Dia Mundial do Rim: Lúpus e o desafio silencioso à saúde renal

No Dia Mundial do Rim, especialistas alertam sobre os riscos da nefrite lúpica e a importância do diagnóstico precoce para a preservação da função renal

  • Data: 06/03/2025 12:03
  • Alterado: 06/03/2025 12:03
  • Autor: Redação
  • Fonte: SPR
Dia Mundial do Rim: Lúpus e o desafio silencioso à saúde renal

Saúde

Crédito:Marcello Casal Jr - Agência Brasil

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O dia 13 de março, marcado como o Dia Mundial do Rim, visa aumentar a conscientização sobre a saúde renal e destacar a importância do cuidado contínuo com os rins. Neste contexto, é fundamental discutir o impacto do Lúpus nos rins, uma condição muitas vezes subestimada devido ao seu caráter silencioso, mas que pode resultar em complicações graves.

O Lúpus é uma doença autoimune que faz com que o sistema imunológico ataque tecidos saudáveis do corpo, levando a inflamações e danos em diversos órgãos, sendo os rins um dos mais afetados. A nefrite lúpica, uma das complicações mais sérias do Lúpus, pode evoluir para falência renal, um desafio tanto para os pacientes quanto para os profissionais de saúde.

Segundo o Dr. Antonio Silaide, reumatologista e membro da Sociedade Paulista de Reumatologia (SPR), estima-se que no Brasil existam entre 150 mil e 300 mil pessoas com lúpus. Metade delas pode desenvolver nefrite lúpica ao longo da evolução da doença, e até 20% desses casos podem evoluir em um período de até 10 anos para uma doença renal crônica com necessidade de diálise ou transplante.

Embora algumas pessoas com lúpus possam ser assintomáticas, muitos pacientes desenvolvem sinais clínicos que indicam comprometimento renal. Entre os principais sintomas estão a presença de proteína na urina(o que pode ser observado em forma de espuma), sangue na urina e aumento da pressão arterial. Exames como análise de urina, dosagem de creatinina e biópsia renal são fundamentais para confirmar o diagnóstico.

“A nefrite lúpica é uma das complicações mais comuns e perigosas do Lúpus. Muitas vezes, os pacientes não apresentam sintomas claros, o que dificulta o diagnóstico precoce. Por isso, é essencial que reumatologistas solicitem exames específicos para monitorar a função renal e intervenham o mais cedo possível”, afirma Dr. Antonio Silaide.

O tratamento da nefrite lúpica geralmente envolve o uso de medicamentos imunossupressores, que ajudam a controlar a inflamação e a prevenir danos maiores aos rins. O acompanhamento contínuo e o controle rigoroso da função renal são vitais para o sucesso do tratamento.

“É essencial que pacientes com nefrite lúpica tenham um acompanhamento multidisciplinar, sendo médico reumatologista o profissional mais indicado para coordenar o cuidado das pessoas com Lúpus. A abordagem do Lúpus exige vigilância constante e adaptação do tratamento conforme a evolução da doença”, destaca o Dr. Antonio.

Além de seguir as orientações médicas, pacientes com Lúpus devem adotar hábitos saudáveis, como controlar a pressão arterial, reduzir a ingestão de sódio, praticar atividades físicas regularmente, não fumar e utilizar protetor solar. Essas medidas são fundamentais para melhorar a qualidade de vida e prevenir complicações renais.

No Dia Mundial do Rim, é importante ressaltar que o acompanhamento regular é crucial para pacientes com Lúpus, especialmente para aqueles que são assintomáticos. A investigação da nefrite lúpica deve ser feita, mesmo na ausência de sintomas evidentes. A Sociedade Paulista de Reumatologia (SPR) e a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) oferecem informações confiáveis sobre os cuidados com o Lúpus e podem auxiliar na localização de profissionais qualificados.

“Pacientes com Lúpus devem sempre buscar informações confiáveis e realizar acompanhamento regular com um médico reumatologista experiente. O tratamento eficaz depende de um diagnóstico preciso e de uma gestão contínua da saúde renal”, conclui Dr. Antonio Silaide.

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  • Data: 06/03/2025 12:03
  • Alterado:06/03/2025 12:03
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