Governador Tarcísio de Freitas busca reformas urgentes após violência policial em São Paulo

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do partido Republicanos, afirmou nesta quinta-feira, 5 de outubro, estar seguro de que o policial militar envolvido no caso de arremesso de um homem de uma ponte na zona sul da capital paulista será desligado da corporação. O militar já foi detido nesta manhã.

Este incidente não é um caso isolado; tem havido uma série de episódios recentes envolvendo violência policial. Entre eles, destacam-se a morte de uma criança de quatro anos na Baixada Santista, um estudante de Medicina baleado em um hotel na cidade e um homem atingido nas costas após uma tentativa de roubo em um supermercado. Frente a esses acontecimentos, o governador Tarcísio sinalizou a necessidade urgente de reformas na Polícia Militar.

“Devemos entender que a segurança jurídica para agentes não pode ser vista como um passe livre para a transgressão das leis”, enfatizou o governador. Ele ressaltou a importância de avaliar internamente as práticas adotadas: “Há momentos em que é crucial questionar a corporação sobre o que está ocorrendo e reestruturar as abordagens.”

Apesar da crise, Tarcísio descartou mudanças imediatas no comando da Segurança Pública ou da PM. “Em tempos críticos, alterações abruptas podem ser prejudiciais. É essencial manter a confiança nas lideranças durante situações difíceis”, argumentou. Ele também assumiu responsabilidade pessoal pelos problemas enfrentados.

O governador admitiu erros passados em relação ao uso de câmeras corporais por policiais. Inicialmente cético quanto à eficácia desses dispositivos, ele agora reconhece sua importância e planeja expandir o programa. “As câmeras são fundamentais para proteger tanto a sociedade quanto os policiais”, afirmou.

Além disso, Tarcísio propôs uma análise comparativa com outras forças policiais para identificar necessidades de reciclagem e aquisição de armamentos não letais, além da ampliação do uso das câmeras.

Neste mês, a Polícia Militar paulista adotará um novo modelo de câmeras que permite pausas nas gravações durante ocorrências—a tecnologia anterior, implementada desde 2020, não possuía essa funcionalidade. Embora especialistas alertem que essa mudança possa comprometer a integridade dos registros, o governador defendeu o novo sistema, ressaltando que as gravações poderão ser controladas remotamente e que a substituição dos equipamentos será gradual.