Homem que agrediu a pontapés cachorros da irmã de Zanin é absolvido
Juíza concluiu que Rogério Cardoso Júnior agiu para se defender de ataque iminente dos cães; decisão contraria conclusões da Polícia Civil, que indiciou o representante comercial por lesão corporal e maus-tratos a animais
- Data: 20/12/2023 09:12
- Alterado: 20/12/2023 09:12
- Autor: Redação
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Reprodução
A Justiça de São Paulo absolveu o homem que agrediu a pontapés os cachorros da advogada Caroline Zanin Martins, irmã do ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), em outubro.
O representante comercial Rogério Cardoso Júnior foi absolvido das acusações de lesão corporal dolosa e maus-tratos aos animais. A absolvição foi sumária, ou seja, a Justiça reconheceu que ele não é culpado e encerrou o processo.
A juíza Isaura Cristina Barreira, da 30.ª Vara Criminal de São Paulo, concluiu que o homem reagiu para evitar um ataque dos cachorros, da raça corgi, e que não houve agressões à Caroline.
A decisão contraria as conclusões da Polícia Civil, que indiciou Rogério. O inquérito policial foi conduzido pela 23.ª Delegacia de Polícia, em Perdizes, na zona Oeste de São Paulo, onde ocorreu o entrevero.
Para a juíza, a conduta do representante comercial está amparada pelo “estado de necessidade” – quando alguém incorre em uma conduta ilícita para se salvar de uma situação de perigo. “Não se trata de acobertar a conduta do réu, mas sim de avaliar que a situação fática não se enquadra como ilícito penal quando muito em um ilícito civil”, escreveu a magistrada.
A juíza decidiu com base em imagens de câmeras de segurança recuperadas pela Polícia Civil. Ela afirma que, pelas filmagens, fica claro que os cachorros puxaram a bermuda de Rogério ao cruzarem com o representante comercial pela primeira vez. Ele seguiu caminhando e, ao encontrar novamente com os cães, deu pontapés para afastá-los.
A decisão afirma que o homem “se antecipou”, porque percebeu a “projeção de ataque” dos animais. A juíza também afirma que Caroline foi “negligente” porque a coleira estava frouxa e que ela “não teve nenhum cuidado” para conter os cachorros.
O Instituto Médico Legal (IML) concluiu que a advogada sofreu escoriações leves na perna direita. Laudo veterinário apontou lesões na pata de um dos cães.