Hospital Santa Cruz realiza campanha de prevenção ao suicídio
Setembro Amarelo tem como objetivo chamar a atenção dos governos e da sociedade para a relevância de se falar sobre este assunto
- Data: 22/09/2021 13:09
- Alterado: 22/09/2021 13:09
- Autor: Redação
- Fonte: Hospital Santa Cruz
Campanha “Procurar ajuda é um ato de coragem. Oferecer ajuda é um ato de solidariedade”.
Crédito:Marcelo Camargo / Agência Brasil
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada 40 segundos uma pessoa morre por suicídio no mundo. Já ao que se refere às tentativas, uma pessoa atenta contra sua própria vida a cada três segundos. Em termos numéricos, é calculado que cerca de um milhão de casos são registrados por ano em todo o mundo.
O Setembro Amarelo é uma iniciativa do Centro de Valorização da Vida (CVV), da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e do Conselho Federal de Medicina (CFM). A campanha deste ano do Hospital Santa Cruz, de Curitiba, tem como tema “Procurar ajuda é um ato de coragem. Oferecer ajuda é um ato de solidariedade”.
O Hospital abordou alguns sintomas comuns e que podem auxiliar para que se perceba a necessidade de buscar apoio psicológico:
- Muita tristeza sem um motivo aparente;
- Falta de prazer por coisas que costumava gostar;
- Dificuldade para dormir ou excesso de sono;
- Vontade de “fugir” das pessoas, para evitar qualquer tipo de contato social;
- Desânimo constante para se levantar da cama;
- Dificuldade para realizar tarefas simples do dia a dia;
- Sentimentos de ansiedade ou pensamentos negativos.
Os sintomas podem variar de pessoa para pessoa, sendo necessário uma autoanálise para identificar quando é o momento de buscar ajuda e uma avaliação com um profissional especializado.
“Cada suicídio afeta e muito as pessoas que ficam. Isto é um problema de saúde pública. Dentre os pacientes internados em hospital geral, o número de tentativas é de três a cinco vezes maior do que na população como um todo. Infelizmente, poucos casos chegam aos serviços de saúde. Reduzindo as possibilidades de assistência especializada ao sujeito em sofrimento”, explica a psicóloga da Equipe de Psicologia do Hospital Santa Cruz, Lara Ramos Xavier, CRP 08/21203.
Segundo estimativas da OMS, o suicídio é uma das principais ocorrências de óbito em todo o planeta. Em uma comparação, mais pessoas morrem de suicídio do que de HIV, homicídio, malária e câncer de mama.
A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) aponta que o suicídio é a segunda principal causa de morte entre os jovens de 15 e 29 anos. Além disso, 79% dos suicídios no mundo ocorrem em países de baixa e média renda.
No Brasil, os casos passam de 12 mil por ano, e deste total, 96,8% estão relacionados a transtornos mentais, como por exemplo, depressão e transtorno bipolar. Este cenário é preocupante e serve de alerta para que a saúde mental seja um tema sempre discutido e disseminado, seja em família, grupo de amigos ou no ambiente profissional.
Estudos apontam que quase a totalidade dos óbitos por suicídio estão associados a um transtorno psiquiátrico que não foi tratado adequadamente ou sequer identificado e acompanhado. Por isso, a campanha Setembro Amarelo busca conscientizar a população sobre a importância da identificação e tratamento corretos das doenças mentais, visando contribuir para a redução desses números alarmantes.
Pandemia e aumento nos casos
Depois de tantos meses convivendo com a pandemia da Covid-19, a atenção à prevenção ao suicídio é ainda mais importante. O aumento de casos de desemprego, o estresse financeiro e o isolamento são fatores de risco para o suicídio e que merecem atenção. A nova orientação da OMS foi lançada mês passado e evidencia que é necessário intensificar os esforços de prevenção ao suicídio.
“A pandemia é um grande fator de risco. Se disponha a ouvir quem está ao seu lado, conheça seus sentimentos e esteja por perto, mostrando que é possível encontrar ajuda. Incentive a busca por ajuda profissional. Sugestões de onde encontrar: www.posvencaodosuicidio.com.br, CVV: 188 ou www.cvv.org.br e www.mapasaudemental.com.br. Além de psicólogos especializados”, finaliza a psicóloga.