França intensifica combate à submissão química com kits grátis e mudanças na legislação
Caso Gisèle Pelicot impulsiona ações contra violência às mulheres.
- Data: 26/11/2024 01:11
- Alterado: 26/11/2024 01:11
- Autor: redação
- Fonte: Assessoria
Crédito:Christophe SIMON / AFP
Nos últimos anos, a “submissão química” emergiu como uma preocupante forma de violência contra as mulheres, gerando um debate crucial sobre a proteção e os direitos das vítimas. O governo francês, sensibilizado pelo caso de Gisèle Pelicot, anunciou medidas significativas para enfrentar essa questão. Gisèle, aos 72 anos, se tornou um ícone de resistência após sofrer abusos sistemáticos por uma década, dopada por seu próprio marido e outros homens. Seu julgamento, em Avignon, trouxe à tona a urgência de mecanismos eficazes para combater esse tipo de violência.
Em resposta, o primeiro-ministro Michel Barnier anunciou a distribuição de kits de testagem gratuitos em hospitais, visando detectar drogas comuns usadas nesses crimes. Essa iniciativa busca oferecer às vítimas um meio mais acessível e imediato de denunciar abusos, sem a necessidade de se dirigirem a delegacias. Além disso, a legislação está sendo revisada para permitir que denúncias sejam feitas diretamente em hospitais, facilitando o processo para as mulheres afetadas.
A coragem de Gisèle Pelicot ao optar por um julgamento público tem inspirado outras mulheres a se manifestarem contra a violência. Com quase 140 meios de comunicação cobrindo o caso, o impacto midiático ajudou a sensibilizar o público e as autoridades para a gravidade da submissão química.
Embora o Ministério Público tenha solicitado a pena máxima para Dominique Pelicot, o clamor social pede por penas mais severas, destacando que 20 anos são insuficientes diante da gravidade dos atos. O caso de Gisèle não apenas expôs uma realidade cruel, mas também impulsionou mudanças necessárias na legislação francesa.
A luta contra a submissão química continua e requer ações decisivas e suporte contínuo para proteger as mulheres e garantir que crimes tão abomináveis não permaneçam impunes.