Empresas pedem abertura da Barragem Eclusa; Dnit atende solicitação
Objetivo é reavaliar Rio Taquari, consertar aparelhos em encostas e retirar material levado pela cheia. Nível deve baixar cerca de 2 metros a partir de 10 de outubro
- Data: 24/09/2024 14:09
- Alterado: 24/09/2024 14:09
- Autor: Redação
- Fonte: Assessoria
Barragem Eclusa
Crédito:Divulgação
As comportas da Barragem Eclusa, de Bom Retido do Sul, voltarão a ser abertas a pedido de empresas localizadas às margens do Rio Taquari. O objetivo é reavaliar o leito, consertar aparelhos em encostas e retirar do manancial material levado pela cheia – como a balsa que bateu na ponte e está em frente ao Porto de Estrela. O rio deve baixar do nível considerável normal – 13 metros – e chegar a 11m.
Ação semelhante já havia ocorrido em agosto, quando o governo do Estado, por meio da Secretaria de Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), fez a solicitação. Medida visou avaliar a bacia hidrográfica Taquari-Antas e faz parte do Programa de Desassoreamento do RS.
Conforme o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), órgão responsável pela estrutura, a redução será lenta e gradual, vai iniciar às 19h de 10 de outubro (quinta-feira) e a conclusão é projetada para as 7h do dia 11. Na manhã da sexta-feira, 11, já haverá condições para a realização dos serviços. Esta condição será mantida até as 17h do domingo, dia 13.
Como consequência, haverá elevação da cota de jusante (após a barragem). “Não temos como indicar o quanto subirá, que cota atingirá, tampouco o quanto permanecerá, visto que depende de diversos fatores que fogem de nossa ingerência, como sentido e intensidade dos ventos, represamento provocado pelo Rio Jacuí dentre outros fatores”, indica documento.
Operação de retirada da balsa
As equipes responsáveis pela retirada da balsa encalhada nas imediações do Porto de Estrela preparam mobilização. Segundo Vitor Prates, responsável pela operação das balsas da Lacel, o principal desafio enfrentado é o tempo limitado disponível para operação.
Na primeira baixa, foram feitos reparos no casco da balsa e no rebocador. A estratégia consiste em fazer os equipamentos flutuarem para, em seguida, transportá-los até a margem do rio e efetuar a remoção.
A balsa, possui 35 metros de comprimento, 13 metros de largura e pesa cerca de 80 toneladas. Já o rebocador pesa 20 toneladas e mede aproximadamente 15 metros de comprimento por 5 metros de largura. O rebocador encontra-se mais próximo da margem de Lajeado.
As equipes aguardam condições favoráveis para garantir a segurança e eficiência da operação.
Comentário do Engenheiro e CEO da ENERCONS Ivo Pugnaloni
Para o CEO da ENERCONS, engenheiro eletricista Ivo Pugnaloni, a carga no sistema elétrico que essa nova unidade industrial vai acrescentar não poderá ser sustentada por geração solar, altamente influenciada por dias nublados, chuvosos e pelo inexorável horário depois das 16 horas, quando o sol vai se pondo. “Só fontes hidrelétricas ou termelétricas podem suprir cargas como essa, pois são permanentes. Resta saber se o Ministério de Minas e Energia vai preferir gerar energia elétrica com água nacional, ou com derivados de petróleo importados, caríssimos e poluentes” comentou.
Pugnaloni lamentou estar ainda paralisada nas assessorias do MME , há três anos, a precificação das externalidades ( benefícios e prejuízos adicionais ao meio ambiente) de cada fonte. “Talvez seja a ação dos poderosos “lobbies” aos quais se referiu o próprio ministro Silveira na sua excelente entrevista à CNN, semana passada”, disse o executivo que foi diretor de planejamento da COPEL , concessionária do Paraná.
“Não há como negar que as assessorias do MME estarão fazendo o governo incorrer em grave risco de judicialização caso o Leilão de Reserva de Capacidade não venha a atender ao artigo 26, parágrafo 1-G que determina que todos os benefícios ambientais e de garantia de fornecimento sejam considerados, nos certames como esse, que envolvem centenas de bilhões de reais em energia elétrica”, disse ele.
“Vejam leitores o que diz a Lei 9784/99 Art. 26 § 1º-G. “O Poder Executivo federal definirá diretrizes para a implementação, no setor elétrico, de mecanismos para a consideração dos benefícios ambientais, em consonância com mecanismos para a garantia da segurança do suprimento e da competitividade, no prazo de 12 (doze) meses, contado a partir da data de publicação deste parágrafo. Se isso não aconteceu, o MME corre o risco de um mandado de segurança interromper todo esse processo de compra enorme, pois a data de publicação deste parágrafo foi 01.03.21. E quem aviusa, geralmente, amigo é”, adendou.
“O atual governo brasileiro precisa entender, de uma vez por todas, que não basta geração solar e eólica para fazer a transição energética, pois elas são fontes intermitentes. Param de uma hora para a outra de produzir. Essas duas fontes são muito boas, mas tem esse grave defeito. Sem novas hidrelétricas para completar a geração faltante da solar e eólica a cada momento, a nossa matriz vai ter que usar cada vez mais termelétricas que já são, graças às manobras desses lobbies, mais de 37% da capacidade instalada do Brasil”, concluiu preocupado Ivo Pugnaloni.