Grupo de estudos da USP busca crianças das classes C e D para estudo inédito
O Projeto Germina está fazendo o acompanhamento de bebês a partir de três meses de vida, investigando fatores que ajudam no desenvolvimento cognitivo e emocional
- Data: 20/04/2022 11:04
- Alterado: 17/08/2023 05:08
- Autor: Redação
- Fonte: Projeto Germina
O Projeto Germina pretende determinar quais os fatores que afetam o desenvolvimento infantil nos primeiros mil dias de vida
Crédito:Divulgação
Cerca de quatro meses após seu início, o Projeto Germina, estudo inédito de um grupo de pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo), com o objetivo de identificar os fatores de risco e os que favorecem o bom desenvolvimento cognitivo e emocional na primeira infância, segue em busca de voluntários para a pesquisa. Após alcançar 50% do número de bebês necessários para o estudo, a meta agora é buscar voluntários que contemplem todos os segmentos da sociedade, em especial com a participação de pais e crianças que vivam em condições mais vulneráveis e de baixa renda.
“O objetivo do projeto é alcançar famílias e seus bebês de diversas classes sociais, de modo que possamos entender o desenvolvimento de crianças com características diferentes, assim como os riscos e benefícios envolvidos “, explica o Dr. Guilherme Polanczyk, Professor Associado de Psiquiatria da Infância e da Adolescência da Faculdade de Medicina da USP e membro do comitê Científico NCPI, que lidera o projeto. “Entretanto, tivemos uma busca maior de famílias de classes sociais mais altas. Para que o estudo traga resultados que espelhem a realidade das famílias brasileiras, precisamos de mais voluntários que vivam em situação de vulnerabilidade”, completou.
O Projeto Germina irá monitorar 500 crianças durante um período de três anos. Até agora, cerca de 300 bebês, que preencheram os critérios de participação, já passaram por etapas de avaliação em um dos dois centros de pesquisa que fazem parte do estudo, na cidade de São Paulo. Podem participar mães de 20 a 45 anos e bebês de 3 meses de idade, nascidos com 37 semanas de gestação ou mais. Os participantes precisam ter disponibilidade para realizar cinco avaliações ao longo de três anos. Todos os integrantes do estudo receberão uma ajuda de custo de transporte e alimentação para participarem das sessões de avaliação.
Grupo multidisciplinar
O Projeto Germina nasceu da união de 15 grupos de pesquisa de diferentes áreas do conhecimento da Universidade de São Paulo. São elas genética, microbiologia, nutrição, fonoaudiologia, pediatria, psicologia, psiquiatria de crianças, neurociência do desenvolvimento, matemática e estatística.
O estudo tem por objetivo determinar, durante os primeiros mil dias da vida da criança, com o apoio de várias ferramentas (sequenciamento genético, microbioma, eletroencefalograma, testes e brincadeiras), quais são os fatores positivos e negativos que podem influenciar no desenvolvimento cognitivo e emocional na primeira infância, assim como os riscos e benefícios envolvidos na evolução das funções executivas e habilidades de linguagem.
As funções executivas e linguagem são habilidades fundamentais para um desenvolvimento saudável. Bem desenvolvidas, aumentam a chance de a criança ter saúde física, cognitiva e mental ao longo da vida, reduzir o ritmo de envelhecimento, além de uma maior produtividade e prosperidade. Estima-se que, na vida adulta, cerca de 80% da população com funções executivas subdesenvolvidas na infância necessita de alguma forma de assistência social ou econômica.
Ligado a um consórcio internacional de pesquisadores de todos os continentes, o Projeto Germina é financiado pela Wellcome Trust-Leap, agência de fomento independente, que visa apoiar diversas áreas do conhecimento em busca de descobertas inovadoras sobre vida, saúde e bem-estar.
Para participar da pesquisa, os pais interessados podem se inscrever pelo site do Projeto Germina através das redes sociais: no Instagram, @projetogermina, e no Facebook