Industriais de Santo André propõem medidas para maior competitividade
Reforma tributária, legislação trabalhista condizente com a realidade, renovação das licenças ambientais e solução do gargalo das matérias-primas são prioridades da indústria no município
- Data: 19/05/2021 19:05
- Alterado: 19/05/2021 19:05
- Autor: Redação
- Fonte: Ciesp e Fiesp
Crédito:Divulgação
Empresários de Santo André, em reunião virtual, na tarde desta quarta-feira (19/5), com Rafael Cervone, vice-presidente da Federação e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP/CIESP), apresentaram os principais problemas e medidas capazes de contribuir para o fortalecimento e maior grau de competitividade do setor no município. Ao abrir o encontro, Emanuel José de Viveiros Teixeira, uma das lideranças empresariais da cidade, salientou que “o ambiente de negócios do Brasil exige muito do empreendedor. É uma rotina perversa”. Por isso, frisou, “queremos isonomia de condições para concorrer com o Exterior”.
Mauri Zaccarelli, sócio de uma fábrica multinacional de médio porte na área de peças de alumínio, cuja sede localiza-se em Chicago (EUA) e que tem unidade em Santo André, relatou que, devido ao “Custo Brasil”, imprevisibilidade, falta de segurança jurídica, excesso e complexidade dos impostos, “está muito difícil direcionar investimentos para o Brasil”. Há mais predisposição de se colocar capital no México, alertou, citando exemplos de apoio à indústria em outros países, como na China – onde sua empresa também tem negócios -, que está devolvendo às indústrias 40% do valor que investiram, como estímulo à produção em meio à pandemia da Covid-19. “Aqui no Brasil, temos sido cobrados indevidamente por impostos que não devemos, tendo de fazer depósitos milionários em juízo. E quando ganhamos, demoramos muito para receber de volta”.
A empresária Ângela Secco apontou o problema do anacronismo da legislação trabalhista, que, apesar da reforma parcial de 2017, continua inadequada no contexto das rápidas transformações da economia e da tecnologia. Daniel Adolfo destacou o problema da postura nociva do poder público contra a indústria, inclusive no plano municipal.
Dentre os problemas atuais, o industrial Roberto Francisco da Silva citou a necessidade de prorrogação dos prazos dos licenciamentos ambientais em decorrência da pandemia. Sobre esta questão específica, Rafael Cervone informou que a FIESP e o CIESP já estão interagindo com a Cetesb. “Conhecemos as dificuldades aqui em Santo André, onde vocês têm 50% em áreas de manancial. Também estamos tratando com a estatal paulista da questão dos valores das taxas das licenças, muito elevadas”.