Flamengo vence leilão e compra terreno do Gasômetro para construir estádio
O edital de licitação estipulou como obrigatoriedade a implementação de um estádio, o que amarrou o leilão a favor do Flamengo.
- Data: 31/07/2024 16:07
- Alterado: 31/07/2024 16:07
- Autor: Redação
- Fonte: FolhaPress/Yuri Eiras
Crédito:Divulgação
O Flamengo venceu leilão público nesta quarta-feira (31) e adquiriu o terreno do Gasômetro, no centro do Rio de Janeiro, onde pretende construir um estádio próprio. O lance foi de R$ 138,1 milhões. O clube foi o único concorrente.
O terreno, localizado em São Cristóvão, pertencia ao Fundo de Investimento Imobiliário da Caixa Econômica Federal e foi desapropriado pelo prefeito Eduardo Paes (PSD) em junho.
O edital de licitação estipulou como obrigatoriedade a implementação de um estádio, o que amarrou o leilão a favor do Flamengo. A Caixa conseguiu uma liminar na Justiça do Rio no início da semana para suspender o leilão, sob o argumento de que a desapropriação favoreceu o clube em relação a outros possíveis licitantes.
Nesta quarta, a Justiça Federal derrubou a liminar da Caixa e concedeu à prefeitura a autorização para o leilão.
A Caixa Econômica Federal não comenta o caso publicamente. Dirigentes do Flamengo, contudo, acreditam que o banco deve ir novamente à Justiça para suspender a compra.
O Flamengo foi o único a apresentar proposta e arrematou o Gasômetro pelo lance mínimo de R$ 138,1 milhões.
Estiveram presentes no leilão o prefeito Eduardo Paes, o deputado federal Pedro Paulo (PSD) e o presidente do Flamengo Rodolfo Landim, além de dirigentes do clube. Pedro Paulo, ainda cotado para vice na chapa de Paes à reeleição em outubro, é tratado pelo prefeito como “padrinho político” do projeto.
O Flamengo também terá eleições para presidente este ano. Rodrigo Dunshee de Abranches, outro presente no leilão, é o candidato de Landim.
O clube planeja o início das obras de seu estádio no primeiro semestre de 2025. A área tem pouco mais de 86 mil metros quadrados e o clube deseja construir uma arena para 80 mil pessoas.
O Flamengo, no entanto, ainda não apresentou publicamente um projeto de arena, nem um estudo viabilidade econômica para a construção. Dirigentes acreditam que a venda do nome do estádio para uma empresa poderá bancar parte da obra, mas ainda não apresentou interessados, nem valores.
A Caixa tinha a expectativa de negociar o terreno com o mercado imobiliário. A previsão do banco era que o terreno do Gasômetro pudesse ser desmembrado e vendido em quatro partes para construção de empreendimentos residenciais de até 37 pavimentos.
Uma área em frente ao Gasômetro foi comprada pela prefeitura para a construção do terminal Gentileza, conexão entre ônibus, VLT e BRT, inaugurado em março. O estádio, se de fato construído, ficará diante do maior eixo de transporte da cidade.
A prefeitura estabeleceu com o Flamengo um projeto de melhoria viária e reformulação dos passeios públicos e do sistema de transporte. As partes também trataram da criação de um centro de convenções e um estacionamento acoplado a um prédio comercial.
Especialistas em mobilidade urbana afirmam que um estádio na região pode gerar problemas graves no trânsito da capital e da região metropolitana.
A área onde o Flamengo pretende construir o novo estádio abrigou por quase cem anos a central de armazenamento de gás do Rio de Janeiro. O Gasômetro foi desativado em 2006, por conta da substituição do gás manufaturado pelo gás natural.