Dia da Terra: Coronavírus suscita reflexão sobre o impacto das nossas ações no planeta

Andréa Polo, coordenadora da Educação Infantil da Escola da Vila, reflete sobre o consumismo e a forma como as pessoas se relacionam com a natureza

  • Data: 22/04/2020 18:04
  • Alterado: 22/04/2020 18:04
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo
Dia da Terra: Coronavírus suscita reflexão sobre o impacto das nossas ações no planeta

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O Dia Internacional da Terra, celebrado em todo o mundo em 22 de abril, foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2009, para conscientizar a população mundial sobre os desafios associados à preservação do planeta e ao bem-estar de todas as formas de vida que existem na Terra. Também é uma oportunidade para reconhecer a responsabilidade da humanidade em promover a harmonia com a natureza e com o planeta, como forma de alcançar um equilíbrio entre as necessidades econômicas, sociais e ambientais das gerações presentes e futuras.

“Há uma pressão imensa sobre o meio ambiente na forma de um estilo de vida consumista. A maneira como a maioria das pessoas se relaciona com a natureza rompe com a harmonia por meio desse consumo generalizado e pouco consciente de produtos industrializados que demandam a extração de matéria-prima de forma predatória”, diz Andréa Polo, coordenadora da Educação Infantil da Escola da Vila.

Para ela, qualquer alteração individual na forma de compreensão dessa relação é fundamental, mas será a partir de políticas públicas, pensadas para atingir social e culturalmente todos os extratos sociais, que realmente poderemos entender um modelo mais sustentável de vida. “Acredito que, até a pandemia, nós vivíamos como se não houvesse amanhã, como se fosse possível remediar ou dar um jeito nos estragos que estão postos.”

De acordo com a coordenadora, a pandemia do novo coronavírus nos faz pensar sobre o impacto do nosso estilo de vida no planeta. “Estou fazendo a quarentena num ambiente com espaço suficiente e condições para me manter tranquila, mas como falar de sustentabilidade quando vemos a carência de alimentos, higiene, habitação e possibilidades mínimas de sobreviver da maior parcela da população?”, questiona.

Por outro lado, ela diz perceber iniciativas individuais de apoio e solidariedade, como doação de suprimentos e dinheiro. “É uma mobilização importante para o resgate do que entendemos como fundante para as relações humanas. Pode ser pontual, momentâneo, mas aquece o coração”.

Outra reflexão que ela faz é se a pandemia vai trazer um novo tipo de mundo. “Penso, sem muito otimismo, que as crises podem nos ajudar a mudar modelos, formas que até então foram adotadas para produzir, mas que a partir da pandemia mostraram-se insatisfatórias”, observa.

“Vimos nas últimas semanas as quedas dos níveis de carbono na atmosfera, golfinhos entrando nos canais de Veneza, as diferentes cores do entardecer em São Paulo por conta das proibições de funcionamento de fábricas, automóveis, aviões e pessoas. Se o coronavírus nos impediu e permanece nos impedindo de forma radical de dirigir, comprar, escolher, por que numa situação menos restritiva não demos atenção aos sinais silenciosos de devastação do planeta?”, pergunta.

Para ela, o momento é de cuidar, zelar e de reverter as preocupações, agora mais focadas na saúde e em envolvimento afetivo. “Sentir-se afetado pelo problema ou pela emoção do outro é colocar a mão na massa, sair da zona de conforto”, finaliza a educadora.

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  • Data: 22/04/2020 06:04
  • Alterado:22/04/2020 18:04
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  • Fonte: Estadão Conteúdo









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