Empresário suspeito por esquema de tráfico internacional de mulheres é denunciado
O Ministério Público Federal ofereceu denúncia à Justiça contra o empresário Rodrigo Otávio Cotait e outras seis pessoas por crimes contra a liberdade individual e a dignidade sexual
- Data: 17/06/2021 21:06
- Alterado: 17/06/2021 21:06
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Empresário suspeito por esquema de tráfico internacional de mulheres é denunciado
Crédito:Reprodução
Ele é suspeito de chefiar um esquema de tráfico internacional de mulheres desmantelado pela Operação Harém.
De acordo com a denúncia, assinada pelo procurador Bruno Costa Magalhães, os crimes teriam sido cometidos em São Paulo (SP) e Foz do Iguaçu (PR), além de cidades do Paraguai, Catar, Estados Unidos, Austrália e Bolívia. O empresário nega as acusações.
No documento, os investigadores pedem autorização para compartilhar provas colhidas em outros três inquéritos que atingem o grupo denunciado e para abrir duas novas frentes de apuração voltadas à identificação de investigados e vítimas que ainda não foram alcançados pelo trabalho da Polícia Federal.
Rodrigo Cotait chegou a ser preso preventivamente em abril. Uma reportagem exibida pelo Fantástico, da TV Globo, revelou áudios atribuídos ao empresário em que ele diz que ‘exporta’ mulheres. “Só mando viajar produto de exportação que tem meu selo de qualidade, ou seja, comprovei o material“, afirma.
A modelo Núbia Olivier, que também é investigada e chegou a ser alvo de busca e apreensão, não foi denunciada nesta etapa. Em seu relatório parcial, a Polícia Federal pediu mais tempo para continuar as apurações.
O ponto de partida da investigação foi a compra de passagens internacionais com cartões clonados. De acordo com a PF, o aliciamento era feito pelas redes sociais e por meio de uma empresa de maquiagem. A cantora de funk MC Mirella teria sido procurada pelo grupo. Ela já prestou depoimento. Veja a nota publicada pela artista no Instagram:
@mirella
Nos últimos dias alguns veículos de imprensa noticiaram acerca de uma operação da polícia federal de Sorocaba denominada como “operação harém”, e vincularam o nome da Mirella.
Prezando sempre em trazer a verdade sem qualquer sensacionalismo ou fake news, queremos esclarecer a todos os fãs da Mirella que apesar do nome dela constar no processo (ação cautelar sob o número 5005318-56.2020.4.03.6110 e Inquérito 5003525-82.2020.4.03.6110) a mesma foi ouvida da condição de VÍTIMA e TESTEMUNHA, ou seja a Mirella não figura como investigada e nem está sendo acusada de qualquer crime, qualquer dúvida podem verificar o processo e o inquérito.
Inclusive, queremos aproveitar esse espaço para fazer um alerta a várias jovens que sonham com a carreira artística, pois como sabem, desde muito cedo a nossa Mirella sonhava se tornar uma estrela e aos 16 anos foi procurada por um empresário o qual lhe propôs um contrato para viajar e divulgar shoppings e marcas de maquiagens, graças ao bom Deus e a família atenta da Mirella, maiores danos não ocorreram, mas hoje sabemos que muitas garotas foram vítimas de crimes, esperamos que a justiça localize e responsabilize cada pessoa responsável por esses crimes.
Jovens, e principalmente pais e mães, fiquem atentos(as), acompanhem de perto da carreira dos seus filhos(as) para evitar a aproximação de pessoas mal intencionadas.
Sem mais, agradecemos o respeito e carinho de sempre com a nossa estrela.
Equipe Mirella Sierra Fernandez
Com a palavra, o advogado Dhyego Lima e Maria Fernanda Marini Saad, que defendem o empresário Rodrigo Cotait
A defesa do empresário informou que ele está colaborando com as investigações e já recebeu autorização judicial para responder às ‘arbitrariedades e falácias’ em liberdade. Uma liminar do desembargador Paulo Fontes, do Tribunal Regional Federal da 3.ª Região, foi confirmada pelo colegiado na semana passada.
“A Justiça reconheceu que não há provas de que Rodrigo restringiu a liberdade de mulheres no exterior, nem tampouco empregou contra qualquer pessoaameaça, violência, coação, fraude ou abuso, concluindo em seguida que, mesmo após três anos de investigação, não há qualquer indício da prática de crime de tráfico internacional de pessoas”, afirmam em nota.
Com a palavra, os advogados Rodrigo Carneiro Maia e Rubens Oliveira, que defendem Núbia Olivier
“Tivemos acesso a inicial acusatória formulada na data de ontem, pelo MPF de SP. A Sra Nubia não é alvo de denúncia, até a presente data. Confiamos na justiça e na investigação policial federal o qua vem sendo desenvolvida, aguardando se para que seja posto um bom termo no que tange a sua situação jurídica, atualmente indefinida. Conforme consignado pelo MPF, haverá a continuidade das investigações contra sua pessoa, seguindo a disposição das autoridades, no no exercício de sua defesa Tecnica.”