Há 40 anos morria o ator John Wayne, que encarnou o mito do macho americano
Em 2016, Lady Gaga o homenageou na quarta faixa de seu álbum Joanne, que leva o nome de John Wayne. O ator está sepultado no Pacific View Memorial Park, em Orange County, na Califórnia
- Data: 11/06/2019 15:06
- Alterado: 11/06/2019 15:06
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Reprodução/Internet
Completam-se nesta terça-feira, 11 e junho, 40 anos da morte do lendário John Wayne – 11 de junho de 1979. 40 anos! É de perguntar-se se, tivesse ele conservado o nome de batismo – Marion Robert Morrison -, teria feito tanto sucesso. Como John Wayne, ficou muito mais viril, e por décadas encarnou o mito do macho norte-americano.
O westerner, o homem do Oeste. Com 1,92 m, físico atlético, foi campeão de futebol pela University of Southern California. Descobriu o cinema, ou o cinema descobriu-o, quando ainda era muito jovem. Chamou a atenção de um certo John Ford, que resolveu reservá-lo para o papel certo.
Já como John Wayne, ele estreou The Big Trail, de Raoul Walsh, em 1930. Ford, irritado com a “traição”, ignorou-o por quase uma década, mas quando, finalmente, o convocou para seu elenco, foi para o emblemático papel de Ringo Kid em Stagecoach/No Tempo das Diligências, em 1939.
Ford já havia recebido o primeiro Oscar – por O Delator, com Victor Sjostrom, em 1935. Era considerado um diretor de prestígio, mas foi no western que ele encontrou sua praia. Em Monument Valley, no Utah, uma reserva indígena, encontrou seu cenário favorito, e o converteu num solo sagrado do cinema.
Ford era republicano, como Wayne, mas é de perguntar-se, também, se estariam apoiando o celerado Mr. Trump hoje. Ford colocou-se contra o macarthismo, na célebre reunião organizada por Cecil B. DeMille para garantir o apoio de seus pares ao Comitê de Atividades Anti-americanas do Senado. Joseph L. Mankiewicz fez o relato que entrou para a história. Quando a classe parecia rachada, Ford levantou-se. Disse – “My name is John Ford and I make westerns.” E foi contra, derrotando DeMille no voto.
Wayne também era republicano, mas, casado com a hispânica Pilar Pallete, amava o México e seu povo. É praticamente impossível imaginá-lo apoiando a construção de um muro para banir mexicanos.
Por décadas, foi recordista de bilheterias. Além de Ford, tornou-se assíduo também no elenco de outros grandes diretores – Howard Hawks, Henry Hathaway. Com Otto Preminger, fez um só filme, mas foi dos maiores, A Primeira Vitória/In Harm’s Way.
Reinou no western, no filme de guerra. Fez memoráveis filmes de aventuras. Fumante compulsivo, foi diagnosticado com câncer de pulmão em 1964. Teve de remover o pulmão esquerdo e quatro costelas.
Tornou pública a doença, e virou ativista na campanha de exames preventivos. Cinco anos mais tarde, foi considerado curado, e morreu neste dia, há 40 anos – de outro tipo de câncer, no estômago -, não sem antes receber seu Oscar – pela primeira versão de Bravura Indômita/True Grit, de 1969.
Em 2016, foi homenageado por Lady Gaga na quarta faixa de seu álbum Joanne, que leva o nome de John Wayne. Está sepultado no Pacific View Memorial Park, em Orange County, na Califórnia.