Ex-presidente despede-se do neto e parte rumo à carceragem da PF em Curitiba

‘Arthur, vou provar a minha inocência e quando eu for para o céu, vou levar meu diploma de inocente’, despede-se Lula do neto

  • Data: 02/03/2019 17:03
  • Alterado: 02/03/2019 17:03
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo
Ex-presidente despede-se do neto e parte rumo à carceragem da PF em Curitiba

Crédito:Reprodução TV Globo

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O ex-presidente Lula participou do velório do neto Arthur Araújo Lula da Silva, de 7 anos, neste sábado, 2, após autorização da Justiça Federal do Paraná. Durante a cerimônia, o ex-presidente prometeu ao neto que ‘vai cuidar da família e de todos nós que vamos ficar aqui’.

 “O Arthur foi um menino que sofreu muito bullying na escola, porque era neto do Lula. Por isso, eu tenho um compromisso com você, Arthur, eu vou provar a minha inocência e quando eu for para o céu, eu vou levando o meu diploma de inocente”, afirmou, de acordo com relatos de pessoas presentes na cerimônia.

 “Vou provar quem é ladrão neste País e quem não é. Quem me condenou não pode olhar nos olhos dos netos como eu olhava para você.”

Segundo relatos, Lula chorou muito durante a cerimônia, da qual participaram dois pastores metodistas e um padre católico, e consolou o filho Sandro Luis Lula da Silva e a nora Marlene Araújo. O ex-presidente ficou mais de 30 minutos recebendo cumprimentos de mais de 100 pessoas.

Ao deixar o cemitério, Lula subiu no carro da PF e acenou para seus apoiadores. Na hora que ele desceu, o delegado da PF disse: “O senhor sabe que não devia ter feito isso.”

 “O senhor sabe que eu devia”, respondeu Lula.

O petista saiu de Curitiba, onde está preso na Operação Lava Jato, no começo da manhã para comparecer à cerimônia do neto, que morreu na sexta-feira, 1, vítima de meningite meningocócica. Lula chegou ao velório por volta das 11h e permaneceu no local até as 13h. Lula desembarcou de volta em Curitiba por volta das 15h30.

Durante o tempo em que esteve no cemitério, o ex-presidente recebeu a ligação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes. O telefonema foi passado pelo ex-secretário da Presidência Gilberto Carvalho. Entre as dezenas coroas de flores enviadas à família de Lula, havia uma em nome do presidente venezuelano Nicolás Maduro.

Apoiadores do ex-presidente o esperaram na frente do cemitério Parque da Colina. Eles rezaram um Pai Nosso e homenagearam o neto de Lula com gritos de ‘Arthur presente agora e para sempre’. Na saída, os apoiadores aplaudiram novamente o ex-presidente e gritaram ‘Lula, Lula, olê, olê, olá’ e ‘Polícia Federal, vergonha nacional’.

Lula deixou a carceragem da Polícia Federal na capital paranaense por volta das 7h em um helicóptero, que o levou ao aeroporto do Bacacheri. No terminal, o ex-presidente embarcou em um avião oficial do Governo do Paraná para São Paulo.

O petista chegou ao aeroporto de Congonhas, em São Paulo, por volta das 8h30. De lá, Lula foi para São Bernardo do Campo. O ex-presidente foi autorizado a ficar 1h30 no velório e, por isso, aguardou por algumas horas até chegar ao velório. A cremação de Arthur estava marcada para as 12h no cemitério onde também foi cremada a avó do garoto, Marisa Letícia, morta em 2017.

A Polícia Militar de São Paulo fez um esquema especial de segurança antes da chegada do ex-presidente ao velório do neto. Ao todo, seis PMs armados estavam na capela onde o corpo do menino está vendo velado. Além disso, mais de dez viaturas estão no entorno do local e uma barreira feita na entrada do cemitério causou incômodo a família de Lula.

Durante a noite de sexta e a madrugada de sábado parentes, amigos da família e aliados de Lula estiveram no local para prestar solidariedade à família. Entre eles a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, os ex-ministros Alexandre Padilha, Gilberto Carvalho e Paulo Vannuchi, o médico Roberto Kallil Filho e o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto. Hoje de manhã chegaram o deputado estadual Emido de Souza e o advogado Marco Aurélio Carvalho.

Segundo Paulo Okamotto, entre as condições impostas a Lula para ir ao sepultamento estão não ficar em espaço aberto nem falar com a população. Advogados petistas disseram que o ex-presidente não poderia ficar no mesmo espaço em que estavam a ex-presidente Dilma e Gleisi.

A ex-presidente Dilma Rousseff chegou ao velório por volta das 9h30, acompanhada do ex-ministro Aloízio Mercadante. Também foram à cerimônia o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad e o líder do MTST Guilherme Boulos. Por volta das 10h20, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), chegou ao local.

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  • Data: 02/03/2019 05:03
  • Alterado:02/03/2019 17:03
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo









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