Espetáculo “Mãe Baiana” faz apresentações gratuitas em São Paulo
As sessões acontecerão no Teatro Flávio Império (9/8), Centro Cultural Olido (16/8) e Teatro Alfredo Mesquita (28/8)
- Data: 05/08/2024 21:08
- Alterado: 05/08/2024 21:08
- Autor: Redação
- Fonte: Assessoria
Mãe Baiana
Crédito:Roberto Carneiro
“Quando as pessoas são lembradas, elas não morrem”, disse a filósofa, escritora e professora Helena Theodoro nas conversas com as autoras Thaís Pontes e Renata Andrade, que escreveram a dramaturgia de “Mãe baiana”. Com direção de Luiz Antonio Pilar — vencedor do Prêmio Shell de Melhor Direção por “Leci Brandão – Na Palma da Mão” — a peça terá três apresentações gratuitas durante o mês de agosto em São Paulo, dentro do Circuito Municipal de Cultura 2024.
As sessões acontecerão no Teatro Flávio Império (9/8), Centro Cultural Olido (16/8) e Teatro Alfredo Mesquita (28/8).
No palco, Dja Marthins e Luiza Loroza interpretam avó e neta que, ao viver um momento de luto em família, veem a relação entre as duas renascer. A peça, que joga luz sobre o papel poderoso e fundamental da mulher negra na sociedade.
Para o diretor Luiz Antonio Pilar, a concepção de “Mãe baiana” nasce da proposta do texto. Nele, estão os conflitos de gerações e de conceitos entre uma jovem mulher de seus 20 e poucos anos e sua avó, octogenária.
O espetáculo faz parte da trilogia “Matriarcas”, ao lado de “Mãe de santo” e “Mãe preta”, idealizado pela atriz Vilma Melo e o produtor cultural Bruno Mariozz. A peça parte da perda de um filho, fato que Helena Theodoro viveu quando seu menino de quatro anos morreu afogado. Apesar da premissa triste, as autoras preocuparam-se em não pesar o espetáculo, até porque a personagem da avó – assim como a autora – sofre, mas entende a morte. No início, a neta não compreende, mas passa a entender ao longo da história.
Todo o pensamento da filósofa e primeira doutora preta do Brasil Helena Theodoro passa por suas experiências pessoais e afirma o princípio feminino preto com todas as suas possibilidades de existir, conservar, transformar e melhorar o mundo.
“Esse espetáculo é sobre relações – sobre relação de avó e neta, relação com a morte, com a cozinha, com a religião. A gente vai se transformando nos nossos, a gente vai se vendo… Escrever com a Renata Andrade foi um doce exercício de memórias, em que fomos lembrando histórias das nossas famílias”, conta Thaís
Pontes, que recorda as conversas com a avó durante as madrugadas na cozinha de casa.
“Um conflito que não significa necessariamente violência ou brigas, mas as diferenças de ideias de tempos que já passaram. São dois mundos diferentes que hoje estão no mesmo espaço”, analisa o diretor, que fala também sobre a perspectiva racial da montagem. “Me ressinto com a dramaturgia nacional que quando vai falar do negro, principalmente o urbano, é sempre no conflito da violência. A questão nunca é contraditória ou está na diferença de perspectiva. É sempre no jovem negro matando ou morrendo, da família desconstruída, da falta de afeto. Em ‘Mãe baiana’ o conflito está inserido numa sociedade cotidiana e na família geracional, constituída por mulheres, convivendo no mesmo espaço”, finaliza Pilar.
O cenário criado por Renata Mota e Igor Liberato é composto por ambientes de uma casa, divididos entre sala, cozinha e quintal onde avó e neta conversam, cozinham e recordam as histórias da família. No quintal, são usados dez quilos de terra e de sementes de girassol.
Ficha técnica: Argumento: Helena Theodoro | Texto: Thaís Pontes e Renata Andrade | Direção: Luiz Antonio Pilar | Elenco: Dja Marthins e Luiza Loroza | Direção Musical: Wladimir Pinheiro | Direção de Produção: Bruno Mariozz | Diretora Assistente: Lorena Lima | Iluminação: Anderson Ratto | Figurino: Clívia Cohen | Cenário: Renata Mota e Igor Liberato | Elementos Cenográficos: Clívia Cohen | Visagismo: Késia Lucas | Programação Visual: Patricia Clarkson | Design Gráfico: Rafael Prevot | Comunicação: Natasha Arsenio | Assessoria de Imprensa: Catharina Rocha e Paula Catunda | Produção Executiva: Walerie
Gondim | Assistente de Produção: Mariana Pantaleão | Artesãs: Cíntia Miller, Winnie Nicolau, Ludmila Azevedo, Maria de Paiva | Cortador: Alex Coutinho Cenotécnico: André Salles | Coordenação Financeira: Ingryd Cardozo | Contabilidade: Davi Andrade | Idealização: Bruno Mariozz e Vilma Melo | Produção e Realização: Palavra Z Produções Culturais
SERVIÇO
Espetáculo: “Mãe baiana”
Circuito Municipal de Cultura 2024
9 de agosto (sexta), às 20h – Teatro Flávio Império
(Rua Prof. Alves Pedroso, 600 – Cangaíba)
16 de agosto (sexta), às 19h – Centro Cultural Olido
(Av. São João, 473 – Centro)
28 de agosto (quarta), às 21h – Teatro Alfredo Mesquita
(Av. Santos Dumont, 1.770 – Santana)
Entrada gratuita
Retirada de ingressos: 1 hora antes do espetáculo
Classificação: 12 anos.
Duração: 60 min.
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