‘Dizer que a Lava Jato quebrou empresas é uma irresponsabilidade’, reage Deltan
O procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato, disse hoje, 16, que "é uma irresponsabilidade" do ministro Toffoli declarar que a Lava Jato destruiu empresas
- Data: 16/12/2019 15:12
- Alterado: 16/12/2019 15:12
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:SCO/STF- Agencia Brasil
“Dizer que a Lava Jato quebrou empresas é uma irresponsabilidade”, tuitou Deltan, em reação à entrevista do presidente do STF, Dias Toffoli, publicada no jornal O Estado de S. Paulo desta segunda. “É, assim, fechar os olhos para a raiz do problema, a prática por muitos políticos e empresários de uma corrupção político-partidária sanguessuga, que drena a vida dos brasileiros”, disse Deltan.
Na entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Toffoli declarou que nos Estados Unidos isso não aconteceu. Empresários têm prisão perpétua decretada, mas suas companhias estão em atividade.
O ministro cobrou, ainda, maior transparência do Ministério Público. “É fechar os olhos para a crise econômica relacionada a fatores que incluem incompetência, má gestão e corrupção”, tuitou Deltan.
Para o procurador, as declarações de Toffoli têm o mesmo sentido que….”É culpar pelo homicídio o policial porque ele descobriu o corpo da vítima, negligenciando o criminoso.” “Os responsáveis são os criminosos. A Lava Jato aplicou a lei”, afirma o procurador.
O procurador destaca resultados da Lava Jato que, em quase seis anos de ação recuperou uma fortuna para o Tesouro. “É fechar os olhos para o fato de que a Lava Jato vem recuperando por meio dos acordos mais de R$ 14 bilhões para os cofres públicos, algo inédito na história.”
E avisou: “Seguiremos aplicando a lei, que ainda é muito inefetiva no Brasil. Nos Estados Unidos, a prisão acontece depois da primeira ou segunda instância. Sem efetividade da lei, não há rule of law ou estado de direito.”