Filmes indicados ao Oscar podem precisar revelar o uso de inteligência artificial

Tecnologia foi aplicada para aprimorar sotaques e modificar expressões faciais, levantando questionamentos sobre transparência e autenticidade.

  • Data: 07/02/2025 20:02
  • Alterado: 07/02/2025 20:02
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: FOLHAPRESS
Filmes indicados ao Oscar podem precisar revelar o uso de inteligência artificial

Estatueta do Oscar

Crédito:Reprodução

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A recente revelação de que os filmes “O Brutalista” e “Emilia Pérez”, ambos concorrendo ao Oscar 2025 em 10 e 13 categorias, respectivamente, utilizaram inteligência artificial para aprimorar os sotaques dos atores durante suas produções, provocou um intenso debate nas plataformas digitais.

Além desses títulos, outras produções indicadas, como “Duna: Parte 2” e “Um Completo Desconhecido”, também recorreram a ferramentas de IA no processo criativo. A ampla adoção dessa tecnologia levanta questões importantes sobre sua influência no cinema contemporâneo.

De acordo com informações da Variety, o crescente uso de inteligência artificial em diversas etapas da produção cinematográfica está levando a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas a considerar uma revisão nos critérios de inscrição para o Oscar. Uma possível mudança exigiria maior transparência sobre o emprego dessas tecnologias.

Atualmente, a Academia disponibiliza um formulário opcional que permite a declaração do uso de IA. No entanto, as discussões em andamento podem resultar em novas diretrizes a serem anunciadas para o Oscar de 2026, com previsão de publicação em abril deste ano.

Outro evento que intensifica essa discussão é a premiação da Visual Effects Society (VES), que inclui entre os indicados uma variedade de ferramentas generativas na categoria de tecnologia emergente. Um dos destaques é o conjunto Revize, criado pela Rising Sun Pictures, que tem sido empregado para uma gama de aplicações, incluindo substituição de rostos e modificação de expressões faciais.

Esse sistema já foi utilizado em produções como “Furiosa”, “Um Completo Desconhecido” e “Sonic 3”, entre outros grandes lançamentos. Outro conjunto notável é desenvolvido pela startup Metaphysic, com sua aplicação em filmes como “Aqui”, de Robert Zemeckis, e “Alien Romulus”, que compete na categoria de melhores efeitos visuais.

No caso específico de “O Brutalista” e “Emilia Pérez”, a tecnologia Respeecher foi empregada. Brady Corbet, diretor de “O Brutalista”, afirmou que o Respeecher foi utilizado apenas na edição dos diálogos húngaros para ajustar algumas vogais e consoantes com precisão. Para o musical dirigido por Jacques Audiard, a ferramenta teve como foco o aperfeiçoamento das vozes da atriz Karla Sofía Gascón e a afinação do espanhol das atrizes Zoe Saldaña e Selena Gomez.

Em entrevista à Variety, uma fonte ligada ao setor de efeitos visuais comentou que as discussões atuais não ameaçam a integridade do trabalho dos atores ou a autenticidade da produção cinematográfica. Segundo essa fonte, “não se pode criar uma performance digital eficaz sem a base de um ator humano. O respeito ao esforço coletivo da equipe é fundamental para definir a temporada de premiações. A colaboração sempre será um aspecto essencial desse processo”.

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  • Data: 07/02/2025 08:02
  • Alterado:07/02/2025 20:02
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: FOLHAPRESS









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