Dólar cai e fecha em R$ 5,86, menor valor desde novembro de 2024

Em um dia de volatilidade, real se fortalece enquanto Bolsa brasileira registra queda significativa.

  • Data: 28/01/2025 18:01
  • Alterado: 28/01/2025 18:01
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: FOLHAPRESS
Dólar cai e fecha em R$ 5,86, menor valor desde novembro de 2024

Crédito:Pixabay

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Na terça-feira (28), o dólar apresentou uma queda pelo sétimo dia consecutivo, encerrando a jornada com uma desvalorização de 0,74%, cotado a R$ 5,868. Este é o menor valor da moeda americana desde 26 de novembro do ano passado, quando alcançou R$ 5,808. Durante o dia, a cotação chegou a atingir o patamar mínimo de R$ 5,856. No acumulado de janeiro, a moeda dos Estados Unidos registra uma queda de 5,02% em relação ao real.

Contrariando a tendência observada em relação a outras moedas internacionais, o dólar se desvalorizou frente ao real, enquanto subia diante da maioria das divisas globais. Por volta das 18h30, o índice DXY, que avalia a força do dólar em comparação com uma cesta de moedas estrangeiras, apresentava um aumento de 0,51%.

Por outro lado, a Bolsa brasileira encerrou o pregão com uma queda acentuada de 0,64%, atingindo os 124.055 pontos após registrar quase 2% de alta na sessão anterior. As ações da Vale foram um dos principais responsáveis por essa diminuição, apresentando uma queda superior a 2%.

O cenário financeiro foi impactado pelo início das reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central do Brasil e do Fed (Federal Reserve) dos Estados Unidos, que se reunirão por dois dias para discutir as novas taxas de juros em seus respectivos países. As decisões serão anunciadas na quarta-feira, 29, enquanto a taxa de juros na Europa será divulgada no dia seguinte.

Os analistas também comentaram sobre as recentes críticas do presidente dos EUA, Donald Trump, ao Brasil e as consequências da queda global nas ações de tecnologia após a divulgação do modelo chinês de inteligência artificial denominado DeepSeek.

A calmaria no noticiário local e o atraso do governo Trump em cumprir suas promessas relacionadas a tarifas de importação têm contribuído para o fortalecimento do real. Entretanto, especialistas alertam que isso não garante que o dólar permanecerá abaixo do patamar de R$ 6.

Os mercados estavam atentos à chamada ‘superquarta’, dia em que os bancos centrais do Brasil e dos EUA anunciarão suas novas taxas de juros. As expectativas variam entre as economias: nos EUA, os analistas acreditam que a taxa se manterá entre 4,25% e 4,5%, após uma redução acumulada de um ponto percentual nas últimas três reuniões; na Europa, há previsões de uma redução de 0,25 ponto percentual devido à desaceleração econômica da zona do euro.

No Brasil, o Banco Central já sinalizou uma possível elevação da Selic em um ponto percentual, passando de 12,25% para 13,25% ao ano. A reunião atual marca a primeira sob a liderança do novo presidente Gabriel Galípolo.

Analistas do Goldman Sachs esperam que o comunicado do Copom reconheça uma deterioração nas expectativas inflacionárias e sinais emergentes de uma atividade econômica mais moderada.

A agenda econômica também trouxe à tona dados positivos sobre a arrecadação federal no Brasil, que apresentou um crescimento real de 9,62% em comparação ao ano anterior, totalizando R$ 2,653 trilhões. Este é considerado o melhor resultado anual desde o início da série histórica em 1995.

Em meio à calmaria política durante as férias legislativas e declarações pouco voláteis por parte do presidente Lula, analistas afirmam que as notícias internacionais têm sido os principais motores dos mercados neste período.

Durante um discurso na Flórida na segunda-feira (27), Trump reiterou sua crítica ao Brasil como parte dos países que impõem tarifas elevadas e desejam prejudicar os Estados Unidos. “Vamos colocar tarifas sobre aqueles que nos querem mal”, afirmou Trump durante seu discurso.

A tensão comercial aumentou ainda mais após um impasse com a Colômbia sobre deportações de migrantes sem documentação. Contudo, após negociações entre os presidentes Trump e Gustavo Petro da Colômbia para resolver o impasse, os mercados respiraram aliviados quando Petro aceitou receber os deportados.

A abordagem mais cautelosa adotada por Trump em relação às tarifas sobre produtos chineses ajudou a aliviar tensões no mercado cambial e contribuiu para a desvalorização do dólar frente às moedas emergentes.

Apesar da recente tendência negativa para o dólar brasileiro, alguns analistas permanecem céticos quanto à sua permanência abaixo dos R$ 6 devido às incertezas fiscais internas e às decisões econômicas externas dos EUA. Bruna Allemann da Nomos destaca que as políticas comerciais do presidente Trump continuarão a exercer influência significativa sobre essa dinâmica.

Outro fator impactante foram os desdobramentos relacionados à inteligência artificial DeepSeek. A ascensão desta startup chinesa provocou vendas massivas no setor tecnológico globalmente. Com seu aplicativo atingindo grande popularidade tanto na China quanto nos EUA, houve um movimento em direção a ativos considerados seguros.

A bolsa brasileira demonstrou resiliência ao encerrar o pregão anterior com um aumento significativo de 1,97%, contrastando com as quedas expressivas observadas nas bolsas americanas devido à sua menor exposição ao setor tecnológico.

As ações da WEG sofreram perdas significativas no pregão anterior devido às preocupações com a nova tecnologia DeepSeek e seu impacto sobre as demandas por equipamentos eletrônicos. Embora tenha havido uma leve recuperação nesta terça-feira (28), as ações ainda estão longe de reverter completamente as perdas recentes.

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  • Data: 28/01/2025 06:01
  • Alterado:28/01/2025 18:01
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: FOLHAPRESS









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