Entre Terreiros e Quintais: o samba toma conta do Sesc Santo André em novembro
A segunda edição do projeto reúne grandes nomes do samba e do pagode, resgatando memórias, promovendo reflexões e celebrando a cultura afro-brasileira
- Data: 29/10/2024 14:10
- Alterado: 29/10/2024 14:10
- Autor: Redação
- Fonte: Sesc Santo André
Entre Terreiros e Quintais, 2023
Crédito:Guilherme Luiz de Carvalho
O Sesc Santo André realiza, durante o mês de novembro, a segunda edição do projeto Entre terreiros e quintais: ancestralidade fé e pagode, que explora as raízes e a diversidade do samba, sua relação com a sociedade brasileira e a cultura afro-diaspórica. Com uma programação repleta de rodas de samba e bate-papos, o projeto evidencia a importância do gênero musical na construção cultural do país.
Os shows, que acontecem às quartas-feiras, sextas de feriado e sábados, trazem grandes nomes do samba e do pagode. A abertura fica por conta de Mauro Diniz (2/11, sábado), herdeiro da Velha Guarda da Portela, que mistura samba e pagode em uma apresentação marcada por sua trajetória no gênero. No dia 6 de novembro (quarta-feira), a roda de samba Samba de Dandara convida Dona Bernadete do Peruche para uma celebração da resistência feminina e negra.
Os Prettos apresentam o projeto Quintal dos Prettos no dia 9 (sábado), recriando a atmosfera das rodas de samba dos anos 80, com o acompanhamento de dez renomados músicos paulistas. Na quarta-feira seguinte (13/11), a cantora Jéssica Américo resgata as tradições através do show Memórias Compartilhadas. Dia 15, (sexta-feira), Marina Iris, muito prestigiada por sua interpretação do enredo da Mangueira em homenagem a Marielle Franco, sobe ao palco para apresentar seu novo álbum “Virada e Outros Sambas de Amor”.
Os tributos também marcam presença: o Grupo Raça, formado em 1985 e com nove discos de ouro, traz sua trajetória de sucesso dia 16 (sábado). Dia 20 (quarta-feira), o movimento Favela Pesada convida a sambista carioca Geovanna para uma roda de samba que celebra a cultura das favelas e exalta o gênero como expressão de resistência. Fechando a programação de shows, no dia 23 (sábado), Carica e Pinha Presidente se reúnem para reviver o melhor do samba e pagode da década de 90.
Além dos shows, o projeto conta com a série de bate-papos aos domingos: Resenha de Quintal, que aprofunda as conexões do samba com suas raízes culturais e sociais. Realizada aos domingos, com mediação de Tadeu Kaçula e acompanhamento da banda No Chão do Terreiro, a programação se destaca pela diversidade de temas e convidados. Em 10 de novembro, a resenha A fé, o sagrado e o profano dos quintais recebe Dra. Claudia Alexandre e Jônatas Petróleo, que trazem à tona o papel dos quintais e terreiros como espaços de resistência. Dia 17, Matriarcas do Samba explora o valor civilizatório e de resistência das mulheres no samba, com Dona Toninha e Rosemeire Marcondes, duas figuras centrais no fortalecimento do samba paulista. Encerrando o ciclo, no dia 24 de novembro, a resenha Urbanização e apagamento do negro e do samba convida Dra. Kelly Adriano e Marquinhos de Oswaldo Cruz a refletirem sobre os processos de gentrificação e apagamento cultural nas cidades brasileiras, destacando a importância da preservação e celebração dos espaços de samba e cultura negra.