Greve é trabalhista e em defesa do transporte público, rebate sindicato
Governador disse que movimento é ilegal e de cunho político; Sindicalista afirma que problemas em linhas privatizadas cresceram
- Data: 03/10/2023 12:10
- Alterado: 03/10/2023 12:10
- Autor: Francisco Lima Neto
- Fonte: Folhapress
Crédito:Reprodução
O Sindicato dos Metroviários rebateu declarações do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) de que a greve do Metrô, da CPTM e da Sabesp (Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo) tem motivação política e de que é ilegal. Segundo a entidade, a greve é trabalhista e em defesa do transporte público.
“As privatizações ameaçam o emprego, elas ameaçam direitos dos trabalhadores. Então, essa greve tem uma motivação trabalhista também. Mas não só. Ela tem uma motivação de defesa do transporte público. É uma greve de interesse social, porque estão em jogo as condições e a qualidade de um serviço essencial para a população, tanto em relação ao transporte público quanto em relação aos serviços de água e saneamento básico”, disse Camila Lisboa, presidente do Sindicato dos Metroviários.
De acordo com Lisboa, durante a campanha, Tarcísio afirmou que poderia rever os contratos de concessão com a ViaMobilidade caso os problemas continuassem.
“Foi isso o que ele falou na eleição. E os problemas aumentaram ao longo desse ano. E ao invés de ele rever o contrato de concessão, como ele disse na eleição, ele foi criticar e atacar o Ministério Público, que estava fazendo as investigações necessárias e chegou inclusive a pedir o cancelamento do contrato de concessão”, afirmou a líder sindical.
Com relação ao não cumprimento da decisão judicial que determinou 100% do efetivo da categoria trabalhando no horário de pico e 80% ao longo do dia, Lisboa afirmou que os trabalhadores estão batalhando pelo seu direito de greve.
O sindicato afirmou que está recorrendo da decisão judicial.
Na manhã desta terça-feira (3), o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou que a greve dos servidores do Metrô, da CPTM e da Sabesp que acontece na região metropolitana tem cunho político e é ilegal.
Ele reiterou que as greves não vão impedir que a gestão continue estudando privatizações que, segundo ele, tem como objetivo a melhoria do transporte e experiência do cidadão.
“Vamos continuar estudando processos para prestar o melhor serviço ao cidadão. Nós temos a convicção inabalada que vamos prestar o melhor serviço para o cidadão. Nada vai nos afastar do objetivo para prestar o melhor serviço para o cidadão”, disse ele que classificou a greve como um movimento abusivo, egoísta e ilegal.
“Temos a confiança que podemos fazer mais e melhor e não vamos parar. Lamento o transtorno do cidadão que teve o direito ao transporte tolhido.”