Governo declara emergência ambiental por risco de incêndios florestais no Brasil em 2025
Marina Silva assina portaria que reforça o combate a incêndios florestais no Brasil em 2025.
- Data: 27/02/2025 15:02
- Alterado: 27/02/2025 15:02
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: FOLHAPRESS
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, anunciou nesta quinta-feira (27) a assinatura de uma portaria que estabelece a emergência ambiental devido ao risco elevado de incêndios florestais em diversas regiões do Brasil, prevista para o ano de 2025 e os primeiros meses de 2026.
O documento delineia os períodos críticos em que cada área vulnerável enfrentará seca acentuada, quando a probabilidade de incêndios é significativamente maior. Essa ação permitirá a contratação emergencial de brigadistas e a implementação de medidas mais eficazes no combate às queimadas, que alcançaram níveis alarmantes no país no último ano.
Durante uma coletiva de imprensa realizada em Brasília, a ministra enfatizou que a portaria foi elaborada com base em dados científicos robustos. “Com essas informações, os agentes públicos estarão preparados para adotar as ações necessárias em resposta ao risco identificado. Este é o resultado de um extenso trabalho baseado em ciência e planejamento estratégico para enfrentar as emergências climáticas,” declarou Silva.
Rodrigo Agostinho, presidente do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), destacou a importância da identificação precisa dos períodos críticos por região, que irá fortalecer a estratégia de combate. “Isso proporciona uma visão clara sobre o esforço e a movimentação dos brigadistas nas diversas áreas ao longo do ano,” comentou.
O governo federal prevê que o combate ao fogo contará com a participação de 4.608 profissionais este ano, incluindo 4.358 brigadistas e 250 servidores efetivos. Esse total representa um aumento de 25% em relação ao ano anterior.
Os brigadistas serão organizados em 231 brigadas florestais federais, sendo 116 vinculadas ao Ibama e 115 ao ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade). A infraestrutura destinada à prevenção e combate aos incêndios em 2025 incluirá ainda 15 helicópteros, dois aviões de transporte, dez aviões especializados no lançamento de água, 340 camionetas operacionais, 199 veículos específicos e 50 embarcações.
Em anos anteriores, especialmente em 2024, a ausência de aeronaves adequadas para lançamento de água foi apontada como um dos principais obstáculos enfrentados pelos brigadistas durante operações contra incêndios em várias partes do país. Agostinho mencionou: “Embora tenhamos técnicas eficazes e brigadistas capacitados, a falta de uma frota aérea adequada tem sido um desafio constante.” Ele também citou a esquadrilha da fumaça como um exemplo positivo na aviação brasileira, mas lamentou que não exista uma esquadrilha específica para o combate ao fogo.
De acordo com dados da plataforma Monitor do Fogo, gerida pelo MapBiomas e coordenada pelo Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), as queimadas em 2024 afetaram cerca de 30,9 milhões de hectares — um aumento impressionante de 79% comparado ao ano anterior.
O Pantanal, um bioma que tem enfrentado severas queimadas nos últimos anos, teve cerca de 17% de sua área total consumida pelo fogo em 2024, conforme dados do Lasa (Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais) da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
Este aumento alarmante nas queimadas contrasta com as promessas feitas pelo governo Lula (PT) no campo ambiental. A gestão atual do Ministério do Meio Ambiente sob Marina Silva comprometeu-se a reverter os danos causados durante o governo Bolsonaro (PL). Embora o desmatamento tenha diminuído nos últimos dois anos, o número crescente de incêndios foi atribuído às mudanças climáticas — o Brasil enfrentou sua pior seca em sete décadas — e à atuação criminosa que utiliza o fogo para desmatar e invadir áreas florestais.