Gestão de Trump é marcada por autoritarismo e medidas polêmicas

Decretos polêmicos e impacto nas minorias geram apreensão na sociedade americana

  • Data: 27/01/2025 07:01
  • Alterado: 27/01/2025 07:01
  • Autor: Redação
  • Fonte: G1
Gestão de Trump é marcada por autoritarismo e medidas polêmicas

Crédito:RS/Fotos Públicas

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A nova gestão de Donald Trump na Casa Branca tem se caracterizado por um forte viés autoritário, evidenciado pela rápida implementação de uma série de decretos que têm gerado confusão e inquietação entre os opositores políticos.

Na primeira semana do seu segundo mandato, o presidente demonstrou um claro padrão de intimidação e retaliação contra aqueles que se opõem a suas diretrizes. Entre as ações mais notáveis estão a revogação das proteções do Serviço Secreto para ex-assessores que se tornaram críticos de sua administração, bem como o perdão concedido a 1.500 manifestantes envolvidos nos eventos violentos de 6 de janeiro. Além disso, houve um movimento para desmantelar a supervisão de fiscais independentes encarregados da auditoria das agências federais.

Em sua visão de restaurar a grandeza da América, Trump lançou uma revolução política ambiciosa, rotulada por alguns como um “choque e pavor”. Sua caneta presidencial rapidamente derrubou as políticas de diversidade e inclusão estabelecidas pelo ex-presidente Joe Biden, reduzindo a identidade de gênero reconhecida a apenas duas categorias: masculino e feminino. Essa ação impactou aproximadamente três milhões de cidadãos transgêneros no país.

Além disso, o presidente ordenou o envio de tropas federais para a fronteira sul dos Estados Unidos, com o intuito de intensificar as deportações de imigrantes indocumentados. Em um movimento ainda mais controverso, Trump anunciou a intenção de reverter o princípio constitucional que garante cidadania automática a indivíduos nascidos em solo americano, desafiando diretamente a 14ª Emenda da Constituição.

O tom do governo sob Trump reflete uma busca por vingança contra aqueles que considera desleais. Ele demitiu conselheiros por meio das redes sociais e retirou as proteções de segurança destinadas a figuras como John Bolton e Mike Pompeo, ex-integrantes de sua administração que já enfrentaram ameaças externas.

Adicionalmente, Trump dissolveu a equipe de segurança dedicada ao Dr. Anthony Fauci, ex-conselheiro sobre doenças infecciosas durante a pandemia da COVID-19. Fauci, um dos alvos frequentes de críticas do presidente, já havia recebido um perdão preventivo do ex-presidente Biden.

Durante visitas à Califórnia e Carolina do Norte, estados severamente afetados por desastres naturais, Trump anunciou planos para reformar ou até mesmo extinguir a FEMA, agência federal responsável pelo gerenciamento de emergências. Ele defendeu que cada estado deveria assumir responsabilidade individual em relação aos seus próprios desastres.

A primeira semana da administração Trump também foi marcada por seu apoio a marchas antiaborto e promessas radicais que incluem mudanças drásticas nas políticas nacionais e internacionais. Seu governo se preparou cuidadosamente para essa avalanche legislativa, que foi prometida durante sua campanha eleitoral. No entanto, especialistas alertam que tais medidas podem não se concretizar plenamente ao longo do mandato devido à necessidade de aprovação legislativa e possíveis bloqueios judiciais.

Dentre as iniciativas mais polêmicas anunciadas estão a suspensão da ajuda humanitária dos Estados Unidos para todos os países exceto Israel e Egito, a retirada do país dos acordos climáticos de Paris e da Organização Mundial da Saúde (OMS), além da imposição potencial de tarifas sobre aliados comerciais. O presidente também manifestou intenção em renomear o Golfo do México para “Golfo da América” e demonstrou interesse na compra da Groenlândia.

A sensação predominante entre os eleitores contrários a Trump é uma mistura de choque e apreensão diante da rápida transformação das políticas governamentais. A pressão política pode ser percebida como uma corrida contra o tempo, uma vez que o capital político tende a diminuir rapidamente.

Embora vozes dissidentes tenham sido notadas, elas não se manifestaram nas ruas como ocorreu durante seu primeiro mandato. A bispa Mariann Edgar Budde se destacou ao fazer um apelo público por compaixão em favor dos imigrantes e da comunidade LGBTQIA+, desafiando Trump sem hesitação.

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  • Data: 27/01/2025 07:01
  • Alterado:27/01/2025 07:01
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