Dallagnol diz que suas palestras remuneradas são legais e éticas
Em entrevista à rádio Jovem Pan, Deltan Dallagnol, afirmou que as palestras que realiza pelo Brasil a convite de empresas privadas são "legais e admitidas pela Constituição"
- Data: 26/07/2019 10:07
- Alterado: 26/07/2019 10:07
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Brasília - O procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, se reúne com deputados da comissão especial que analisa projeto contra corrupção (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Crédito:Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
De acordo com o procurador da República e líder da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, a maior parte de suas palestras é gratuita. Ele também disse que as palestras têm o propósito de serem “educativas, falar de combate à corrupção e de cidadania”.
A manchete da Folha de S. Paulo desta quinta-feira, 25, traz a informação de que Dallagnol fez uma palestra remunerada no valor de R$ 33 mil e gravou um vídeo institucional para a empresa de tecnologia Neoway, citada em acordo de delação em caso de corrupção na força-tarefa da Lava Jato, mostram mensagens obtidas pelo site The Intercept Brasil analisadas em conjunto com o jornal. Na ocasião, Dallagnol não sabia que a Neoway havia sido citada no âmbito da Lava Jato e manifestou preocupação sobre a palestra concedida à empresa.
A jornalista Vera Magalhães, colunista do jornal O Estado de S. Paulo, perguntou a Dallagnol, na entrevista da rádio, se, independentemente da questão legal envolvendo os pagamentos pela Neoway, é papel de um agente público se envolver financeiramente com empresas privadas.
Dallagnol respondeu que sua “missão” ao fazer as palestras é “educar a sociedade sobre a corrupção e promover a Operação Lava Jato na sociedade”.
O procurador também falou sobre a possibilidade de as primeiras mensagens vazadas pelo site The Intercept gerarem suspeição sobre a atuação do então juiz federal Sergio Moro no julgamento dos processos da Lava Jato.
De acordo com ele, um juiz só pode ser considerado suspeito se for amigo íntimo de uma das partes ou quando tiver interesse pessoal nos processos. “Nunca fomos amigos, eu e o ministro Moro. Nunca frequentei sua casa nem ele a minha, nunca fomos a aniversários um do outro, não somos íntimos”, falou sobre a primeira hipótese, limitando-se a dizer que Moro julgou muitos processos sem conexão entre si para que fique provado interesse pessoal em algum deles.