Gestação química: o que há por trás da situação em que o embrião não é implantado?

O teste de farmácia aponta uma possível gravidez, mas o ultrassom não mostra um embrião e a menstruação aparece em poucos dias

  • Data: 26/04/2022 15:04
  • Alterado: 17/08/2023 05:08
  • Autor: Redação
  • Fonte: Dra. Mariana Rosario
Gestação química: o que há por trás da situação em que o embrião não é implantado?

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Crédito:TV Brasil

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A menstruação atrasa, o teste de farmácia dá positivo. Na confirmação da gestação por um exame de sangue, porém, o nível de beta hCG, o hormônio da gravidez, está baixo, mas mesmo assim indica que a mulher está grávida. E, fazendo um ultrassom, não existe embrião. O que aconteceu?

“Chamamos de gravidez química o fato de um óvulo ser fecundado pelo espermatozoide, mas não se implantar devidamente no útero e, assim, não se desenvolver. Quando o óvulo é fecundado, a menstruação atrasa e o hormônio beta hCG aumenta. Então, o teste de farmácia, que é feito pela dosagem da quantidade desse hormônio no sangue, aponta que existe gravidez. Mas, o nível hormonal cai assim que o organismo detecta que não há a implantação do óvulo fecundado no útero”, explica a ginecologista, obstetra e mastologista Mariana Rosario, membro do corpo clínico do hospital Albert Einstein.

A gravidez química é, portanto, um aborto bem no comecinho da gestação – algo que muitas mulheres nem sequer percebem, porque elas menstruam logo depois e acreditam que o fenômeno constou apenas de um atraso menstrual.

Causas e preparo para a gestação

As prováveis causas da gestação química podem ser problemas metabólicos, como alterações na glicemia, no colesterol e na tireoide, por exemplo; baixa no sistema imunológico; doenças autoimunes e questões como a endometriose. “Por isso, é imprescindível que as mulheres se preparem para a gestação”, alerta a médica.

Dra. Mariana Rosario diz que, atualmente, o consenso médico prega o ‘one year pregnancy’, que é o preparo do casal por um ano antes da gestação. “A suplementação adequada, a adoção de novo estilo de vida – com dieta equilibrada, adoção de exercício físico constante e eficiente e sono reparador -, além da cura ou controle de doenças que interfiram na gestação é fundamental tanto para a concepção quanto para o desenvolvimento de uma gravidez tranquila”, ensina.

A médica diz, por exemplo, que a Síndrome Metabólica – que inclui resistência à insulina – é muito comum nas mulheres em idade fértil e pode levar ao diabetes gestacional. A hipertensão arterial, por sua vez, pode evoluir para casos de pré-eclâmpsia, assim como a Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) e a endometriose podem prejudicar na ovulação e implantação do embrião. “A gestação química é um problema que pode ser recorrente e, como citado, as mulheres podem nem sequer se dar conta dele, porque muitas não chegam a perceber que houve a concepção. Mas, é uma questão que precisa ser investigada, ainda mais quando a mulher deseja engravidar e acredita que não consegue. Por isso e tantos outros motivos, é fundamental preparar-se previamente para a gestação”, finaliza a médica.

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  • Data: 26/04/2022 03:04
  • Alterado:17/08/2023 05:08
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