Em SP, reduzir gravidez na adolescência é prioridade em saúde
Impactos incluem riscos para a mãe e o bebê, além das consequências sociais, uma vez que adolescentes dos estratos mais pobres são as mais vulneráveis
- Data: 11/07/2022 07:07
- Alterado: 17/08/2023 00:08
- Autor: Redação
- Fonte: Prefeitura de São Paulo
Grávidas
Crédito:TV Brasil
Informação e acesso a métodos contraceptivos são dois recursos essenciais para combater a gravidez na adolescência (10 a 19 anos), situação vista como um problema de saúde pública, uma vez que implica em riscos à vida da mãe e do bebê, além dos impactos sociais que representa, como a perpetuação do ciclo de pobreza.
De acordo com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), um em cada sete bebês nascidos no Brasil são filhos de mães adolescentes. Em 2019, segundo o Datasus, sistema do Ministério da Saúde (MS), adolescentes de 10 a 14 anos foram responsáveis por 19.330 nascimentos.
Veja a seguir algumas das consequências da gravidez na adolescência, para a mãe e o bebê.
Riscos obstétricos:
– pré-eclâmpsia;
– desproporção pélvica-fetal;
– gravidez gemelar;
– complicações durante o parto;
– cirurgia cesariana de urgência;
– infecções durante e pós-parto.
Riscos da gravidez para a adolescente:
– depressão e psicose puerperal;
– abandono do recém-nascido (RN) em instituições;
– rejeição do RN do convívio familiar;
– ausência de amamentação;
– abandono/omissão de paternidade;
– acompanhamento pediátrico falho;
– esquema de vacinação incompleto;
– abandono escolar, bullying;
– baixa qualificação profissional da mãe.
Riscos para o recém-nascido (RN):
– Prematuridade;
– Pequeno para idade gestacional;
– Baixo peso (retardo intrauterino);
– Dismorfias, síndromes congênitas (Síndrome de Down, defeitos neurais);
– Infecções congênitas (sífilis, herpes, toxoplasmose, hepatites B/C, Zika, HIV/aids);
– Necessidade de UTI neonatal;
– Traumatismos e repercussões do parto (hipóxia, paralisia cerebral);
– Dificuldades de amamentação;
– Risco de negligência, ambiente insalubre.
Reduzir os índices de gravidez entre adolescentes é uma das metas em saúde pública preconizadas pela OMS. Em 2019, a Lei Federal nº 13.798 instituiu no Brasil, sempre em fevereiro, a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência, que passou a integrar o Estatuto da Criança e do Adolescente. O objetivo é disseminar informações sobre medidas preventivas e educativas que contribuam para a redução da incidência da gravidez nesta fase.
São Paulo reduz número de adolescentes grávidas
Na cidade de São Paulo, a Secretaria Municipal de Saúde divulgou, em junho deste ano, uma redução de 52% no número de meninas grávidas entre 10 e 14 anos de idade entre 2016 e 2021, e de 42% na faixa etária entre 15 e 19 anos. Em 2016, um total de 691 meninas com menos de 15 anos ficaram grávidas. Esse número chegou a 335 no ano passado, na mesma faixa etária. Entre as adolescentes de 15 e 19 anos, a redução foi de 19.684 para 11.287 gestantes, na comparação dos últimos cinco anos.
Entre as principais ações adotadas estão a disponibilização de contraceptivos tradicionais (orais) nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e a compra de 12.400 implantes subdérmicos, direcionados principalmente para as adolescentes, além da implantação de dispositivo intrauterino (DIU) de cobre ou hormonal (Mirena). Vale ressaltar que os implantes e DIU são dispositivos internos com ação de longo prazo, que não dependem de fatores como disciplina para serem efetivos.
As iniciativas abrangem também o treinamento do quadro de profissionais de saúde, entre eles 300 médicos do programa Estratégia Saúde da Família (ESF), e ações de educação sexual e reprodutiva no Programa Saúde na Escola (PSE).
Todas as UBSs da cidade oferecem consultas com clínico geral ou ginecologista, às quais as adolescentes têm direito por lei, bem como ao acesso a métodos anticoncepcionais indicados pelo profissional.
A relação de todas as unidades de saúde do município está disponível na página Busca Saúde.