em paralelo aos que já estarão em cartaz em setembro.

Como sempre no Itaú Cultural, toda a programação é gratuita. Para participar de cada uma das atividades presenciais na Sala Itaú Cultural e na Sala Vermelha, ou nas conversas via Zoom, os ingressos devem ser reservados pela plataforma INTI.

Lançamentos

A abertura de a_ponte em 2022 é marcada com o lançamento da 3ª edição do edital de seleção de Trabalhos de Conclusão de Curso (TCCs) e pesquisas estudantis em artes cênicas, em cursos superiores e técnicos. As inscrições devem ser feitas no site do Itaú Cultural, das 17h do dia 13 de setembro às 17h do dia 13 de outubro. São válidas para inscrições, pesquisas com término nos anos de 2021 e/ou 2022 e resultado de pesquisas concluídas nesse mesmo período. Serão selecionados até 20 projetos, divulgados a partir do dia 19 de dezembro, e os contemplados irão compor a programação da convocatória em 2022/2023, promovida pela instituição.

Outro lançamento é a 2ª edição da publicação virtual pontilhados: pesquisas da cena universitária, que reúne os 20 textos selecionados na convocatória anterior. O material fica disponível no site do Itaú Cultural a partir do dia 13.

Palco

Com curadoria do Núcleo de Artes Cênicas do Itaú Cultural, a programação presencial começa no mesmo dia 13 (terça-feira), às 19h, com a estreia de Um Memorial para Antígona, uma abertura de processo do coletivo interdisciplinar Comitê Escondido Johann Fatzer, nascido na Universidade de São Paulo – USP e dedicado a` investigação cênica.

Com direção de Vicente Antunes Ramos, a trama parte da construção ficcional de um memorial para Antígona – tragédia grega escrita por Sófocles –, para discutir sobre o pacto nacional que se estabeleceu no Brasil na transição entre a ditadura militar e o período democrático. Sobem à cena sete atores que manipulam documentos sobre a criação da Lei da Anistia de 1979, e que, por meio de depoimentos de personagens gregas, contam o mito da Antígona com eco na história nacional.

Na noite seguinte, 14 (quarta-feira), no mesmo horário, é a dança quem conduz a programação, com Nada Mais Seria como Antes, do grupo paranaense Estranha Companhia de Dança-teatro. Com direção, pesquisa de linguagem e apresentação de Gabriel Paleari, bacharel em artes cênicas pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) – berço da graduação também de toda a equipe envolvida –, a apresentação aborda a dificuldade de se comunicar com os outros, criando uma atmosfera que convida o espectador a mergulhar no universo do dançarino, suas sensações, dilemas e anseios universais.

De volta à linguagem do teatro, a programação apresenta no dia 15 (quinta-feira) mais uma abertura de processo: Portas de São Pedro, com Nathalia Fiuza, do Laboratório de Teatro – Escola Porto Iracema, do Ceará. Aqui, o ponto de partida é o Edifício São Pedro, construído na década de 1950, na orla da Praia de Iracema, em Fortaleza, no Ceará.

O prédio foi levantado em formato de navio, e acabou tomando forma de favela, naufragando aos poucos aos pés da areia do mar. A construção carrega histórias dos que ali residiram ou residem. O espetáculo, por sua vez, conta a história desse edifício, assim como de pessoas e da vida na cidade.

Na sexta-feira, 16, a programação abre com o espetáculo teatral A Jornada de um Herói, da carioca Cia. Atores da Fábrica (RJ), formada por diretores, alunos e ex-alunos da escola Fábrica dos Atores e Materiais Artísticos (Escola livre F.A.M.A.). Com direção de Alexandre O. Gomes, o ator Mateus Amorim vive José. Demitido de uma fábrica de carvão ao questionar a diminuição do seu tempo de almoço, ele vai atrás do seu Fundo de Proteção e Garantia ao Trabalhador Desempregado (FGTS), única opção para sustentar a sua família.

O personagem enfrenta monstros e diversos outros perigos, ressignificados nas dificuldades cotidianas de um homem negro, pobre, semianalfabeto e desempregado. Nesta epopeia urbana, o ônibus cheio, uma fila quilométrica e um gerente de banco esnobe embalam a resistência e heroísmo de José.

No sábado, 17, também às 19h, o palco é da performance multiartística Canto Para Quem é de Noite, do Coletivo NEGA (Negras Experimentações Grupo de Arte), primeiro grupo de teatro negro de Santa Catarina, criado há 10 anos, na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). Reunindo música, teatro, poesia, dança, oralidade e história, o espetáculo apresenta um repertório de canções autorais em rap, samba, blues e reggae para falar de racismo, questões de gênero e sobre a condição sociopolítica das pessoas negras brasileiras. O som é a fonte de inspiração, poder e resistência, ponto marcante na luta contra o racismo e na vida afetiva das pessoas negras.

A programação presencial fecha no domingo, 18, às 18h, com o espetáculo de dança Eu Vim da Ilha, com a Cia. de Dança do Sesc Petrolina – há 27 anos é um dos espaços de formação cultural na região do Vale do São Francisco, em Pernambuco. Propondo um diálogo entre movimento e sensações de pertencimento, inspira-se em elementos e signos da Ilha do Massangano, comunidade situada no meio do Rio São Francisco, em Petrolina, como a travessia, o rio, o samba, os sons e as pessoas de lá.

Além da cena

Em paralelo às atividades no palco, a 5ª edição de a_ponte: cena do teatro universitário traz duas ações reflexivas. Uma delas é Leituras sobre as Cenas, programação presencial que recebe convidados para compartilhar suas percepções e leituras dos espetáculos apresentados. O primeiro encontro acontece no dia 16 (sexta-feira), às 14h30, na Sala Vermelha, com Verônica Veloso, professora e pesquisadora do Departamento de Artes Cênicas da USP, e o artista Daniel Kairoz, das artes do corpo. A dupla fala sobre os espetáculos Um Memorial para Antígona, Nada Seria como Antes e Portas de São Pedro. No domingo, às 15h, a segunda e última mesa recebe a dramaturga paulista Dione Carlos, que abordará A Jornada de um Herói e Canto para quem é de Noite.

A outra ação é a série Comunicação Oral, a ser transmitida pela plataforma Zoom, com ingressos reservados via INTI. Dividida em quatro encontros, a atividade recebe professores convidados e estudantes contemplados no edital anterior para conversas, sempre às 17h, sobre os trabalhos a partir de temáticas centrais abordadas.

Permanência e Invenção nas Artes Cênicas é o tema do bate-papo do dia 13, com a participação da professora Alice Stefânia Curi, da Universidade de Brasília (UnB). No dia 14, Marcos Antônio Alexandre, professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) fala sobre Empretecimento. A professora Renata Pimentel, da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), é a convidada do dia 15 com o tema Esgarçando a dicotomia “teoria e prática”. Vicente Concilio, docente da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), traz à conversa o tema Perseguindo o “Comum” em Arte e Cena.

Especiais

O Itaú Cultural expande as ações de 2022 de a_ponte à sua programação habitual na sede do instituto, na Avenida Paulista, assim como no ambiente virtual.

Das 19h de 13 de setembro às 23h59 de 13 de outubro, disponibiliza em seu site, o experimento performativo audiovisual AMORta, do coletivo Nupramta – Núcleo de Práticas Meditativas no Treinamento do Artista. Criado em 2015 pela pesquisadora e artista Vanja Poty, o grupo virou em 2016 um projeto de extensão e pesquisa da Universidade do Estado do Amazonas (UEA).

O experimento é inspirado no espetáculo A Morta, estreado em 2019, partindo do conto homônimo do francês Guy de Maupassant. Ele utiliza a linguagem do teatro performativo para colocar em debate os relacionamentos abusivos, o espaço das mulheres na arte e na sociedade, as masculinidades tóxicas e as experiências da civilização ocidental com a morte, evocando, aqui as realidades de mulheres brasileiras e amazonenses.

No presencial, a programação extra fica por conta da performance A Bolha, com Daniely Peinado, também Nupramta. No dia 18, às 14h, ela integra a programação Arte na Rua, realizada todos os domingos na calçada em frente ao Itaú Cultural. O experimento tem como mote a exploração de memórias do cenário de pandemia, com uma ação da atriz dentro de uma bolha que remete ao isolamento social forçado, à ampliação da divisão da população em guetos, à reflexão acerca da fragilidade da vida humana e diversos desdobramentos a partir de então.

SERVIÇO

a_ponte: cena do teatro universitário

De 13 a 18 de setembro (terça-feira a domingo)

Programação presencial e virtual gratuitas (informação completa no material anexado).

Para a programação presencial: Reserva de ingressos pela plataforma INTI

Saiba mais em www.itaucultural.org.br

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  • Data: 12/09/2022 03:09
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