Indicado ao Pentágono evita dizer se obedeceria à ordem ilegal de Trump

Sabatina tensa: Pete Hegseth defende suas polêmicas sobre mulheres nas Forças Armadas e acusações de abuso durante audiência no Senado.

  • Data: 14/01/2025 22:01
  • Alterado: 14/01/2025 22:01
  • Autor: redação
  • Fonte: Folhapress
Indicado ao Pentágono evita dizer se obedeceria à ordem ilegal de Trump

Donald Trump

Crédito:Reprodução/Instagram

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Durante uma sabatina intensa realizada no Senado dos Estados Unidos, o ex-militar e comentarista da Fox News, Pete Hegseth, indicado pelo presidente eleito Donald Trump para assumir o Departamento de Defesa, enfrentou questionamentos contundentes de senadores, especialmente do Partido Democrata. A audiência ocorreu na terça-feira, 14, e Hegseth se viu em uma situação delicada ao ser questionado sobre a possibilidade de obedecer a ordens ilegais emanadas da Casa Branca, além de se defender de graves acusações relacionadas a abuso sexual.

Com 44 anos, Hegseth foi confrontado sobre suas opiniões controversas acerca da presença feminina nas Forças Armadas. Ele havia manifestado anteriormente que não acreditava que mulheres deveriam ocupar funções de combate, uma posição que ele não rejeitou categoricamente durante a sabatina. O indicado afirmou que apoiaria a inclusão feminina nas forças armadas apenas se os critérios estabelecidos não fossem alterados e ressaltou que esses padrões deveriam ser fundamentados na “igualdade, não equidade”.

Hegseth criticou os programas de diversidade implementados pelo Pentágono, argumentando que eles comprometem a eficácia militar. No entanto, a senadora democrata Kirsten Gillibrand contradisse suas alegações ao afirmar que não existem cotas para cargos de combate no Departamento de Defesa.

A sabatina ocorreu no Comitê das Forças Armadas do Senado, sob controle republicano, mas com a participação significativa de membros democratas. Com o processo já em andamento, o comitê deverá votar sobre a nomeação de Hegseth na próxima segunda-feira, dia 20. Se aprovado — o que é considerado provável — sua indicação será submetida ao plenário do Senado, onde necessitará do apoio da maioria simples dos cem senadores para assumir o cargo de chefe do Pentágono. Em caso de empate na votação, caberá ao futuro vice-presidente J.D. Vance decidir.

Em um dos momentos mais tensos da audiência, Hegseth teve um embate direto com a senadora Elissa Slotkin. Ao ser indagado sobre o cumprimento de ordens ilegais por parte do presidente Trump, ele evitou responder diretamente, alegando não acreditar que o presidente emitiria tais ordens. Slotkin lembrou relatos do ex-secretário de Defesa Mark Esper sobre tentativas do então presidente em utilizar as Forças Armadas contra manifestantes durante os protestos antirracistas em 2020.

Hegseth destacou sua intenção de “restaurar a cultura do guerreiro” nas Forças Armadas e sugeriu uma possível reestruturação do alto escalão militar. Ele enfatizou que todos os oficiais devem ser avaliados com base em mérito e comprometimento com as ordens recebidas.

Apesar das críticas e pressões enfrentadas durante a sabatina, senadores republicanos se mostraram favoráveis à candidatura de Hegseth. A senadora Joni Ernst, uma ex-militar que também foi vítima de abuso sexual, declarou estar satisfeita com as respostas dadas por Hegseth durante a sessão.

Hegseth também foi questionado sobre diversas acusações envolvendo comportamentos inadequados e abuso de álcool. Quando pressionado por detalhes sobre esses episódios embaraçosos por parte do senador Mark Kelly, ele respondeu repetidamente que eram “difamações anônimas”.

Em 2017, um caso envolvendo uma acusação grave contra Hegseth foi amplamente divulgado. Uma mulher alegou ter sido estuprada por ele em um hotel na Califórnia; entretanto, o ex-militar contestou essa afirmação dizendo que a relação foi consensual e apontou que estava sob efeito de álcool no momento do incidente. A investigação policial não resultou em acusações formais contra Hegseth e ele posteriormente chegou a um acordo financeiro com a suposta vítima.

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  • Data: 14/01/2025 10:01
  • Alterado:14/01/2025 22:01
  • Autor: redação
  • Fonte: Folhapress









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