Greve à Vista: Metalúrgicos do ABC levam 5 mil às ruas contra reforma da Previdência

Cerca de 5 mil metalúrgicos participaram na manhã de hoje (sexta, 22) de manifestação contra a reforma da Previdência, organizada pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.  A mobilização integrou o Dia Nacional de Luta em defesa da Previdência, promovido pelas centrais sindicais em conjunto com movimentos sociais e as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. Após caminharem por cerca de três quilômetros em passeata pelas ruas de São Bernardo, os trabalhadores realizaram um ato unificado no Largo do Rudge Ramos, em que aprovaram o encaminhamento do Sindicato, de manter a mobilização pela Previdência, inclusive aderindo à greve geral, se esta for a indicação das centrais.

O dia começou com uma concentração em frente à sede da Mercedes-Benz, no bairro Paulicéia, em São Bernardo, por volta das 6h30. De lá, os trabalhadores na montadora saíram em caminhada pela avenida 31 de Março. Chegando à avenida do Taboão, juntaram-se aos trabalhadores na Ford, que aguardavam em frente à portaria 5 da fábrica.

“Esta não é uma proposta de reforma qualquer. Ela representa o fim do direito de se aposentar depois de anos de trabalho, de ter a garantia de uma aposentadoria com um valor decente. É contra isso a luta que estamos fazendo agora”, destacou Wagner Santana, o Wagnão, presidente do Sindicato, de cima do caminhão de som durante a passeata. Quando os dois grupos se encontraram, em frente à Ford, o dirigente lembrou que além da resistência à reforma, aquela atividade era também mais um dia de luta pela manutenção dos postos de trabalho na montadora: “Estão aqui os companheiros na Ford, que além da Previdência também voltam hoje às ruas para continuar lutando pela garantia dos seus empregos”.

Wagnão lembrou que ainda que na história dos Metalúrgicos do ABC as manifestações sempre tiveram um significado amplo. “Os trabalhadores que estão aqui hoje lutam e já lutaram em outros momentos por garantia de emprego, por salários, para garantir melhor qualidade de vida às suas famílias e para garantir que dentro da fábrica haja uma relação decente de trabalho. É por tudo isso que, há décadas, ocupamos as ruas. Todas as vezes que mexerem com os direitos da classe trabalhadora, nossa categoria e os companheiros da base da CUT e das demais centrais vão se manifestar. ”

FORD
Durante a atividade, o Sindicato informou aos trabalhadores na Ford que a entidade terá uma reunião com o governador João Dória (PSDB) na próxima quinta-feira, dia 28, às 18h, para conversar sobre as negociações com possíveis compradores da empresa.  Ao final do ato, eles foram orientados a voltar para suas casas e retornar à fábrica na próxima terça-feira (26) para nova assembleia.