Inadimplência segue aumentando no Grande ABC
Também foi registrado um aumento de inadimplência de contas de consumo, como luz e água
- Data: 19/05/2023 15:05
- Alterado: 19/05/2023 15:05
- Autor: Redação
- Fonte: Agência GABC
Crédito:Marcello Casal Jr. / Agência Brasil
A CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) de São Caetano do Sul apresentou novo estudo de inadimplência na região, com dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e apoio da Agência de Desenvolvimento Econômico Grande ABC. Os dados mostram que o número de inadimplentes residentes na região da Grande ABC cresceu 13,58% em abril de 2023, em relação a abril de 2022.
O dado ficou acima da média da região Sudeste (6,87%) e acima da média nacional (8,08%). Na passagem de março para abril, o número de devedores da região da Grande ABC cresceu 1,84%. Na região Sudeste, na mesma base de comparação, a variação foi de 0,17%.
A abertura por faixa etária do devedor mostra que o número de devedores com participação mais expressiva residentes na região em abril foi o da faixa de 30 a 39 anos (25,68%). A participação dos devedores por sexo segue bem distribuída, sendo 50,46% mulheres e 49,54% homens.
Em abril de 2023, cada consumidor negativado da região devia, em média, R$ 5.191,73 na soma de todas as dívidas. Os dados ainda mostram que 26,07% dos consumidores da região tinham dívidas de valor de até R$ 500, percentual que chega a 38,09% quando se fala de dívidas de até R$ 1.000.
O tempo médio de atraso dos devedores negativados residentes na região da Grande ABC é igual a 25,2 meses, sendo que 33,22% dos devedores possuem tempo de inadimplência de 1 a 3 anos. Em abril de 2023, o número de dívidas em atraso de moradores da região da Grande ABC cresceu 26,60%, em relação a abril de 2022. O dado ficou acima da média da região Sudeste (17,52%) e acima da média nacional (18,42%). Na passagem de março para abril, o número de dívidas da região da Grande ABC cresceu 2,47%. Na região Sudeste, nessa mesma base de comparação, a variação foi de 0,08%.
Com relação ao perfil das dívidas, o setor bancário registrou o maior número de dívidas na região, em novembro de 2022 eram cerca de 74,37% e em abril de 2023 ultrapassaram 75%. As contas de água e luz seguem em segundo lugar, com 10 % das dívidas ativas.
Em abril de 2023, cada consumidor inadimplente residente na região da Grande ABC tinha em média 2,078 dívidas em atraso. O número ficou acima da média da região Sudeste (2,076 dívidas por pessoa inadimplente) e acima da média nacional registrada no mês (2,051 dívidas para cada pessoa inadimplente).
Para Alexandre Damásio, presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de São Caetano do Sul, a importância do monitoramento está na possibilidade de encontrar soluções antes que a inadimplência seja irreversível. “A manutenção das dívidas por um longo período demonstra a dificuldade econômica da população e a ausência de um pacto regional a favor da educação financeira. Precisamos aproveitar para ensinar como administrar o dinheiro enquanto ainda há dinheiro na praça”, explica Damásio.
O presidente da Agência de Desenvolvimento, Aroaldo da Silva, falou sobre o endividamento das famílias e a forma que isso afeta a economia regional. “É necessário um novo modelo, uma nova forma de pensar como será essa questão do crédito na região, que seja também conectado à renda regional. Há o endividamento das famílias e, de fato, a necessidade da organização dos atores regionais para enfrentarmos e cadenciar essas dívidas, que vem comprometendo a renda econômica da região”, comenta Silva.