Infectologistas criticam fala de Bolsonaro e defendem isolamento social
A Sociedade Brasileira de Infectologia afirmou que o pronunciamento de Bolsonaro, que se refere ao coronavirus como um esfriadinho e contrário ao fechamento de escolas traz "preocupação"
- Data: 25/03/2020 13:03
- Alterado: 25/03/2020 13:03
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Os infectologistas consideram o isolamento "fundamental" no atual estágio da epidemia
Crédito:Reprodução
Os infectologistas consideram o isolamento “fundamental” no atual estágio da epidemia, classificada como a mais grave já enfrentada pelo País em sua história recente.
Para a entidade, Bolsonaro pode passar “falsa impressão à população de que as medidas de contenção social são inadequadas e que a covid-19 é semelhante ao resfriado comum”.
“É também temerário dizer que as cerca de 800 mortes diárias que estão ocorrendo na Itália, realmente a maioria entre idosos, seja relacionada apenas ao clima frio do inverno europeu. A pandemia é grave, pois até hoje já foram registrados mais de 420 mil casos confirmados no mundo e quase 19 mil óbitos, sendo 46 no Brasil”, diz outro trecho.
A organização destaca que o País está “numa curva crescente de casos, com transmissão comunitária (quando não é mais possível identificar a origem da transmissão) do vírus e o número de infectados está dobrando a cada três dias”.
“A epidemia é dinâmica, assim como devem ser as medidas para minimizar sua disseminação. ‘Ficar em casa’ é a resposta mais adequada para a maioria das cidades brasileiras neste momento, principalmente as mais populosas”, afirma a entidade em nota.
Através do presidente da entidade, Clóvis Arns da Cunha, os infectologistas defendem as ações adotadas pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e sua equipe.
“Também concordamos que devemos ter enorme preocupação com o impacto socioeconômico desta pandemia e a preocupação com os empregos e sustento das famílias. Entretanto, do ponto de vista científico-epidemiológico, o distanciamento social é fundamental para conter a disseminação do novo coronavírus, quando ele atinge a fase de transmissão comunitária”, diz a associação.