Haddad: não penso em sucessão, estou 100% imerso nos problemas da Fazenda
Ele destacou que não tem comportamento de candidato e tampouco sabe se disputará o cargo de chefe do Executivo em 2026
- Data: 01/03/2023 15:03
- Alterado: 01/03/2023 15:03
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Cerimonia de transmissão de cargo do ministério do Planejamento, Ministra Simone Tebet, que contou com a presença do ex-preidente José Sarney, dos ministros Fernando Haddad, Esther Dueck entre outros e do Vice-presidente, Geraldo Alckmin no Palacio do Planalto. | Sérgio Lima/Poder360 05.jan.2023 | Sérgio Lima/Poder360
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira, 1º, não pensar em sucessão presidencial e disse estar 100% imerso nos problemas da pasta econômica. Ele destacou que não tem comportamento de candidato e tampouco sabe se disputará o cargo de chefe do Executivo em 2026.
Durante a entrevista ao UOL, Haddad foi questionado sobre as disputas internas no PT em relação à eleição presidencial em 2026 e a competitividade do seu nome na próxima corrida nacional. O ministro minimizou a discussão e disse estar focado em fazer com que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva dê certo. “No Brasil, quatro anos são quatro séculos, acontece tudo no Brasil”, disse Haddad aos jornalistas.
Ele avaliou que apego a dinheiro e a poder não combina com boa política e que é preciso desprendimento e paixão para a coisa dar certo. De acordo com o ministro, fazer conta para almejar o principal cargo do País é patologia. “Normal é tentar fazer um bom trabalho onde você está”, emendou.
Juscelino
Haddad evitou entrar em polêmicas sobre as acusações contra o ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil), mas defendeu que os integrantes do governo respeitem todas as regras da administração pública.
Juscelino acumula uma série de acusações sobre uso indevido de verbas públicas. O ministro das Comunicações já mandou emendas para asfaltar uma estrada que corta a própria fazenda em Vitorino Freire (MA), enviou informações falsas à Justiça Eleitoral para comprovar voos não realizados durante a campanha.
“Não conheço o caso concreto. Mas acho natural que a imprensa cobre de nós atitudes simbólicas que sinalizem para a população comportamentos que sejam protocolares e coerentes com o cargo que se ocupa. Posso errar, mas procuro prestar atenção em como minhas atitudes serão lidas. Não estou falando do prejuízo econômico, mas da questão simbólica de passar uma imagem correta”, afirmou Haddad, em entrevista ao UOL.
Juscelino usou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) e diárias para participar de leilões de cavalos de raça em São Paulo. “Recomendo a quem me pergunta que seja muito criterioso com esse tipo de coisa. Tem decreto regulamentando o uso de voo da FAB, que se cumpra o decreto. Não sei se (Juscelino) cumpriu ou não. O papel da imprensa é cobrar a observância das regras éticas e legais”, completou Haddad.
Questionado sobre a indicação de Juscelino ao ministério para acomodar o União Brasil no governo, Haddad avaliou que esse tipo de constrangimento é natural da democracia. “Você às vezes é obrigado a nomear pessoas que são indicadas, com as quais você tem menos familiaridade. Ao longo do governo você vai ajeitando isso”, concluiu.