GM demite pelo menos 185 engenheiros, diz sindicato
Segundo entidade, pelo menos 125 engenheiros da fábrica de São Caetano do Sul saíram em PDV e, em Indaiatuba, foram mais 60 cortes. Empresa não confirma os números
- Data: 09/09/2019 16:09
- Alterado: 09/09/2019 16:09
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Divulgação/GM
O Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul (SP) informou que a General Motors demitiu pelo menos 185 engenheiros em suas unidades de São Paulo. De acordo com o Sindicato, foram 125 cortes na fábrica de São Caetano, por meio de um plano de demissão voluntária (PDV), e outras 60 demissões na unidade do campo de provas da montadora, em Indaiatuba.
A GM, porém, não confirma os números das demissões. Em nota, diz apenas que o PDV de São Caetano ficou aberto entre 28 e 30 de agosto. “A General Motors abriu um Plano de Demissão Voluntária (PDV) no dia 28 de agosto de 2019 para algumas áreas funcionais alocadas no Complexo de São Caetano do Sul com o objetivo de ajustar a estrutura às necessidades do negócio. O prazo para adesão ao PDV foi até 30 de agosto de 2019”, disse.
Já em Indaiatuba as demissões teriam acontecido após a GM ver frustradas as tentativas de organizar um PDV com o sindicato local. “Nós simplesmente chegamos para trabalhar na quarta-feira passada e o gestor começou a comunicar os colegas de seus desligamentos”, conta um dos trabalhadores demitidos, que não quis se identificar.
“A empresa nos ofereceu o mesmo pacote acertado para o PDV de São Caetano do Sul”, diz outro trabalhador, também sob condição de anonimato, detalhando que o plano inclui bônus de R$ 5 mil para a contratação de um advogado, pagamentos extras de salários e prorrogação do plano de saúde, ambos calculados a partir do tempo de casa do trabalhador.
INVESTIMENTO
Em março, a GM anunciou um pacote de investimentos de R$ 10 bilhões entre 2020 e 2024 para novos produtos e modernização das fábricas de São Caetano do Sul, no ABC paulista, e de São José dos Campos, no Vale do Paraíba.
Segundo a montadora, na ocasião, além de preservar os empregos de mais de 13 mil funcionários, sendo 9 mil em São Caetano e 4,4 mil em São José, a empresa ainda abriria mais 400 vagas diretas e 800 indiretamente.
Com o investimento e a geração mínima de vagas, a montadora obteve direito a uma contrapartida por parte do governo paulista: desconto de 25% no ICMS gerado na venda dos novos veículos a serem produzidos no Estado por meio do programa IncentivAuto, criado por Doria justamente para evitar eventual fechamento de fábricas pelo grupo.
Além do corte no ICMS, a prefeitura de São Caetano anunciou um programa de incentivo de R$ 12,5 milhões anuais ao longo de oito anos que inclui isenção de IPTU, redução de ISS e de tarifas de água e esgoto. “Teremos renúncia fiscal de R$ 100 milhões nesse período, mas prevemos aumento de produção e arrecadação maior de ICMS, o que resultará em retorno de R$ 1,1 bilhão nesses oito anos”, disse, na época, o prefeito do município, Auricchio Júnior.