Detran-SP: RMSP tem redução de 11% em mortes no trânsito no mês de junho
Estatísticas do Infosiga SP também apontam queda de 9% nos óbitos em acidentes com pedestres no comparativo entre o primeiro semestre de 2023 e 2022
- Data: 19/07/2023 16:07
- Alterado: 01/09/2023 16:09
- Autor: Redação
- Fonte: Detran.SP
Crédito:Reprodução
De acordo com os novos dados do Infosiga SP, sistema do Governo do Estado gerenciado pelo programa Respeito à Vida e pelo Detran-SP, a região metropolitana de São Paulo apresentou diminuição no número de óbitos em acidentes de trânsito no último mês. Pela comparação entre junho de 2022 e de 2023, foram registradas 151 ocorrências, contra 135; uma redução de 11% neste ano. Já no comparativo do primeiro semestre do ano passado com o deste ano a queda foi de 8%. Entre janeiro e junho de 2022, foram registradas 847 mortes, enquanto, no mesmo período de 2023, foram 778 ocorrências.
A capital paulista também apresentou queda de 26% no número total de mortes no trânsito, na comparação entre junho deste ano com o mesmo mês de 2022. Em 2023, ocorreram 63 óbitos em acidentes, contra 85 no mesmo período do ano passado.
A queda de óbitos no trânsito na capital também é evidenciada pela comparação entre os seis primeiros meses do ano passado e o mesmo período deste ano. Foram 416 ocorrências de janeiro a junho de 2022, contra 395 de janeiro a junho de 2023 – uma redução de 5% no último período.
Na cidade de Mauá houve redução de 54% no número de mortes em acidentes de trânsito ao se comparar o acumulado de janeiro a junho deste ano, quando houve seis casos, com o ano passado, quando 13 ocorrências foram registradas. Já em Diadema, a redução foi de 32% no comparativo do primeiro semestre de 2023 e 2022 – foram 13 óbitos contra 19, respectivamente. Neste mesmo período, o município de Santana de Parnaíba registrou uma queda de 86%. Nos seis primeiros meses de 2023 houve somente um caso, enquanto, em 2022, foram sete.
Entre os números do Infosiga, destaca-se ainda a queda de 9% nos casos de mortes em acidentes envolvendo pedestres. Na comparação entre os primeiros seis meses de 2022 com o mesmo período deste ano, foram registradas 270 ocorrências contra 246, respectivamente. Nos casos de óbitos envolvendo motocicletas, houve redução de 5% na comparação entre janeiro e junho deste ano, quando houve 351 casos, com o mesmo período de 2022, quando foram registradas 370 ocorrências.
No acumulado do primeiro semestre de 2022, comparado ao deste ano, também foi registrada queda no número de mortes envolvendo automóveis. Foram 120 óbitos contra 113, o que representa uma redução de 6%.
Número de acidentes
O quantitativo de acidentes registrados no acumulado do ano (janeiro a junho) apresentou um aumento de 5% em comparação com o primeiro semestre do ano passado, na região metropolitana de São Paulo. Foram contabilizadas no primeiro semestre deste ano 37.142 ocorrências, contra 35.210 em 2022.
Já na comparação de junho deste ano com o mesmo mês do ano passado, o crescimento foi de 15%. Foram 7.059 acidentes sem vítimas fatais em junho de 2023, contra 6.136 em junho de 2022.
Foco constante na conscientização
Nessas férias de julho, a nova campanha educativa do Detran-SP adotou o mote “No trânsito, dê férias para a morte”, na busca da conscientização de motoristas e passageiros que pegarão a estrada, para que respeitem as leis de trânsito e serem mais gentis. A campanha está sendo veiculada em rádios, TV, por meio de peças em mobiliário urbano, como relógios e pontos de ônibus, além de placas em estradas com maior movimentação nas férias. Também foi feita distribuição de flyers com dicas de segurança em algumas das principais saídas de São Paulo, com orientações sobre direção segura.
No filme da campanha, a “morte” é apresentada em diversas situações de férias, enquanto diferentes condutores seguem para seus destinos de descanso respeitando as leis de trânsito. Ou seja, só a observação da conduta segura à direção pode dar férias à morte no trânsito. As peças usam o humor para enfatizarem a importância de ações que podem parecer corriqueiras – como usar o cinto de segurança também no banco de trás, guardar o celular enquanto estiver dirigindo e evitar a soma de álcool e direção – mas que são condutas indispensáveis, especialmente nos períodos com maior movimento do ano, tanto nas estradas quanto nos municípios visitados por turistas.
O Governo de São Paulo, por meio da nova gestão do Detran-SP, vem promovendo desde fevereiro campanhas de comunicação com o intuito de conscientização para a diminuição de acidentes, seja no trânsito das cidades como nas estradas. No Carnaval, o mote adotado foi “Palavras mentem. Números, não”, para o slogan “Neste Carnaval, não dê desculpas. Se beber, nem pense em dirigir”. As peças demonstravam que não cabem desculpas esfarrapadas para justificar o injustificável, como a direção combinada ao álcool, pois ninguém está imune a tragédias. Já em maio, o foco da campanha sobre o Maio Amarelo foi “No trânsito, respeite a sua vida e a dos outros”, com o intuito de refletir diante de relatos reais de quem teve sua trajetória impactada por acidentes.
Álcool e direção
É fato que, sob efeito de álcool, o motorista tem a sua capacidade de percepção reduzida em vários sentidos. Isso porque o álcool causa uma diminuição da capacidade neurológica, e, consequentemente, dos órgãos de sentido. A ingestão de bebida alcoólica diminui a visão periférica, a percepção de movimentos laterais e a visão de obstáculos, além de afetar o tempo de reação.
Desde o Carnaval de 2013, o Detran-SP contribui para o cumprimento da Lei, conhecida como Lei Seca ou Tolerância Zero coibindo casos de embriaguez ao volante por meio do Programa Operação Direção Segura Integrada (ODSI). Nesses 10 anos, foram mais de meio milhão de veículos (590.326) fiscalizados, em 2.186 operações pelo programa. Na série histórica da ODSI desde o ano de sua criação, fica clara a relevância das fiscalizações: foram 52 ações realizadas em todo o estado naquele ano, com 9,85% das abordagens resultando em infrações. Os números saltaram para 382 operações no ano passado, mas com redução pela metade das infrações registradas: 4,88% do total de abordagens.
De acordo com estudo publicado em 2006 nos Estados Unidos, o risco de um condutor com alcoolemia entre 0,2 e 0,5 grama por litro de sangue morrer em um acidente de trânsito envolvendo apenas um veículo é de 2,5 a 4,6 vezes maior que o de um condutor abstêmio (dependendo da faixa etária, já que motoristas mais jovens correm maiores riscos do que os mais velhos, mesmo sem estarem alcoolizados). Já para níveis de álcool no sangue entre 0,5 e 0,8 grama por litro, esse fator varia entre 6 e 17 vezes. Com alcoolemias a partir desse valor, os fatores variam de 11 a até 15.560 vezes, indicando que o consumo abusivo de álcool acarreta risco muito acentuado de envolvimento em acidentes fatais.
Alta velocidade
Um veículo que circula com excesso de velocidade necessita de tempo maior para a frenagem, o que eleva a probabilidade de o motorista perder o seu controle. Além disso, quanto maior a velocidade de circulação, menor é a capacidade de o motorista se antecipar a possíveis perigos, o que aumenta muito o risco de acidente e a gravidade das lesões.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) elaborou uma fórmula que relaciona risco de acidentes e de mortes ao aumento da velocidade, por meio de cálculos baseados em relatórios de ocorrências de trânsito enviados de todo o mundo e compilados em 2004. Pela equação, quando se ultrapassa em 1% o limite de velocidade em uma via, os riscos médios de acidentes sobem 3% e o risco de morte cresce em até 5%. Estudos do órgão trazem evidências diretas de que dirigir apenas 5 Km/h acima da média em áreas urbanas, com limite de velocidade de 60 Km/h, e 10 Km/h acima da média em rodovias é fator suficiente para dobrar o risco de ocorrer um acidente.
Já estudos da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Organização Mundial da Saúde (OMS) e do New York City Department Of Transportation apontam que, quando um pedestre é atropelado a 60km/h, a chance de o acidente ser fatal é de 98%. Já se o acidente ocorrer a 40km/h, essa porcentagem cai para 35%.
Ao volante, esqueça o celular
É correto dizer que dirigir mexendo no celular é tão perigoso quanto após a ingestão de bebida alcoólica. Segundo uma pesquisa da instituição inglesa RAC Foundation, o envio de mensagens pelo smartphone é capaz de retardar o período de reação do condutor em 35%.
Outro estudo, da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego), aponta que digitar uma mensagem de texto enquanto se conduz um veículo a 80 km/h equivale a dirigir com os olhos vendados por um percurso de até 100 metros, o comprimento de um campo de futebol.
Outro fato notório é que, ao usar o celular ao volante, o condutor perderá o campo de visão de 360 º que se deve ter com o auxílio do espelho retrovisor, o que afetará sua concentração no trânsito.