Indígenas da amazônia criam G9, coalizão para pressionar governos por proteção da floresta

Durante a COP16, em Cali, na Colômbia, indígenas de nove países amazônicos anunciaram o G9, um novo grupo de coalizão que busca unir forças para defender o bioma amazônico e os direitos dos povos tradicionais.

  • Data: 30/10/2024 20:10
  • Alterado: 30/10/2024 20:10
  • Autor: redação
  • Fonte: Folhapress
Indígenas da amazônia criam G9, coalizão para pressionar governos por proteção da floresta

Crédito:COIAB / DIVULGAÇÃO

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“A resposta somos nós.” Com este mote, indígenas dos nove países da amazônia divulgam o G9, novo grupo de coalizão anunciado durante a COP16, conferência da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre biodiversidade que ocorre em Cali, na Colômbia. 

O G9 da Amazônia Indígena, como o grupo foi intitulado, deve a partir de agora unir as demandas locais de cada país para pressionar de forma conjunta os seus respectivos governos pela defesa do bioma, dos povos tradicionais, da biodiversidade e do clima global. 

No último sábado (26), organizações indígenas de Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela formaram a aliança inédita e pactuaram estratégias. 

Na ocasião, a delegação do Brasil lançou também uma declaração conjunta dos povos indígenas rumo à COP30 (convenção do clima da ONU que será realizada em Belém em 2025). O manifesto exige do governo brasileiro a copresidência do evento e o fim da extração de petróleo e gás na amazônia. 

Segundo os indígenas, o G9 não contará, inicialmente, com grupos de direção, sede ou processos de escolha de dirigentes. A proposta é que todas as organizações participantes tenham o mesmo peso na tomada de decisões, feita em consenso. 

A primeira reivindicação das comunidades da Pan-Amazônia é o reconhecimento, pelos governos de todo o mundo, de que os povos tradicionais são as principais autoridades morais no que se refere à conservação dos biomas e à proteção da diversidade de espécies e do clima. 

Os povos indígenas, autointitulados como melhores gestores territoriais, defendem que protegem a natureza sem financiamento adequado e com pouca participação em negociações internacionais. 

Segundo eles, os conhecimentos tradicionais ajudam a conter a perda de biodiversidade e os seus territórios impedem a destruição da floresta. 

O Brasil é representado no grupo pela Coiab (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira), que é um das bases que formam a Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), considerada a maior entidade de representação indígena do país. 

Toya Manchineri, coordenador-geral da Coiab, afirmou que o grupo de coalizão prepara um caminho de diálogos sobre soluções climáticas para a COP30. 

“O G9 é um espaço técnico e político para que possamos cada vez mais unificar o movimento indígena da Bacia Amazônica, pensando em fazer incidência tanto nas COPs climáticas como na COP da biodiversidade”, disse, durante o evento de criação do grupo. 

“Precisamos estar cada vez mais unidos discutindo os temas que são de relevante importância para nós, povos indígenas, mas também para a sociedade não indígena, ou seja, trabalhar para que cada vez mais possamos trazer pessoas que possam contribuir com os povos indígenas na defesa do meio ambiente, do clima e na defesa da vida.” 

Na declaração assinada pela Apib e suas organizações de base, os povos indígenas do Brasil afirmam que não aceitarão projetos predatórios e que ameacem suas vidas e seus territórios, como empreendimentos de petróleo e gás. 

“Não aceitaremos mais nenhum projeto de petróleo e gás e qualquer outra forma de exploração predatória na amazônia brasileira, em nossos territórios e nossos ecossistemas. Não haverá preservação da biodiversidade e nem territórios indígenas seguros em um planeta em chamas”, diz trecho do manifesto. 

“Diante do colapso iminente da sustentação da vida no planeta, ações fortes e efetivas precisam ser tomadas. Enquanto os governos continuam querendo mediar metas insuficientes e financiamentos vazios, queremos anunciar que, a partir de agora, só haverá paz com a natureza se declararmos abertamente a guerra contra os combustíveis fósseis e qualquer outro projeto predatório que ameaça a vida no planeta”, escrevem também. 

PROPOSTAS DO G9 

– Conservação da biodiversidade 

– Direitos territoriais 

– Financiamento direto 

– Proteção aos povos indígenas em isolamento e contato inicial 

– Escolas de formação e liderança indígenas 

– Unidade do movimento indígena amazônico 

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  • Data: 30/10/2024 08:10
  • Alterado:30/10/2024 20:10
  • Autor: redação
  • Fonte: Folhapress









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