Educação em SP: Alunos do 2º ano têm avanço de 57% na Fluência Leitora
Avaliação da fluência leitora foi aplicada em duas edições em 2024 a alunos da rede estadual e de 642 municípios parceiros do programa Alfabetiza Juntos; número de pré-leitores caiu pela metade
- Data: 24/01/2025 13:01
- Alterado: 24/01/2025 13:01
- Autor: Redação
- Fonte: Agência SP
Crédito:Divulgação
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) divulgou os resultados da Avaliação de Fluência Leitora, revelando um avanço significativo no desempenho dos alunos do 2º ano do Ensino Fundamental nas escolas públicas estaduais. Entre as edições do primeiro e segundo semestre de 2024, o percentual de estudantes que demonstram habilidades adequadas de leitura aumentou em 57%, enquanto a quantidade de alunos classificados como pré-leitores, aqueles que ainda enfrentam dificuldades com a leitura, foi reduzida pela metade.
No último ano letivo, mais de 370 mil alunos, matriculados em instituições da rede estadual e em 642 municípios participantes do programa Alfabetiza Juntos — uma iniciativa lançada pela Seduc-SP em março de 2023 — foram submetidos a avaliações realizadas em março e novembro. O objetivo do governo é alcançar 90% de crianças leitoras até o final da gestão atual, prevista para 2026. Para apoiar essa meta, ao longo do ano, a Secretaria disponibilizou cursos de formação continuada para educadores, materiais didáticos padronizados e acesso a plataformas de leitura. O investimento total do Governo do Estado em 2024 para este programa foi de R$ 300 milhões.
O secretário da Educação, Renato Feder, ressaltou que “o progresso observado entre nossos estudantes é fruto do empenho coletivo das escolas paulistas nesta fase crucial da educação infantil e juvenil. A participação quase total dos municípios reforça que parcerias entre as prefeituras e o governo estadual são fundamentais para superar desafios históricos na rede pública de ensino”.
A fluência leitora avalia não apenas a habilidade dos alunos em ler, mas também sua capacidade de compreender textos escritos, visando identificar possíveis lacunas no processo de alfabetização. Os critérios considerados incluem o entendimento de palavras e pseudopalavras, além da fluidez e ritmo durante a leitura.
Na primeira edição de 2024, realizada em março, 48% dos alunos avaliados (181.586) foram classificados como leitores iniciantes ou fluentes. Já na segunda etapa dessa avaliação, esse número cresceu significativamente para 77% (286.676) dos estudantes participantes.
Os leitores fluentes são definidos como aqueles que conseguem ler entre 45 e 60 palavras corretamente por minuto, reconhecendo entre 28 e 40 pseudopalavras e alcançando uma precisão de 97% na leitura de palavras reais contidas nos textos.
Em contrapartida, houve uma redução no número de alunos nos quatro níveis críticos de pré-leitura. Em particular, o grupo mais vulnerável (nível 1) apresentou uma queda significativa, passando de 15% (57.183 alunos) para apenas 5% (20.250 alunos) ao longo do período analisado.
A avaliação é aplicada a todos os estudantes do 2º ano do Ensino Fundamental e os professores têm acesso a um aplicativo exclusivo desenvolvido pelo CAEd (Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação), que registra as leituras dos alunos e facilita o acesso aos resultados.
Além dos progressos individuais dos estudantes, os resultados também mostraram melhorias no desempenho por município. Para quantificar e padronizar as notas obtidas nas avaliações, a Seduc-SP utiliza o Índice de Fluência Leitora (IFL), dividido em sete faixas distintas. Este índice é calculado com base nos percentuais dos alunos em cada perfil, atribuindo pesos maiores àqueles que demonstram maior fluência na leitura.
No segundo semestre, 459 municípios foram classificados na segunda faixa mais alta do IFL (escala entre 6,0 e 7,99). Notavelmente, nenhum município obteve notas nas três faixas mais baixas (abaixo de 2,0; entre 2,0 e 2,99; e entre 3,0 e 3,99) nas provas realizadas nesse período.