G20 Social: líderes africanos destacam liderança do Brasil no combate à fome
A FAO, Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, estimou que 700 milhões de pessoas enfrentaram a fome em 2023, destacando a importância das iniciativas brasileiras
- Data: 15/11/2024 18:11
- Alterado: 15/11/2024 18:11
- Autor: Redação
- Fonte: Agência Brasil
Crédito:Tomaz Silva/Agência Brasil
Durante o encontro do G20 Social no Rio de Janeiro, representantes africanos destacaram, na última sexta-feira (15), o papel de liderança do Brasil em iniciativas de combate à fome, citando o programa Bolsa Família como modelo inspirador para outros países. A região africana continua a enfrentar severa insegurança alimentar, com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) estimando que entre 713 e 757 milhões de pessoas sofreram com a fome em 2023.
O evento, realizado sob a presidência temporária do Brasil no G20, reuniu autoridades e líderes da sociedade civil no Boulevard Olímpico para discutir soluções para a fome, pobreza e desigualdades. O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias, e outros importantes oradores, incluindo a presidente do Consea, Elisabeta Recine, e representantes africanos como Nosipho Nausca-Jean Jezile e Ibrahima Coulibaly, participaram da plenária.
Dados da FAO indicam uma expressiva redução na insegurança alimentar severa no Brasil em 2023. Em comparação com 2022, quando mais de 17 milhões de brasileiros eram afetados, o número caiu para 2,5 milhões em 2023, representando uma diminuição de 85%.
A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, uma prioridade brasileira no G20, promete alcançar até 500 milhões de pessoas com programas sociais até 2030. Nosipho Jezile elogiou a aliança como um importante legado da presidência brasileira do G20 e ressaltou a necessidade da inclusão dos agricultores familiares e comunidades tradicionais na luta pela segurança alimentar.
Jezile também mencionou que programas de transferência de renda similares ao Bolsa Família estão sendo implementados na África do Sul, destacando sua importância para inclusão econômica. O representante brasileiro do Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU, Daniel Balaban, observou que o Bolsa Família tem sido replicado internacionalmente devido à sua eficácia em mitigar os custos sociais associados à extrema pobreza.
O ministro Wellington Dias enfatizou que é seis vezes mais caro lidar com as consequências da fome do que investir em políticas preventivas. Ele expressou confiança em retirar o Brasil do mapa da fome até 2026.
Ibrahima Coulibaly chamou o Brasil para assumir um papel central no combate global à fome, afirmando que a estabilidade mundial depende do empenho político em garantir alimentos para todos. Ele instou os presentes a apoiarem essa liderança junto ao presidente Lula.
No desfecho da plenária, participantes colaboraram na revisão do capítulo sobre fome que integrará o documento final do G20 Social. A versão final será entregue ao presidente Lula e ao próximo presidente do G20, representado pela África do Sul.
Elisabeta Recine enfatizou que as transformações globais só serão possíveis com o apoio popular aos governos. O encerramento da presidência temporária brasileira no G20 ocorrerá durante a cúpula dos chefes de Estado nos dias 18 e 19 de novembro no Rio de Janeiro.
O G20 é composto por potências econômicas globais representando cerca de 85% da economia mundial e dois terços da população global.