Estudo faz mapeamento sobre a juventude periférica de São Paulo e recomenda mudanças
"Desafios e oportunidades para a inclusão produtiva dos Jovens-Potência na cidade de São Paulo" aponta desafios e faz recomendações para diminuir desigualdades de oportunidades
- Data: 28/04/2021 15:04
- Alterado: 28/04/2021 15:04
- Autor: Redação
- Fonte: GOYN SP
Crédito:Divulgação
A cidade de São Paulo ganhou um estudo sobre Desafios e Oportunidades para a Inclusão Produtiva dos Jovens-Potência, produzido por meio de um levantamento de dados de diversas fontes, entrevistas com jovens periféricos, empresas e organizações que trabalham com os temas juventudes e empregabilidade. A publicação está disponível digitalmente no endereço http://www.goynsp.org/jovempotencia e conclui que Racismo Estrutural, Evasão Escolar, Crise Laboral e Lacuna Digital são os quatro principais desafios enfrentados pelos jovens em busca de inclusão produtiva na cidade.
A organização do material é do GOYN SP (Global Opportunity Youth Network), um programa global com atuação em diversas cidades do mundo com foco na geração de oportunidades de trabalhos decentes para as juventudes.
O programa GOYN teve início em São Paulo em 2020, articulado pela United Way Brasil, com o objetivo de impactar até 2030 mais de 700 mil Jovens-Potência, pessoas entre 15 e 29 anos em situação de vulnerabilidade social e atualmente sem acesso a oportunidades de desenvolvimento pessoal e de geração de renda para uma vida digna, proporcionados pelos estudos e pelo trabalho.
A publicação foi elaborada a partir do mapeamento realizado em parceria com a Accenture Brasil, que considerou dados e textos sobre a vida dos Jovens-Potência na cidade de São Paulo. O objetivo do estudo é fornecer um melhor entendimento sobre a situação destes jovens e embasar as ações de impacto coletivo do programa junto à sua rede de parceiros, que conta com empresas, institutos, fundações, organizações sociais e os próprios jovens.
“O estudo é um resumo dos achados no Mapeamento dos Jovens-Potência na cidade de São Paulo , realizado em agosto de 2020 em parceria com a Accenture Brasil, e contou com a participação do Núcleo Jovem do GOYN, que foi colocado no centro da discussão”, diz Gabriella Bighetti, diretora executiva da United Way Brasil .
“Acreditamos que é preciso trabalhar com base em dados e evidências para uma ação assertiva e eficiente. Os desafios estruturais são profundos e exigem soluções sistêmicas articuladas em rede”, explica.
Desafios estruturais e suas soluções
A apresentação do estudo é dividida em três tópicos: contexto, desafios e oportunidades. O mapeamento concluiu que o Jovem-Potência de São Paulo enfrenta quatro principais desafios para a inclusão no mercado de trabalho: Racismo Estrutural, Evasão Escolar, Crise Laboral e Lacuna Digital.
“O racismo é uma temática urgente e que felizmente tem se destacado nas discussões sobre acesso a oportunidades na sociedade. Mas a evasão escolar e a crise laboral também demandam atenção, pois tiveram uma piora muito significativa na pandemia, que por sua vez também evidenciou a importância do acesso à internet e o domínio de ferramentas digitais. Esses quatro desafios distanciam mais ainda o Jovem-Potência das vagas existentes no mercado de trabalho”, diz Gabriella.
O estudo aponta também áreas de oportunidades para a minimização da desigualdade, onde são apresentadas soluções já existentes e que podem ser replicadas. É o caso do trabalho realizado pela organização social Gerando Falcões, que trabalha para fortalecer negócios sociais que promovam a sustentabilidade financeira das periferias.
Outros exemplos presentes são os recrutamentos de grandes empresas como a Danone, Magazine Luiza, L’Oreal e Ambev, que adotaram medidas para trazer mais diversidade ao seu quadro de trabalhadores.
“Selecionamos casos de sucesso que exemplificam as sugestões apontadas no estudo, mas entendemos que a solução depende de uma aliança ampla e que só por meio dessa união de esforços poderemos romper a desigualdade estrutural”, finaliza a executiva.