Funarte recebe Registro Geral de Imóvel da Aldeia de Arcozelo para revitalização do espaço
Cerimônia será realizada na segunda-feira, dia 30 de agosto, às 11h, no complexo cultural
- Data: 26/08/2021 14:08
- Alterado: 26/08/2021 14:08
- Autor: Redação
- Fonte: Assessoria de Comunicação Funarte
Crédito:Acervo Brasil Memória das Artes
A Fundação Nacional de Artes – Funarte recebe, na próxima segunda-feira, dia 30 de agosto, às 11h, o documento de Registro Geral de Imóvel (RGI) da Aldeia de Arcozelo, em Paty do Alferes (RJ). A ação é resultado de uma parceria entre a Funarte e a Prefeitura Municipal de Paty do Alferes, com apoio da Procuradoria Geral do Município. O RGI é um requisito indispensável para a captação e aplicação de recursos públicos, bem como para a possibilidade de firmar parceria com instituições privadas. Inaugurada em 1965, a Aldeia de Arcozelo é considerada o maior complexo cultural da América do Sul, com uma área total de 51 mil metros quadrados.
A cerimônia de entrega do documento terá a presença do presidente da Funarte, Tamoio Athayde Marcondes; do diretor executivo da instituição, Marcelo Nery Costa; do prefeito da cidade de Paty do Alferes, Juninho Bernardes; do procurador-geral do município, Dr. Marcelo Basbus Mourão, entre outras autoridades e convidados. De acordo com o prefeito, o sonho de restaurar o espaço está cada vez mais perto. “A Aldeia é um complexo rico em cultura, história e turismo. Estou trabalhando em diferentes projetos para captação de recursos, tanto de estatais quanto da iniciativa privada, para transformar este importante espaço. Não só para Paty, mas para toda a nossa região do Vale do Café”, ressalta Juninho Bernardes.
O procurador-geral do município, Dr. Marcelo Basbus Mourão, explica o processo para a conquista do RGI para a Aldeia. “Gostaria de agradecer a todos que forneceram as documentações necessárias para que pudéssemos aplicar todos os conceitos da Lei REURB (Regularização Fundiária Urbana) e reconhecer esse grande projeto que foi consolidado em Arcozelo. Em parceria com a procuradoria jurídica da Funarte, em menos de um ano, foi possível concretizar um documento que se esperava há 20 anos. O registro oficial foi comunicado em 13 de agosto deste ano, mesmo dia de nascimento do criador do espaço, o ator Paschoal Carlos Magno. Sem dúvida, um momento emocionante para a cultura brasileira”, afirma Mourão.
Sobre a Aldeia de Arcozelo
A Aldeia de Arcozelo foi inaugurada pelo ator Paschoal Carlos Magno (1906-1980), no ano de 1965, em Paty do Alferes, no Rio de Janeiro. Com uma área total de 51 mil metros quadrados, a antiga Fazenda Freguesia, fundada em 1730, é considerada o maior complexo cultural da América da Sul.
O espaço abriga dois grandes teatros: o Teatro Itália Fausta, com capacidade para 1.200 pessoas, e o Teatro Renato Vianna, com capacidade para 240 pessoas. O complexo ainda dispõe de uma sala para récitas musicais, com capacidade para 240 pessoas; uma sala de vídeo com capacidade para 80 pessoas; duas galerias de arte; e uma biblioteca, com cerca de 5 mil livros.
O espaço cultural também foi cenário de um evento histórico. Em 1838, Manoel Congo (falecido em 1839) liderou uma revolta de escravos na fazenda. A ação ficou conhecida como a Revolta de Paty do Alferes, mantendo viva a memória da luta pela liberdade.
Paschoal Carlos Magno, Aldeia de Arcozelo e Funarte, uma história de respeito às artes
Paschoal Carlos Magno (1906-1980) era animador, ator, produtor, crítico, autor e diretor. Personalidade fundamental na dinamização e renovação da cena brasileira, o artista fundou o Teatro do Estudante do Brasil, o Teatro Duse e a Aldeia de Arcozelo.
Em 1958, após uma visita à antiga Fazenda da Freguesia (desativada e em ruínas), a convite dos proprietários, Paschoal teve a ideia de fazer daquele lugar um centro cultural que fosse modelo para o Brasil e o mundo.
Os netos de João Pinheiro, donos do local, aprovaram o projeto e fizeram a doação da fazenda, com a condição de que ela fosse utilizada unicamente como espaço para atividades culturais. Sem perder tempo, Paschoal reuniu-se com artistas, escritores e jornalistas para a criação da Fundação João Pinheiro Filho ou, como ficou mais conhecida, Aldeia de Arcozelo, em 1965.
Com a morte de Paschoal, que viveu os últimos anos de vida no local, os herdeiros do artista chegaram a entendimentos finais para entrega da Aldeia de Arcozelo à Secretaria de Cultura do Ministério da Educação e Cultura (MEC). Hoje, a Aldeia é um dos espaços culturais da Funarte. O acervo de Arcozelo, com mais de 30 mil documentos, foi doado para o Centro de Documentação e Pesquisa (Cedoc) da Funarte, no final da década de 1990.