Garanhão à solta – Ford Mustang GTD 2025

Em 2021, um grupo de engenheiros se reuniu após o expediente no fundo de um galpão, atrás de um túnel de vento no Centro de Desenvolvimento e Testes da Ford, em Allen Park, Michigan. A nova missão era projetar um carro nos Estados Unidos para enfrentar os melhores esportivos europeus. Foi dessa forma que nasceu o Mustang GTD 2025, um veículo de alta performance e edição limitada, homologado para as ruas e com a alma do mais famoso “pony car” do mundo. O modelo é um “tour de force” tecnológico, inspirado no Mustang GT3 programado para participar das 24 Horas de Le Mans de 2024. Basta um olhar na carroceria larga esculpida em fibra de carbono e na asa traseira imponente para notar o seu incrível legado. “O Mustang GTD destrói todas as noções pré-concebidas do que é um supercarro. É uma nova abordagem. Não projetamos um carro de rua para as pistas, criamos um carro de competição para as ruas. O Mustang GTD pega a tecnologia do nosso GT3 de competição, a envolve em uma carroceria de fibra de carbono e a libera para as ruas”, orgulha-se Jim Farley, presidente e CEO da Ford.

O “bólido”, que terá preço de US$ 300 mil (qualquer coisa próxima de R$ 1,5 milhão), é equipado com o motor 5.2 V8 Supercharged com uma potência estimada em 800 cavalos, desenvolvido especialmente com entradas duplas de ar e o primeiro sistema de cárter seco em um Mustang de rua, para manter o propulsor lubrificado em curvas de raio longo e exigentes. A linha vermelha de rotação do motor, a mais de 7.500 rpm, são reforçadas pelo sistema de exaustão com válvula ativa de titânio opcional. É o Mustang homologado para as ruas mais potente já desenvolvido pela Ford. Toda a força é enviada para as rodas traseiras por meio de um eixo de transmissão de fibra de carbono, conectado a um câmbio de 8 marchas, para uma distribuição de peso próxima de 50/50 na frente e na traseira.

O desempenho do Mustang GTD é aprimorado por uma suspensão semi-ativa de última geração – com base nas suspensões já utilizadas pela Fórmula-1 nos anos 80 e 90 –, que pode variar tanto a força de mola quanto a altura do curso. O amortecedor com válvula adaptativa de acionamento hidráulico permite aprimorar o desempenho nas ruas e nas pistas de forma independente. A suspensão é ajustável em quase 40 milímetros para baixo no modo “Track”. No geral, tem um curso de quase 4 polegadas a mais do que no Mustang GT. Todas as peças de precisão do GTD foram especialmente projetadas, com cada forma determinada pela função. O Mustang GTD foi idealizado para ser mais rápido na pista, com mais tecnologia que nos carros de competição. A maioria dos engenheiros que participou do seu desenvolvimento também está por trás dos Mustang de competição e do GT vencedor em Le Mans. De acordo com a Ford Performance, o Mustang GTD tem uma incrível força descendente para rodar “grudado” no asfalto, graças à aerodinâmica ativa e à aderência dos enormes pneus, montados em uma suspensão dianteira de braços curtos e longos, com altura dupla, e multi-link na traseira. Para parar a “coisa”, o carro tem freios de carbono-cerâmica.

No design do Mustang GTD, cada detalhe é focado no desempenho aerodinâmico e na velocidade, desde o divisor dianteiro, o capô e os para-lamas até o aerofólio traseiro ativo com controle hidráulico, montado nas colunas “C”, bem inclinadas. O uso extensivo de fibra de carbono contribuiu para reduzir o peso, baixar o centro de gravidade e melhorar a capacidade de resposta. Os para-lamas, o capô, a cobertura que substitui a tampa do porta-malas, as soleiras das portas, os divisores dianteiro e traseiro e o teto são de fibra de carbono. O pacote aerodinâmico opcional inclui cobertura com o mesmo material sob a carroceria e tecnologias que não são permitidas pelos regulamentos de competição, como as abas dianteiras controladas hidraulicamente para gerenciar o fluxo de ar em colaboração com a asa traseira.

O espaço que seria do porta-malas é ocupado pela suspensão semi-ativa e pelos sistemas de controle hidráulico e de refrigeração da transmissão. A sua tampa é substituída por uma cobertura inspirada nas pistas, com duas entradas de ar. Essa combinação de recursos aerodinâmicos resulta em uma enorme “downforce” – pressão aerodinâmica de cima para baixo -, equilibrada nos dois eixos, para aumentar a velocidade em curvas e permitir um controle apurado do veículo. “O hardware foi cuidadosamente selecionado e desenvolvido para o piloto conseguir um tempo de volta excepcional. O objetivo deste projeto era claro – ir muito, muito mais rápido que nunca, com tempo de volta de menos de sete minutos em Nürburgring. Isso faz dele o Mustang de rua mais rápido de sua história”, desafia Greg Goodall, engenheiro-chefe de Programa da Ford.

A cabine do Mustang GTD 2025 adota materiais de acabamento premium, incluindo camurça Miko combinada com couro e fibra de carbono e monitores digitais que mantêm o motorista envolvido e no comando total. Os bancos Recaro, típicos de competição mas com conforto para o uso diário, são complementados por “paddles shifters”, seletor de câmbio rotativo e placa de série feitos com titânio reaproveitado de peças de caças Lockheed Martin F-22. O banco traseiro foi removido para reduzir o peso e criar espaço de carga. O Mustang GTD será oferecido com várias combinações de cores internas e pacotes externos opcionais. Ele poderá ser encomendado em qualquer cor, incluindo sugestões fornecidas pelo cliente, dando ao comprador a possibilidade de ter um modelo exclusivo, o mais próximo possível de um Mustang GT3 de competição. O carro estará disponível no final deste ano ou no início de 2025. A sua montagem será iniciada na fábrica da Ford em Flat Rock e depois finalizada artesanalmente pelas equipes da Ford Performance e da Multimatic nas instalações de Markham, Canadá, com o mesmo apuro dos modelos de corrida.