Exército de Israel mata 15 civis no sul do Líbano em contexto de tensões crescentes

Enquanto civis tentam retornar às suas casas, acusações entre israelenses e libaneses aprofundam a crise na região.

  • Data: 26/01/2025 12:01
  • Alterado: 26/01/2025 12:01
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: FOLHAPRESS
Exército de Israel mata 15 civis no sul do Líbano em contexto de tensões crescentes

Crédito:Fernando Frazão/Agência Brasil

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Em um incidente trágico ocorrido no último domingo (26), o Exército de Israel foi responsável pela morte de 15 civis que tentavam retornar a suas residências no sul do Líbano. Este evento acontece em um contexto onde se esperava que as forças israelenses completassem sua retirada da região, conforme estabelecido em um acordo firmado há dois meses entre Israel, o Hezbollah e o governo libanês.

De acordo com informações do Ministério da Saúde do Líbano, pelo menos 83 pessoas ficaram feridas em várias localidades. O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, já havia manifestado anteriormente que não cumpriria os prazos acordados para a retirada e responsabilizou Beirute pela escalada da tensão.

As autoridades israelenses afirmam que o Exército libanês não ocupou completamente as posições na zona de amortecimento designada, uma faixa de 35 km entre a fronteira dos dois países e o rio Litani. Em resposta, o governo libanês rejeita essa alegação, argumentando que Israel está atrasando sua retirada, dificultando assim a movimentação de suas tropas na região.

A área em questão estava sob controle do Hezbollah, grupo que sofreu pesados ataques por parte de Israel desde o final de setembro. O conflito atual é considerado um desdobramento de uma série de confrontos que se intensificaram após o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023. O Hezbollah, aliado do Hamas e financiado pelo Irã, viu suas operações severamente impactadas pelas ofensivas israelenses.

Embora um cessar-fogo tenha sido declarado em novembro passado, permitindo que cerca de um milhão de deslocados internos tentassem retornar para suas casas, Israel advertiu que esse retorno não deveria ocorrer até que a retirada estivesse totalmente concluída. Essa situação gerou novos confrontos na região.

As Forças de Defesa de Israel acusaram o Hezbollah de exacerbar a crise ao encorajar a reocupação da área e infiltrar militantes entre civis. Em contrapartida, o grupo xiita atribui a responsabilidade à administração libanesa, exigindo que Beirute assegure a implementação do acordo com suas forças. O deputado Hassan Fadlallah expressou essa preocupação, pedindo ao Estado que atue para garantir a segurança.

O novo presidente do Líbano, Joseph Aoun, que anteriormente comandava as Forças Armadas antes de sua eleição em janeiro, busca restabelecer o controle do país diante do enfraquecimento do Hezbollah. Aoun nomeou um primeiro-ministro sem vínculos diretos com o grupo e tem pedido aos cidadãos do sul que exerçam autocontrole em meio à crescente crise.

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  • Data: 26/01/2025 12:01
  • Alterado:26/01/2025 12:01
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