Idosa é detida por furtos em Santos e clama por ajuda em meio à vulnerabilidade
"Eu preciso comer e não tenho onde morar", disse a mulher
- Data: 27/12/2024 11:12
- Alterado: 27/12/2024 11:12
- Autor: Redação
- Fonte: G1
Crédito:Reprodução - G1
Uma mulher de 63 anos foi detida pela Polícia Militar ao desembarcar de um ônibus em Santos, após ser reconhecida por passageiros que a identificaram como autora de uma série de furtos, incluindo caixinhas de Natal e celulares. A detenção ocorreu na manhã do último sábado (21), mas a idosa foi liberada após prestar depoimento no 7° Distrito Policial, uma vez que não houve flagrante.
A mulher, que possui um histórico criminal desde 1984, afirmou em entrevista à TV Tribuna que os furtos foram motivados pela sua situação de vulnerabilidade. “Eu precisava comer e não tenho onde morar”, declarou, ressaltando que sua liberdade não é desejada, pois ao voltar para as ruas, ela não teria abrigo.
Ela explicou que não foi sempre assim; anteriormente tinha familiares com quem morou, mas atualmente está sozinha. Em suas palavras: “Eu já fui presa antes por furto, mas sempre fiquei pouco tempo detida”. Ela enfatizou que nunca fez mal a ninguém intencionalmente e se justificou dizendo: “Nunca mexi em nada de ninguém”.
A idosa também confessou que vendeu os celulares furtados para conseguir dinheiro para alimentação e pediu ajuda para sair dessa situação: “Não vou continuar furtando, mas preciso ter alguém para me ajudar, me colocar em uma clínica”.
Os relatos sobre os furtos foram corroborados por funcionários de estabelecimentos comerciais da região. Tânia Moreira, funcionária de uma loja na Avenida Ana Costa, descreveu como a idosa distraiu uma atendente enquanto furtava um celular. “Ela pediu para esquentar um salgado e aproveitou o momento para pegar o aparelho”, contou Tânia.
A funcionária ainda levantou a hipótese de que poderia haver alguém ajudando a idosa nos crimes, uma vez que o celular estava sendo utilizado após o furto. Outro incidente envolvendo a mesma mulher foi registrado em uma loja de conveniência em Praia Grande e na Doceria Cássia em São Vicente, onde ela também conseguiu furtar caixinhas destinadas aos funcionários.
Rita de Cássia, proprietária da doceria onde ocorreu um dos furtos, expressou surpresa com a ação da idosa. “É até cômico se não fosse trágico”, comentou Rita, enfatizando que seus funcionários contavam com o dinheiro da caixinha para planos pessoais, como a compra de fraldas por uma gestante. Apesar da indignação coletiva gerada pelo incidente, Rita decidiu não registrar um boletim de ocorrência.