Inezita Barroso: Centenário de uma lenda da música brasileira

A trajetória artística de Inezita deixou uma impressão duradoura na música nacional, especialmente no que se refere à cultura caipira

  • Data: 04/03/2025 07:03
  • Alterado: 04/03/2025 07:03
  • Autor: Redação
  • Fonte: Agência Brasil
Inezita Barroso: Centenário de uma lenda da música brasileira

Inezita Barroso

Crédito:Reprodução - TV Cultura

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Na data de hoje, 4 de março, o Brasil celebra o centenário de Inezita Barroso, uma das figuras mais proeminentes da cultura brasileira. Nascida Ignez Magdalena Aranha de Lima em 1925, na capital paulista, Inezita se destacou como cantora, atriz, instrumentista e apresentadora, além de ser uma respeitada folclorista e educadora dedicada à pesquisa da cultura popular.

A trajetória artística de Inezita deixou uma impressão duradoura na música nacional, especialmente no que se refere à cultura caipira, a qual promoveu incansavelmente através de sua obra. Seu legado é amplamente lembrado pelo programa “Viola, Minha Viola”, que estreou em 1980 na TV Cultura e continua a ser reprisado até os dias atuais.

O êxito de Inezita é atribuído não apenas ao seu inegável talento, mas também ao profundo conhecimento que possuía sobre o gênero musical que adotou. Aloisio Milani, jornalista e pesquisador que colaborou com a artista por oito anos na produção do programa mencionado, declarou: “Inezita era obcecada pela cultura brasileira e fez disso sua missão de vida”.

Milani está prestes a lançar um livro digital que contará histórias sobre Inezita e sua canção mais famosa, “moda da pinga”, escrita por Ochelsis Aguiar Laureano. O autor também promete compartilhar relatos sobre sua formação musical ao lado de ícones como Paulo Autran e Renato Consorte, além de detalhes dos bastidores relacionados aos seus discos favoritos.

O jornalista destacou ainda a dedicação com que Inezita conduzia seu programa, onde apresentou tanto artistas renomados quanto novos talentos da música interiorana. O palco do “Viola, Minha Viola” recebeu grandes nomes como Irmãs Galvão, Liu e Léo e Almir Sater, entre outros.

Walter de Souza, pesquisador da Escola de Comunicação e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo e autor do livro “Moda Inviolada – uma história da música caipira”, ressaltou a importância dos registros históricos feitos por Inezita ao longo de sua carreira. “Ela simbolizou a tradição musical caipira paulista em um contexto em que essa se fundia com influências internacionais”, afirmou Souza.

Além disso, ele enfatizou que o principal motor da carreira de Inezita foi a defesa da música brasileira e a preservação da identidade caipira frente à crescente comercialização do gênero sertanejo.

Trajetória Profissional

Inezita Barroso teve uma carreira rica e diversificada. Formada em biblioteconomia pela Universidade de São Paulo (USP), recebeu o título honoris causa da Universidade de Lisboa em reconhecimento aos seus estudos sobre folclore. Em sua jornada nas ondas do rádio, ela interpretou composições coletadas pelo célebre Mário de Andrade na Rádio Clube de Recife e passou pela rádio Bandeirantes antes de se firmar na Record em 1950. Foi nesse mesmo ano que adotou o nome artístico Inezita Barroso.

No cinema, ela participou de diversos filmes importantes como “Ângela” (1950), “O Craque” (1953) e “É Proibido Beijar” (1954). Durante a década de 70, apresentou-se em eventos internacionais e se destacou como apresentadora na televisão e rádio, consolidando-se com o icônico programa “Viola, Minha Viola”, que dirigiu por 35 anos até pouco antes de seu falecimento em 8 de março de 2015.

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  • Data: 04/03/2025 07:03
  • Alterado:04/03/2025 07:03
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