Hamas se declara pronto para trégua com Israel após cessar-fogo bem sucedido com Hezbollah no Líbano
Com o início do cessar-fogo às 4h desta quarta-feira, muitos residentes do sul do Líbano começaram a retornar às suas localidades
- Data: 27/11/2024 11:11
- Alterado: 27/11/2024 11:11
- Autor: Redação
- Fonte: G1
Crédito:Reprodução
O cenário geopolítico no Oriente Médio ganha novos contornos com o recente acordo de cessar-fogo estabelecido entre Israel e o Hezbollah no Líbano. Em meio a um clima de tensão persistente, o grupo Hamas manifestou apoio ao tratado, ao mesmo tempo em que acusou Israel de dificultar negociações semelhantes na Faixa de Gaza.
Na quarta-feira (27), um oficial do Hamas, sob condição de anonimato, declarou à agência AFP que o grupo está disposto a avançar com conversas sobre a troca de prisioneiros, mediadas por Egito, Catar e Turquia. O cessar-fogo no Líbano foi saudado como uma vitória significativa para os grupos de resistência da região.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou oficialmente o acordo na terça-feira (26), destacando esforços para replicar a trégua em Gaza. A medida foi bem recebida internacionalmente, embora dentro do governo israelense houvesse resistência por parte do ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir.
Com o início do cessar-fogo às 4h desta quarta-feira, muitos residentes do sul do Líbano começaram a retornar às suas localidades. No entanto, as forças armadas israelenses advertiram sobre a necessidade de autorização prévia para um retorno seguro, uma vez que Israel ainda manterá presença na região por até 60 dias conforme o acordo.
O pacto prevê que o Exército regular libanês assuma posições anteriormente ocupadas por forças israelenses e pelo Hezbollah ao longo da fronteira. Este movimento deve ocorrer gradualmente ao longo dos próximos dois meses.
Durante os conflitos recentes, desde outubro do ano passado, estima-se que cerca de 3.700 vidas foram perdidas no Líbano e mais de 15.500 pessoas ficaram feridas. O deslocamento forçado afetou aproximadamente 1,3 milhão de libaneses. Em Israel, 78 cidadãos perderam a vida e cerca de 60 mil foram obrigados a deixar suas casas no norte do país.
Os termos do acordo incluem não apenas a retirada gradual das tropas israelenses e do Hezbollah das áreas fronteiriças, mas também a proibição de armas pesadas nessa zona. Além disso, há planos para um suporte técnico militar ao Líbano oferecido pelos EUA e pela França, enquanto um comitê internacional fornecerá treinamento e financiamento adicionais.
A expectativa é que este novo capítulo nas relações entre Israel e seus vizinhos possa reduzir tensões e abrir caminhos para soluções diplomáticas duradouras. A implementação efetiva dos acordos será crucial para evitar escaladas futuras e assegurar estabilidade na região.