Inquérito é aberto para investigar ameaça a jornalista Natuza Nery por policial civil
Caso ocorreu na noite da última segunda-feira, em São Paulo
- Data: 02/01/2025 15:01
- Alterado: 02/01/2025 15:01
- Autor: Redação
- Fonte: Agência Brasil
Crédito:Divulgação
A Polícia Civil de São Paulo deu início a um inquérito para apurar as circunstâncias em que um policial civil ameaçou a jornalista e apresentadora Natuza Nery, da Globonews. O incidente ocorreu na noite da última segunda-feira (30), durante uma visita da jornalista a um supermercado localizado no bairro de Pinheiros, na zona oeste da capital paulista.
De acordo com informações fornecidas pela Secretaria de Segurança Pública do estado, após ser ameaçada, Natuza Nery acionou a Polícia Militar pelo número 190. Tanto a jornalista quanto o agressor foram levados ao 14º Distrito Policial, onde foi registrado o boletim de ocorrência.
Dado que o envolvido é um agente da Polícia Civil, a Corregedoria da instituição assumiu a responsabilidade pela investigação, visando examinar a conduta do policial, que já foi afastado de suas funções operacionais enquanto as apurações prosseguem.
Em resposta ao ocorrido, Jorge Messias, ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), expressou seu apoio à jornalista através de suas redes sociais. Ele destacou a necessidade de ações imediatas por parte das autoridades de São Paulo para investigar e responsabilizar o responsável pelas ameaças. “A liberdade de expressão e o trabalho dos jornalistas são pilares fundamentais da democracia. Quando um profissional da imprensa é agredido, todos nós saímos perdendo“, afirmou Messias.
A situação também chamou a atenção do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, que se manifestou nas redes sociais sobre o caso. Mendes ressaltou que o ataque sofrido por Natuza Nery, em virtude do exercício de sua profissão, exige uma resposta rápida das autoridades competentes, especialmente dos órgãos encarregados da persecução penal. “É uma questão essencial para nossa civilização; as democracias precisam do jornalismo profissional; sem ele, não há liberdade de informação e, consequentemente, liberdade de expressão”, disse Mendes.
O ministro dos Transportes, Renan Filho, também comentou o episódio, revelando que o policial civil já havia se envolvido em outras situações problemáticas anteriormente, como ataques às urnas eletrônicas e declarações favoráveis a um golpe contra a democracia. Ele citou uma frase proferida pelo agressor durante o encontro com Natuza: “Pessoas como você merecem ser aniquiladas”, enfatizando que esse tipo de comportamento é covarde e ressaltando que tal atitude não teria ocorrido se Natuza não fosse mulher.
Além das reações oficiais, a Transparência Internacional manifestou seu repúdio às hostilidades contra profissionais do jornalismo e expressou solidariedade à jornalista em questão.