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Estudo da FMABC tem repercussão internacional

Estudo realizado pela aluna do curso de Farmácia Maryane Woth de Souza apresenta método novo, simples e menos oneroso para quantificar potencial benéfico das plantas à saúde

Data: 23/03/2015 10:03
Alterado: 23/03/2015 10:03
Autor: Eduardo Nascimento
Fonte: FUABC

Estudo da FMABC tem repercussão internacional

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Estudo desenvolvido na Faculdade de Medicina do ABC acaba de obter resultados positivos, recém-publicados em um dos maiores periódicos científicos internacionais, a revista britânica “Phytochemical Analysys”. Pesquisadores criaram novo método – mais simples e mais barato – para quantificar a capacidade antioxidante de extratos vegetais – ou seja, o potencial de benefícios das plantas à saúde.

Extratos vegetais são ricos em antioxidantes como carotenos, fitoestrogênios e polifenois. São compostos capazes de remover radicais livres do organismo, que em excesso podem atacar células normais e gerar danos em biomoléculas como proteínas e DNA, ocasionando determinados tipos de câncer, doenças cardiovasculares e patologias relacionadas ao envelhecimento.

“O excesso de radicais livres no organismo pode resultar em um grande número de doenças. Por essa razão, temos percebido nos últimos anos aumento da preocupação relacionada à esse estresse oxidativo e maior interesse na quantificação da capacidade antioxidante total de alimentos como frutas, legumes, sucos, cervejas, vinhos e chás”, explica o professor titular de Química Analítica da Faculdade de Medicina do ABC e orientador do trabalho, Dr. Horacio Dorigan Moya, que completa: “A capacidade antioxidante dos alimentos normalmente está relacionada à presença de polifenois, flavonoides e vitaminas. Como regra geral, acredita-se que quanto maior a capacidade antioxidante dos alimentos, maior a possibilidade de eliminação dos radicais livres e de benefícios ao organismo”.

INOVAÇÃO ACADÊMICA
A pesquisa inédita é resultado do projeto de iniciação científica da aluna Maryane Woth de Souza, formada no curso de Farmácia em 2014 e que acaba de iniciar o mestrado em Ciências da Saúde na Faculdade de Medicina do ABC.

O novo processo de quantificação desenvolvido na FMABC baseia-se na reação química entre ferro – Fe(III) – e antioxidantes na presença do Sal Nitroso R (ácido 3-hidroxi-4-nitroso-2,7 naftalenodisulfônico). Trata-se de reação ainda não aplicada para essa finalidade, testada inicialmente e de maneira satisfatória em 30 compostos padrões de antioxidantes – como as vitaminas C e E. O passo seguinte foi aplicar o método em nove extratos vegetais: andiroba, carqueja, porangaba, barbatimão, tansagem, graviola, guaçatonga, hamamelis e pau pereira. Os resultados da capacidade antioxidante desses extratos vegetais concordaram com o método convencional utilizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), que é mais complexo e tem custo elevado.

Batizado “The evaluation of reduction of Fe(III) in 3-hydroxy-4-nitroso-2,7-naphthalene disulphonic medium as an alternative ferric reducing activity power assay”, o trabalho foi publicado na edição março/abril da revista “Phytochemical Analysys” (vol. 26, pg. 119 – 126). Também está disponível na versão on-line do periódico, com acesso gratuito pelo link: http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/pca.v26.2/issuetoc.

Segundo os pesquisadores, a mesma reação proposta para mensurar a capacidade antioxidante de espécies vegetais pode ser adaptada para quantificar a capacidade antioxidante de amostras biológicas, entre as quais o soro sanguíneo.